Se você ainda não conhece o marketing sensorial, pode estar perdendo uma grande chance de destacar a sua marca, conquistar clientes e aumentar as vendas.
O marketing sensorial envolve criatividade e personalização, e é capaz de proporcionar ao público uma vivência diferente e completa.
Esse tipo de estratégia está alinhado aos anseios e comportamentos do consumidor atual.
Para se ter uma ideia, 89% dos brasileiros afirmam que a experiência impacta a decisão de compra.
Se, em pleno 2019, você não leva isso em consideração, o que posso te dizer é que seu negócio está fadado ao fracasso.
E olha que nem preciso de super poderes para fazer essa previsão.
Aproveitando este momento, aqui vai mais uma intuição: você não quer ver o fim do seu negócio.
Acertei?
Então, é o seguinte: você precisa se convencer o quanto antes de que as experiências são importantes.
E eu vou mostrar isso neste texto, com a explicação sobre o que é o marketing sensorial e como ele impacta nos resultados de uma empresa.
Além disso, também separei alguns exemplos de marcas que tiveram sucesso com a estratégia.
Confira!
O que é marketing sensorial?
O marketing sensorial é uma estratégia que utiliza o estímulo dos cinco sentidos para despertar nos consumidores a necessidade e o desejo de adquirir um produto ou serviço, com base em uma experiência singular.
Para entender melhor o que é o marketing sensorial, vou dar um exemplo prático.
Sabe quando você entra em seu restaurante favorito e o cheiro no ambiente o aguça a pedir logo a refeição?
O aroma é tão marcante que, só de lembrar, dá vontade de fazer uma reserva e ir hoje mesmo, não é?
Pois é. O marketing sensorial está presente aí.
Ele se manifesta não só pelo cheiro, mas também por meio das imagens, dos sons, dos sabores e das texturas.
O marketing sensorial pode instigar só um dos sentidos ou usar uma combinação deles.
A estratégia a ser aplicada depende das possibilidades de cada negócio.
Vale destacar que a escolha não se limita à atuação da empresa.
Uma loja de perfumes, por exemplo, não precisa explorar apenas o olfato.
A playlist que toca enquanto o cliente escolhe o que vai levar também é eficaz. A música pode ser associada a alguma lembrança boa, que seja decisiva para a compra.
Deu para entender?
Vamos seguir, então, com as vantagens do marketing sensorial.
Benefícios do marketing sensorial para a sua empresa
Quando citei ali em cima sobre uma lembrança ser capaz de estimular o cliente a efetuar uma compra, dei uma prévia de um dos benefícios do marketing sensorial: o de estabelecer um vínculo afetivo.
Esse elo emocional é tão forte que, na maioria das vezes, o consumidor nem se dá conta de que aquilo o motivou a tomar uma decisão.
Ou seja, a marca vende sem precisar de uma ação comercial direta, abusiva e irritante.
Vai me dizer que você nunca deixou de levar um produto para casa porque o vendedor insistiu demais?
Alguns métodos de abordagem ficaram para trás e foram substituídos por outros muito mais eficientes, como o marketing sensorial.
Ele também contribui para que o público da marca viva experiências diferentes e significativas.
No fim, ao encantar os clientes, as chances de fidelização são muito maiores.
Como o marketing sensorial mudou a maneira de vender?
Você deve concordar comigo que uma propaganda na TV, mostrando os atributos de um produto, já não surte tanto efeito quanto antes, certo?
Na verdade, o canal não importa. Citei a TV como exemplo, mas considere também o rádio, o jornal, as mídias sociais, etc.
O que quero dizer é que a forma de conquistar os consumidores mudou.
São eles que estão no centro de tudo. E não mais as marcas.
Hoje, um bom produto não é sinônimo de vendas.
Quem quer converter, precisa trabalhar outros aspectos, que vão desde o propósito do negócio até a atenção no pós-venda.
Além disso, o consumo é pautado em micro-momentos. São eles que fazem a diferença.
Muitas compras são realizadas no impulso, por uma necessidade gerada em questões de instantes.
O desafio das empresas é descobrir como estar presente e participar dessas interações momentâneas.
