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Neil Patel

MVP: O Que É e Guia Prático Para Você Montar Seu MVP Em 2019

O MVP (produto mínimo viável) é um protótipo inicial que testa a viabilidade de um produto com o mínimo de recursos possíveis. Assim, a solução é aprimorada com base no feedback dos clientes e do público-alvo, agilizando seu lançamento no mercado.

O MVP é a forma mais fácil e rápida de colocar suas ideias à prova no mercado.

Você ainda vai ler muito sobre essa sigla, que significa produto mínimo viável e nasceu entre os empreendedores do Vale do Silício.

Basicamente, é uma ferramenta que permite testar seu produto em uma versão inicial e receber feedback direto dos potenciais clientes.

Assim, você descobre rapidamente se a ideia era boa mesmo e se as pessoas precisam da sua solução.

Muitas das grandes empresas de tecnologia que você conhece começaram com um MVP, e o seu negócio pode seguir o mesmo caminho.

Quer saber como?

É só acompanhar este guia completo, inspirado nos métodos das startups modernas para agilizar o crescimento.

Se você quer aumentar as chances de sucesso com o MVP, recomendo que leia até o fim.

O que significa MVP e qual sua principal função?

MVP significa Minimum Viable Product ou Produto Mínimo Viável, que é uma versão inicial do produto com o mínimo de recursos possíveis para testar a viabilidade do negócio.

O MVP foi criado no início dos anos 2010, em meio à efervescência das startups, e logo se tornou um conceito-chave no empreendedorismo moderno.

Para você ter uma ideia, as gigantes da tecnologia como Facebook, Apple e Dropbox começaram com produtos mínimos viáveis, testando suas soluções antes de ganhar o mercado.

Essa estratégia é necessária para validar a ideia antes de investir alto no produto, evitando perder tempo, dinheiro e recursos.

Para isso, as empresas resumem as principais funcionalidades do produto ou serviço (que solucionam o suposto problema do cliente) e realizam os testes primários na prática, colhendo o feedback do público-alvo.

Ou seja: o produto mínimo viável é como um protótipo inicial, que será apresentado a um grupo seleto de clientes para testar seu potencial no mercado.

Evidentemente, não é fácil construir um bom MVP, pois ele deve concentrar a essência do produto e mostrar seu valor da forma mais simples possível.

O desafio é encontrar o equilíbrio perfeito entre a limitação de recursos e a capacidade de entregar o valor proposto ao cliente.

Se bem-sucedido, o MVP prova a hipótese da empresa e abre caminho para o lançamento de um produto final certeiro.

Por isso, sua principal característica é a abordagem de experimentação, que permite acelerar a aprendizagem da empresa e reduzir as incertezas.

Usar o MVP é como aplicar o método científico ao empreendedorismo: criar uma hipótese, fazer previsões e testar se vale a pena na prática.

Quem inventou o MVP?

O criador do MVP é o empreendedor do Vale do Silício Eric Ries, líder do movimento Lean Startup (Startup Enxuta).

Conhecido como o guru das startups, Ries se dedicou a criar estratégias e modelos de negócio para agilizar o desenvolvimento de produtos e alocar recursos de forma mais eficiente.

Em seu famoso livro A Startup Enxuta (Leya, 2012), Ries define o MVP da seguinte forma:

“Aquela versão do produto que permite uma volta completa do ciclo construir-medir-aprender, com o mínimo de esforço e menor tempo de desenvolvimento”.

Nesse caso, construir-medir-aprender é um ciclo de feedback contínuo que o produto mínimo viável atravessa, sendo testado e aprimorado até atingir sua qualidade máxima.

A economia de esforços e tempo é necessária para aumentar a eficiência da operação, levando em conta que as startups precisam crescer muito rápido e possuem recursos reduzidos.

Por isso, a obra de Reis é considerada um guia para startups e empresas que desejam transformar ideias em produtos da forma mais ágil possível.

Para o autor, a aprendizagem é o motor da startup enxuta, e o MVP é o primeiro passo nessa jornada de descoberta.

MVP & Lean Startup

Para entender a fundo o MVP, você precisa dominar o conceito de lean startup.

