Já ouviu falar em motion graphics, mas não sabe muito bem como ele se aplica na prática?
Tudo bem.
Neste artigo, eu vou tirar todas as suas dúvidas sobre esse recurso.
A primeira coisa a ter em mente é que se trata de um formato de vídeo com o objetivo de explicar ideias de forma fácil, visualmente interessante e dinâmica.
É bem provável que você veja conteúdos em motion graphics todos os dias nas redes sociais.
Não é à toa.
Afinal, eles estão sendo cada vez mais utilizados por marcas devido à sua capacidade de engajar pessoas e contar histórias.
E o consumo de vídeos na internet fica a cada dia mais intenso.
Só no YouTube, são 1,3 bilhão de usuários, que consomem 300 horas de vídeos por minuto, de acordo com o MerchDope.
Ou seja: a sua marca precisa investir no conteúdo audiovisual o mais rápido possível, se isso ainda não é um dos focos da estratégia.
E, sem dúvida, uma boa opção é se dedicar ao motion graphics.
Quer descobrir como?
Neste guia, eu explico o conceito, trago alguns exemplos e dou várias dicas para criar os seus vídeos.
O que é motion graphics?
Motion graphics é um recurso que dá vida ao design gráfico por meio da animação, utilizando uma linguagem que mescla conceitos de design e cinema. É uma forma de fazer com que círculos, linhas, textos, ícones e outros recursos gráficos se movam na tela para contar uma narrativa.
Traduzindo para o português, motion graphics significa grafismo em movimento.
Eu recomendo a leitura do livro Motion Graphics: principles and practices from the ground up (Bloomsbury Publishing, 2017), de Ian Crook e Peter Beare.
De acordo com eles, motion graphics engloba movimento, rotação ou dimensionamento de imagens, vídeo e texto ao longo do tempo na tela, geralmente acompanhados por uma trilha sonora.
É provável que você já tenha visto vários conteúdos em motion graphics sem nem mesmo saber disso.
Desenhos animados, cinema e videoclipes costumam ter esse tipo de recurso.
Mas ele também está presente em vídeos explicativos e institucionais, tutoriais, treinamentos e propagandas.
Ou seja, eles são hoje um recurso eficiente para o marketing de conteúdo, atuando como mais uma forma de as marcas se conectarem com os clientes.
Entramos em contato com esse tipo de material a todo instante na rede.
Sabe por que ele é tão usado?
Porque é um formato excepcional quando o objetivo é explicar um conceito e transmitir informações.
E tudo isso gerando um grande impacto visual em quem assiste aos vídeos.
Os autores também destacam que o objetivo principal desse formato é adicionar significado a uma outra coisa.
“Pode ser envolvente e divertido, mas em primeiro lugar é informativo”, ressaltam.
Já a popularidade desse recurso também está diretamente relacionada a uma tendência de consumo na era digital: os vídeos.
De acordo com a Cisco, 69% de todo o tráfego global de internet entre os consumidores foi ocupado por vídeos em 2017. E deve chegar a 82% em 2021.
Mas existe uma outra vantagem proporcionada pelo motion graphics.
Ele geralmente é uma alternativa mais barata em relação a outros tipos de produção de vídeo, o que é um fator central para quem precisa fazer marketing com orçamento reduzido.
E não pense que esse é um recurso novo.
O surgimento do motion graphics foi influenciado por técnicas de stop motion, que já eram utilizadas no século 19 no cinema pelo francês George Meliés.
E aí, o que aconteceu foi uma evolução das técnicas a partir de diversos profissionais da área e artistas, principalmente com o uso de novos softwares, até chegar ao motion graphics que conhecemos hoje.
Quais as vantagens de estudar motion graphics?
Se você chegou até este artigo, acredito que esteja interessado em fazer motion graphics, estou certo?
E garanto que existem boas razões para estudar esse recurso.