É por isso que somente as narrativas, por mais bem construídas que sejam, nem sempre são suficientes para que o público-alvo se sinta conectado a uma marca e decidido a escolhê-la.
É preciso mais. Além da utilidade e da relevância, a estima é importante.
E o marketing sensorial, nesse caso, é uma excelente tática para estabelecer laços e apoiar a tomada de decisão do consumidor.
O fato é que não dá para fechar os olhos diante do cenário atual e dos novos comportamentos.
O jeito de vender se transformou. Evoluiu.
Por essa razão, empresas que adotam o estímulo dos sentidos são mais bem-sucedidas em suas estratégias.
Neuromarketing x Marketing Sensorial
Ao acompanhar o assunto até aqui, deu para perceber que o marketing sensorial atua, de certa forma, subjetivamente.
Afinal, a ideia por trás de todo o processo é atingir o subconsciente do consumidor e fazê-lo tomar decisões baseadas em sensações e sentimentos.
Nesse ponto, o marketing sensorial e o neuromarketing se cruzam.
Na realidade, o marketing sensorial pode ser entendido como uma subcategoria dentro do neuromarketing.
Enquanto o marketing sensorial se encaixa mais como uma estratégia, o neuromarketing é uma ciência.
O neuromarketing, por meio do estudo neurológico, busca identificar as razões que provocam os comportamentos de consumo.
Para isso, realiza o mapeamento das áreas do cérebro responsáveis pela tomada de decisão.
Como resultado, entrega quais táticas podem ser usadas para que esse objetivo seja concretizado.
Assim, o neuromarketing mostra os caminhos, e o marketing sensorial, por sua vez, se aproveita dessa orientação de forma prática.
Quais são os 5 elementos sensoriais?
Mencionei sobre os sentidos, mas ainda não entrei no detalhe de quais são.
Os elementos sensoriais são aqueles que aprendemos lá atrás na escola: olfato, paladar, visão, tato e audição.
Vamos vê-los agora com mais detalhe e como funcionam na prática.
Olfato
Nosso nariz possui algumas terminações nervosas que são estimuladas quando as substâncias passam pela mucosa.
As partículas de alimentos e flores, por exemplo, chegam ao nosso nariz e se dissolvem no tecido. O nosso organismo se encarrega de levar essa informação até o cérebro.
Daí reconhecemos os cheiros das coisas.
O sentido do olfato, portanto, nos permite sentir os aromas que estão no ar.
No marketing sensorial, o olfato é muito explorado por lojas de roupas e comércios de alimentos com o uso de perfumes.
Exemplo de como fazer: em uma loja de roupas de praia, usar cheiros que remetam à água do mar.
Paladar
Também chamado de gustação, esse sentido está ligado à nossa capacidade de reconhecer os sabores.
Por meio das papilas gustativas, podemos sentir o salgado, o doce, o amargo, o ácido e o umami.
Talvez você não conheça este último.
Ele foi integrado nos anos 2000 pela comunidade científica e tem como base o aminoácido glutamato, mais presente em alguns alimentos, como tomate, queijos e cogumelos, dentre outros.
O gosto umami tem um significado generalizado, usado quando uma comida é deliciosa.
Ele pode ser explicado como a sensação de salivação que fica na boca após a degustação.
No marketing sensorial, embora seja mais fácil de empregar o paladar ao setor alimentício, é possível explorar o sentido em outros negócios.
Exemplo de como fazer: oferecer biscoitos para degustação ou outros alimentos que tenham relação com a marca.
Visão
A visão é o sentido que nos permite enxergar o que está ao nosso redor.
A compreensão do que vemos ocorre por meio dos nervos ópticos, que levam as informações até o cérebro.
A identificação das cores e da intensidade luminosa são dois pontos muito importantes, que podem ser levados em conta na hora de colocar o marketing sensorial em prática.
Exemplo de como fazer: criar um ambiente mais intimista com cores frias e luzes de velas.
Tato
O tato, por sua vez, ocorre quando nosso corpo toca alguma coisa e podemos sentir as texturas.
Embora o sentido seja mais comum pela pele, também ocorre na língua e em tecidos internos.