O termo “startup enxuta” é derivado da produção enxuta (Lean Manufacturing), o famoso Sistema Toyota de Produção da década de 1940.

Basicamente, Eric Ries emprestou as ideias de aceleração do ciclo produtivo, produção just in time e eliminação de desperdícios dos japoneses, adaptando esse modelo às startups.

O resultado é um conjunto de práticas e metodologias que ajudam empreendedores a inovar com eficiência e enfrentar o cenário de incertezas que ronda as startups.

Para isso, a base da startup enxuta é o ciclo ágil de desenvolvimento de produtos, no qual a empresa pode experimentar e testar suas ideias rapidamente.

Assim, é possível chegar à melhor versão do produto com base no que os clientes querem, lançando uma solução inovadora no mercado o quanto antes.

No livro-base do método, Eric Ries define os cinco princípios da startup enxuta:

  1. Uma startup é uma instituição humana projetada para criar novos produtos e serviços sob condições de extrema incerteza.
  2. Empreendedor significa administrar e toda empresa moderna depende do empreendedorismo e inovação para seu crescimento futuro
  3. Startups existem para aprender a desenvolver negócios sustentáveis, e não apenas fabricar coisas e ganhar dinheiro
  4. A atividade fundamental da startup é transformar ideias em produtos, medir como os clientes reagem e, então, decidir se é preciso pivotar ou perseverar (ciclo construir-medir-aprender)
  5. Para medir o progresso da startup enxuta e seus marcos de aprendizagem, é preciso usar a contabilidade para inovação.

A partir desses princípios, fica fácil entender aonde Ries quis chegar com suas ideias e porque elas fizeram tanto sucesso.

Importância do MVP em uma startup

Considerando que o aprendizado está no centro da startup, o MVP é fundamental para dar início ao ciclo de experimentação.

O produto mínimo viável permite que o produto seja construído a partir do próprio feedback do cliente.

Com isso, as empresas testam na prática se realmente a ideia é valiosa para o mercado ou se não passava de uma utopia dos criativos.

A vantagem do MVP é que o fracasso não implica no abandono da ideia.

Pelo contrário: é possível seguir em uma direção diferente ao perceber as falhas do produto.

Eric Ries chama esse processo de “pivotagem”, que é a mudança de planos no meio do ciclo.

Percebe como o MVP torna o desenvolvimento de produtos altamente flexível?

Nas empresas tradicionais, o método em cascata exige que o produto chegue ao mercado no seu ápice, depois de meses de planejamento e recursos investidos.

As startups não têm todo esse tempo e dinheiro, e precisam garantir que seus produtos tragam soluções inovadoras aos seus clientes.

Logo, o MVP é o método perfeito para lapidar o produto rapidamente, ajustando cada detalhe em ciclos iterativos junto aos clientes selecionados.

Como definir o MVP? Como o realizo no passo a passo?

O MVP é a solução para os problemas das startups, mas também tem seus riscos.

Ao definir um produto mínimo viável, sua primeira preocupação deve ser com a proposta de valor.

Um erro muito comum das empresas é acabar lançando um produto mal acabado, com funções desconexas, ao invés de um MVP.

Na realidade, o MVP não é uma “amostra grátis” de funções, mas uma demonstração enxuta do poder do seu produto ou serviço.

Logo, seu produto mínimo viável deve cumprir a promessa feita na proposta de valor.

Reforçando: seu MVP precisa solucionar o problema do cliente, e sua missão é reduzir o escopo de funcionalidades até alcançar esse núcleo.

Dependendo do produto ou serviço, o MVP pode começar com um simples anúncio ou uma landing page descrevendo a novidade e abrindo cadastro para testes.

No caso de um software, por exemplo, fica mais fácil criar uma versão para teste gratuito com as principais funções e coletar o feedback dos clientes.

O processo vai ficar mais claro para você nas próximas linhas.

5 Passos para fazer um MVP

Agora, sim, você já pode acompanhar o passo a passo para fazer um MVP eficiente.

Siga este guia rápido e aumente suas chances de sucesso.