Nas próximas linhas, elenquei as principais vantagens de se aventurar nessa área em busca de conhecimento.
Confira.
É um mercado com demanda
Como falei antes, o motion graphics é utilizado em diferentes tipos de conteúdo, sobretudo no marketing de conteúdo.
Isso quer dizer que dificilmente você ficará sem demanda na área, porque hoje as marcas utilizam muito o recurso.
E a tendência é que profissionais que criam motion graphics sejam ainda mais requisitados, porque se trata de uma atividade especializada, que demanda o domínio técnico de softwares e uma boa dose de visão artística.
Se você quer ter um diferencial no currículo, estudar motion graphics é uma boa opção.
Mas se o seu objetivo é produzir conteúdo para a sua própria marca, o benefício passa a ser a economia, já que você não precisará contratar um profissional.
É uma poderosa forma de narrativa
Se você tem uma marca, estudar motion graphics é uma boa opção para contar histórias ao seu público.
Tenha em mente que, na geração do marketing 4.0, estabelecer conexões com o público em um nível emocional é o caminho para que ele seja um fiel escudeiro da marca.
No motion graphics, a narrativa adota uma forma bastante visual, e isso facilita na hora de apresentar ideias e conceitos.
Tem dúvidas disso?
O cérebro processa informações visuais 60.000 vezes mais rápido do que o tempo para decodificar um texto (Hubspot).
O melhor é que o motion graphics pode ser utilizado como um formato de storytelling por pequenas, médias e grandes empresas, independentemente do segmento de mercado em que atuam.
O motion graphics cria engajamento
Motion graphics geralmente são vídeos curtos, explicativos e dinâmicos.
Por isso, é mais fácil que o usuário assista a todo o conteúdo - o que é um desafio hoje com a avalanche de informações a que estamos submetidos nas mídias digitais.
Sem contar que o formato audiovisual são os mais persuasivos para as marcas hoje em dia.
De acordo com a Tubular Insights, 46% dos consumidores dizem que fizeram compras como resultado de assistir a um vídeo de marca nas mídias sociais.
Esse número é bastante significativo, demonstrando o potencial de engajamento dos vídeos na internet.
Também vale mencionar que, por entregarem informações relevantes, motion graphics são recursos excelentes para gerar valor ao usuário.
Os 6 Principais estilos de Motion Graphics
Depois de conhecer os benefícios do motion graphics, vou listar os principais estilos que ele pode apresentar.
Vamos nessa?
1. Estilo 3D
O estilo 3D é composto por imagens que passam a ideia de profundidade, sendo mais próximas da realidade e conferindo um visual profissional ao vídeo.
Nesse caso, o motion graphics é feito a partir de sombras, reflexos, pontos de fuga, texturas e iluminação.
São esses elementos que fazem a imagem que você na tela parecer tão próxima com o ambiente real.
2. Flat Design
Ao contrário do 3D, no flat design, não há efeitos de luz, sombra e profundidade.
As imagens têm uma proposta mais elegante e limpa, com aspecto plano e chapado.
Sabe aquele famoso ditado “menos é mais”?
Pois é, o flat design tem essa pegada minimalista.
As fontes usadas não têm serifa, o design é elegante e moderno e as cores são sólidas.
3. Whiteboard Animation
Traduzindo para o português, temos aqui a animação em quadro branco.
Para entender o estilo, basta se lembrar dos seus tempos de escola, em que os professores desenhavam e escreviam desenhos no quadro.
O whiteboard animation tem justamente o propósito de explicar ideias e conceitos e proporcionar aprendizado, sempre prendendo a atenção do usuário.
4. Infantil
Sim, também é possível fazer motion graphics segmentado para as crianças.
O estilo infantil pode utilizar as características do 3D ou do flat design, por exemplo.
Mas sempre com uma particularidade: ser atrativo para as crianças.
Como o objetivo é chamar atenção, esse estilo requer o uso de cores vivas, com ilustrações caricaturais e exageradas.