Algumas sensações como calor, frio e dor fazem parte do tato. Os estímulos são impulsionados pelo sistema nervoso central, no qual são interpretados e respondidos.
O tato possibilita diversas formas de promover o marketing sensorial.
Afinal, é mais fácil colocar um produto para toque e experimentação.
Exemplo de como fazer: expor uma cama super arrumada com lençóis, cobertores e colchas para que as pessoas sintam o quanto são confortáveis.
Audição
Por último, a audição, que é a percepção dos sons pelo ouvido.
O órgão reconhece as vibrações das ondas sonoras e as transforma em impulsos nervosos, que são levados pelo nervo auditivo até o cérebro.
O ouvido é bastante sensível e, por esse motivo, suporta ruídos de até 70 decibéis. Acima disso, o tímpano corre o risco de ser lesionado.
Colocar músicas para tocar é uma das ações mais frequentes do marketing sensorial auditivo.
Exemplo de como fazer: montar uma playlist que represente a identidade da marca e atenda às preferências do público-alvo
3 Exemplos De Marketing Sensorial
Para fortalecer ainda mais a ideia do marketing sensorial, selecionei três exemplos de marcas que entenderam a importância da estratégia e criaram ações criativas para encantar os clientes e alavancar as vendas.
Dá uma olhada!
Dunkin’ Donuts
A Dunkin’ Donuts é uma empresa global especializada em rosquinhas e café.
Em Seul, capital da Coréia do Sul, a marca já era conhecida pelos donuts, mas tinha o desafio de emplacar a venda da bebida.
Em meio a tantas outras franquias de café, a Dunkin’ Donuts apostou no marketing sensorial para se destacar.
Avaliando o cenário da região, a empresa percebeu que, por conta do trânsito caótico, a maior parte das pessoas usava o transporte público para ir e voltar do trabalho.
Assim, decidiu liberar o aroma do café nos trens e ônibus todas as vezes em que o anúncio da marca era transmitido no rádio.
A ação impactou mais de 3.500 pessoas e venceu até um prêmio Cannes Lion.
A empresa ganhou também nas vendas, com crescimento de 29%.
Lacoste
A marca do famoso jacarezinho também investiu em marketing sensorial. Dessa vez, para oferecer a seus clientes uma experiência única.
O sentido usado como estratégia foi a audição.
A empresa criou uma playlist repleta de músicas harmônicas à sua essência, e claro, adequada aos gostos do seu público-alvo.
Enquanto os clientes faziam as compras, eles ouviam as músicas. A proposta de oferecer uma experiência completa naqueles momentos agradou a audiência.
Hotel Marriot
Lembra que comentei sobre usar uma combinação de elementos sensoriais?
Foi isso que a rede de hotéis Marriot fez.
Com apenas um equipamento – óculos de realidade aumentada – a marca trabalhou uma experiência completa.
As pessoas viam, por meio dos óculos, as imagens de alguns destinos para aproveitar as férias.
Por conta da tecnologia 4D, a sensação que elas tinham era de imersão.
Dependendo do lugar que estavam vendo, outros itens eram acionados. Nas praias, por exemplo, os óculos simulavam o calor do sol e até borrifavam água para lembrar o mar.
Conclusão
Consegui convencê-lo de como as experiências são importantes e da forma como o marketing sensorial contribui para que elas sejam vivenciadas?
Espero que sim.
Bom, neste artigo, tratei dos elementos sensoriais que podem ser explorados e pincelei alguns exemplos de como colocar em prática.
Você pode reproduzi-los se estiverem alinhados ao seu negócio.
Mas, lembre-se sempre: o ideal é conhecer bem suas personas e entender quais são as maneiras mais adequadas de abordá-las para criar interações momentâneas.
Sem isso, todo o esforço pode ser em vão.
Avalie todo o processo de compra do seu target e pense em como melhorar a experiência dele com a sua marca.
Tenha também o cuidado de fazer isso em todos os canais.
Ou seja, seus clientes precisam ter o mesmo nível de excelência em todos os pontos de contato. É o tão falado e inestimável conceito de omnichannel.
E, então, gostou do conteúdo? Já fez alguma ação de marketing sensorial no seu negócio? Quais foram os resultados? Escreva aqui nos comentários.
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