Monte uma equipe plural

A pluralidade da equipe é fundamental para enriquecer seu MVP com pontos de vista diferentes.

Por isso, você deve montar a equipe do projeto com base nas competências necessárias para avaliar todas as dimensões do produto mínimo viável.

Para começar, é preciso que alguém tenha uma visão apurada de negócios e pensamento sistêmico, para pensar na viabilidade financeira e comercial do produto.

Do ponto de vista criativo, profissionais orientados ao design thinking são imprescindíveis para pensar na usabilidade e estética do produto.

O marketing também precisa estar envolvido para direcionar o apelo mercadológico da solução e auxiliar na definição de aspectos como público-alvo e estratégias de comunicação.

E claro, você precisa de pessoas que entendam a engenharia de produção, para verificar a escalabilidade do produto.

No caso de softwares, desenvolvedores habituados aos métodos ágeis são um diferencial importante.

Defina seu produto

Definir o MVP é a etapa decisiva do processo, e exige uma série de cuidados.

Antes de tudo, você precisa esquecer o que sabe e se colocar em uma posição de aprendiz.

O intuito do MVP e do ciclo de feedback é escutar ativamente o cliente, despindo-se de qualquer premissa e abrindo a mente para entender suas necessidades a fundo.

Para isso, você terá que abrir mão do orgulho e perfeccionismo, pois o MVP não é uma demonstração de brilhantismo, e sim uma ferramenta de aprendizagem.

Na hora de definir o escopo do MVP, você deve começar do zero e justificar cada funcionalidade acrescentada.

O objetivo é refinar ao máximo o protótipo e eliminar qualquer função “interessante de se ter” ou supérflua, fazendo da simplicidade a principal regra.

Isso ajuda você a comprovar o potencial do produto desde o início, pois as melhores soluções cumprem seu propósito com o mínimo de recursos, sem nenhum artifício extra.

Uma fórmula interessante para isso é completar a seguinte frase:

“O produto x é um <definição da solução> voltado ao <público-alvo> que <proposta de valor>, diferentemente de <proposta da concorrência>”.

Por exemplo, se o seu produto é um software para gestão de marketing digital voltando aos empreendedores, você deverá partir da proposta de valor para escolher as principais funcionalidades.

Você pode concluir que o valor será entregue com um recurso de gerenciamento de publicações em mídias sociais, otimização para mecanismos de busca ou criação de landing pages.

Somados a uma proposta diferenciada de usabilidade que se distingue da concorrência, esses recursos podem ser suficientes para provar sua relevância ao cliente.

Você pode até mesmo realizar uma pesquisa prévia e basear seu MVP em opiniões iniciais dos leads.

Dica: antes de definir o MVP, não se esqueça de verificar a questão das patentes e garantir a proteção da sua ideia.

Crie perfis de clientes ideais

A escolha do público-alvo do MVP é importantíssima, assim como a seleção dos grupos de teste iniciais.

Para isso, você deve começar criando algumas personas que representem os clientes ideais do seu produto ou serviço.

Lembrando que as personas são personagens imaginárias com o máximo de detalhes sobre hábitos, preferências e aspirações, para além dos dados demográficos.

Para o grupo de teste, você deve priorizar os formadores de opinião e influenciadores que se encaixam nas personas criadas.

É importante que esse primeiro grupo seja pequeno, composto de clientes ou leads selecionados.

Quanto maior o grupo, maior o risco de a sua ideia chegar até a concorrência e ficar ameaçada.

Elimine os excessos

Eliminar os excessos é sempre uma etapa difícil na construção do MVP.

Para quem criou o produto, cada detalhe é essencial para mostrar sua qualidade, mas o MVP é a síntese máxima dessas funcionalidades.

Um método útil para cortar itens desnecessários é pedir que cada profissional da equipe liste os atributos principais do produto em ordem de prioridade.

Ao comparar essas listas, você terá um parâmetro para decidir o que é realmente importante no MVP.

Trace metas

Finalmente, você precisa de metas e indicadores para avaliar o desempenho do seu MVP.

A meta de um produto mínimo viável pode ser validar uma funcionalidade, prever o tipo de utilização, testar a aderência de um certo público, etc.