5. Retrô moderno
Que tal usar o estilo predominante nas décadas de 70, 80 ou 90 no motion graphics?
Essa é a proposta do retrô moderno.
A ideia é usar esse estilo, mas com uma aparência moderna, principalmente a partir do flat design.
Essa é uma boa opção para estabelecer conexão com o público, principalmente por conta do tom nostálgico que os vídeos apresentam.
6. Corporativo
Da mesma forma que o infantil, o corporativo pode utilizar características de outros estilos, como o flat design.
Mas aqui o objetivo é aplicar o motion graphics a empresas, transmitindo autoridade e confiança, já que estamos falando da imagem da marca.
Geralmente, são utilizadas elementos visuais limpos, ícones e poucas cores.
5 Exemplos de motion graphics para você se inspirar
Se esse assunto ainda parece confuso para você, é hora de conferir alguns exemplos.
Por isso, separei alguns conteúdos interessantes em motion graphics para você se inspirar e refletir sobre as possibilidades desse formato que, no fim das contas, pode ser útil para a sua marca.
Bang, da Anitta
Provavelmente, você já viu um dos clipes mais populares da Anitta, da música Bang, estou certo?
Esse é um exemplo de como o motion graphics pode ser aplicado nesse tipo de conteúdo.
No vídeo, temos a interação da imagem real, gravada com câmeras, e elementos visuais que se movem na tela - o que traz uma nova dinâmica para o vídeo.
Dê uma espiada no vídeo abaixo.
Canal Ferretto Matemática
Comentei algumas vezes durante o artigo que o objetivo central do motion graphics é explicar conceitos de forma fácil.
Então, nada melhor do que aplicar esse recurso para ensinar matemática.
E é justamente isso que faz o professor Ferretto, em seu canal no YouTube.
Enquanto ele explica conceitos, elementos visuais surgem na tela para reforçar ideias e tornar o conteúdo mais fácil de absorver, como neste vídeo aqui.
O que é motion graphics?
Que tal aprender o que é motion graphics com um vídeo feito com motion graphics?
Este vídeo, publicado pelo usuário Rafael Lima no Vimeo, se dedica a explicar o conceito, utilizando figuras, textos, personagens e outros recursos visuais.
O que é marketing digital?
Outro vídeo que tem a mesma proposta do anterior é este aqui, publicado no YouTube pela Frankfurt School of Finance & Management.
Nesse caso, os elementos visuais que se movimentam na tela ilustram o conteúdo narrado, prendendo a atenção do usuário e ensinando, em menos de dois minutos, o que é marketing digital.
Background animado
O último exemplo que trago aqui é este vídeo publicado pela Enchanted Media.
Ele consiste basicamente em efeitos visuais animados de diversos tipos que ilustram o motion graphics de forma simples.
Vale assistir para se inspirar.
Como fazer motion graphics?
Fazer motion graphics com eficiência vai muito além de dominar as técnicas e softwares para dar movimento às imagens.
Pensando de uma perspectiva do marketing, elenquei algumas dicas que vão ajudá-lo a pensar no conteúdo do vídeo utilizando esse formato.
1. Defina uma intenção
A primeira etapa é identificar a razão que o levou a optar pelo motion graphics.
Essa análise ajuda na criação do escopo do vídeo e, portanto, na elaboração do conteúdo.
Lembre-se de que você precisa contar uma história e oferecer conteúdo relevante para a audiência, capaz de entregar valor.
Por isso, tenha em mente quem são as pessoas que vão assistir ao vídeo, o que você deseja ensiná-las e quais emoções e aprendizados deseja transmitir.
A dica é reunir a equipe de marketing e elaborar um storyboard, que são esboços sequenciais em que são planejados os movimentos das animações.
E o maior desafio é colocar as ideias em um vídeo curto, já que os motion graphics têm cerca de um minuto.
Mas cuidado: cada vídeo deve ter uma única finalidade, conforme explica Erin McCoy, em um artigo para a revista Forbes.
“Seja para atrair um novo público, lançar um novo produto ou explicar a declaração de missão de sua empresa aos funcionários, nenhum vídeo deve procurar atingir mais de um objetivo ao mesmo tempo”, explica.
2. Crie um personagem
É comum que os vídeos de motion graphics tenham personagens, responsáveis por criar identificação com o público e transmitir a mensagem desejada.
Vou ilustrar como funciona a partir de um exemplo bem simples.
Suponha que você seja dono de uma academia frequentada principalmente por jovens em busca de uma vida saudável.
Primeiro, você mapeia as características desse público, com informações como faixa etária, estilo, nível educacional e assim por diante.
Aí você tem embasamento para construir um personagem que represente o cliente real.
E ele, sim, poderá causar o engajamento necessário durante o vídeo.
3. Defina os recursos usados no vídeo
Tenha em mente que, durante o vídeo, você precisa transmitir uma ideia.
Nesse sentido, incluir textos, dados animados e até mesmo voz são ótimas opções para tornar a exposição mais clara.
Por exemplo: se o vídeo vai ser exibido em uma feira, incluir texto é uma alternativa para garantir a clareza do conteúdo, já que dificilmente as pessoas conseguirão ouvir devido ao barulho.
Já se o vídeo contém muitos dados, uma opção é demonstrá-los de forma animada na tela, para não perder o dinamismo do conteúdo.
Perceba que não existe uma regra.
Você precisa adaptar os recursos do vídeo conforme a sua finalidade e o tipo de conteúdo apresentado.
3 Programas usados para fazer motion graphics
Abaixo, destaquei os três principais programas que você pode usar para criar motion graphics.
Estudar essas ferramentas é o passo inicial para começar a elaboração de vídeos.
Portanto, vale a pena buscar por tutoriais e gastar algumas horas fazendo testes para aprender.
1. Adobe After Effects
Essa é, de longe, uma das melhores ferramentas para criar motion graphics.
Ela é bem completa, já que tem recursos para fazer efeitos visuais variados e animações.
Um dos benefícios é que o After Effects permite a integração de plugins que ampliam os recursos disponíveis, dependendo da sua necessidade.
Além disso, existe muito material na internet com treinamentos e materiais para usar o After Effects, devido à sua popularidade.
2. Adobe Illustrator
Também pertencente ao Adobe, o Illustrator é ideal para criar vetores, que são representações de imagens em computação gráfica.
A vantagem é que o programa pode ser integrado ao After Effects.
3. Photoshop
Entre as funcionalidades desse programa, é possível manipular pixels de imagens, recortá-las com perfeição, organizar arquivos em camadas, criar artes vetoriais e redimensionar imagens.
Por isso, o Photoshop pode ser um bom complemento para o After Effects e o Illustrator.
Conclusão
E aí, que tal dar os seus primeiros passos no motion graphics e começar a estudar os programas que eu mencionei aqui?
Ao dominar esse recurso, você verá que vai ficar mais fácil engajar a audiência, levar informação para os usuários de forma dinâmica e ainda estar por dentro da tendência do consumo de vídeos.
Pense que, a cada conteúdo que a sua marca posta, você estará competindo pela atenção dos usuários nas redes, que são bombardeados com milhares de publicações todos os dias.
E quanto mais interessante for o seu conteúdo, mais chances de a sua empresa ser notada e de criar uma identificação com clientes em potencial.
Minha dica é: comece buscando conhecimento técnico e planeje o conteúdo, sempre focando na qualidade, para fazer os primeiros testes.
Depois, me conte como foi a sua experiência com o motion graphics e quais resultados os seus vídeos proporcionaram.
Se você ficou com alguma dúvida, deixe nos comentários abaixo para trocarmos uma ideia.
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