Se você está desenvolvendo um software de vendas, por exemplo, você pode querer saber quais módulos foram mais utilizados no primeiro teste e em quais momentos o programa foi usado.

As métricas, nesse caso, dependem exclusivamente do produto e devem ser formuladas antes do lançamento do MVP.

Assim, você terá como medir seus resultados e ajustar os pontos exatos para o próximo ciclo, repetindo o processo quantas vezes for necessário para alcançar o produto final.

3 Casos de sucesso

Não faltam exemplos de MVPs bem-sucedidos em empresas que você conhece muito bem.

Veja como tudo começou nesses cases de sucesso.

Dropbox

O DropBox é uma das ferramentas mais populares para compartilhamento de arquivos na nuvem, criada pelo empresário Drew Houston.

Em 2007, a equipe responsável pela plataforma chegou a um resultado inédito, usando o conhecimento em tecnologia para criar uma experiência do usuário inovadora.

Nenhuma ferramenta do mercado era tão simples de usar e tão poderosa quanto o DropBox, que funcionava com o simples arrastar e soltar de arquivos.

Apesar disso, a equipe estava tendo dificuldades em vender a solução para investidores, que não acreditavam no potencial do produto.

Basicamente, eles precisavam de um MVP, mas era impossível demonstrar as funções do DropBox em um protótipo, pois sua principal função já representava o produto final.

A solução encontrada foi simples e genial: fazer um vídeo de demonstração.

O DropBox Demo foi lançado em 2008 e explica a função da ferramenta em apenas 3 minutos, como você pode ver no YouTube.

O próprio Drew Houston narra as funcionalidades em uma linguagem adaptada para o público-alvo, que eram os primeiros usuários do Digg, uma comunidade de links e notícias dos EUA.

Como resultado, a lista de espera para testar a plataforma saltou de 5 mil pessoal para 75 mil do dia para a noite.

E assim o MVP do DropBox entrou para a história como um exemplo de sucesso do ciclo construir-medir-aprender.

Uber

O Uber também foi um MVP antes de se tornar o maior aplicativo de transporte urbano do mundo.

O serviço começou em 2010 com o nome de “UberCab”, disponibilizado em uma interface móvel simples, apenas para os fundadores e seu círculo social.

As funcionalidades do MVP foram tão bem escolhidas que continuam sendo nossa razão para usar o Uber:

Desse modo, o Uber testou essas funções com um grupo de clientes de São Francisco e usou suas descobertas para aprimorar o aplicativo até a versão que conhecemos hoje.

Groupon

O Groupon nasceu a partir de um site chamado The Point, que tinha como propósito unir pessoas para realizar tarefas em grupo.

A ideia não estava dando muito certo, então o fundador Andrew Mason resolveu usar o mesmo domínio para publicar ofertas de descontos diariamente.

Com a adesão dos usuários, o modelo de MVP foi criado: quando alguém se inscrevia em alguma oferta, recebia um documento em PDF com o cupom.

Na época, os arquivos eram muito simples e enviados manualmente por e-mail, mas foram suficientes para comprovar o sucesso do modelo de compras coletivas.

Nos tempos áureos, o Groupon atingiu US$ 16 bilhões em valor de mercado, e hoje busca se reinventar depois da fusão com o Peixe Urbano.

Conclusão

Viu como um simples MVP pode solucionar grandes dilemas do empreendedorismo?

Você não precisa gastar tempo e dinheiro com pesquisas, testes e melhorias sem fim para lançar o produto mais incrível do mercado.

Ao invés disso, que tal apresentar a essência da sua solução e descobrir o que os clientes realmente pensam sobre o produto?

Pode não ser tão glamouroso e emocionante, mas é certamente um modo mais ágil e inteligente de transformar ideias em soluções inovadoras.

Sou totalmente a favor do MVP pela sua simplicidade e capacidade de revelar o valor intrínseco dos negócios.

E você?

Pensa em adotar o produto mínimo viável ou prefere os métodos tradicionais?

Esse é um ótimo debate, principalmente para o empreendedor brasileiro.

Aguardo seu comentário para avançarmos no assunto.

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