O marketing 3.0 já é uma realidade.
E se você não sabe o que isso significa, corre o risco de ficar para trás.
Quer entender melhor?
Bom, vale lembrar que nós passamos por diferentes eras no marketing.
Primeiro, havia o marketing 1.0, cujo foco era o produto.
Depois, veio o marketing 2.0, período no qual as ações eram centradas no consumidor.
Até que chegamos ao marketing 3.0, no qual o tratamento ao cliente ganha uma nova cara.
Hoje, as pessoas devem ser percebidas como seres humanos, com seus desejos e incertezas, e não como números.
Mas como levar sua empresa para esse novo patamar?
Se você quer saber a fundo o que é o marketing 3.0 e como implementá-lo na sua organização, continue a leitura.
Nas próximas linhas, você vai compreender tudo que é necessário sobre o conceito e como integrá-lo ao seu negócio.
O que é marketing 3.0
O marketing 3.0 é um conceito moderno criado e popularizado por Philip Kotler, no qual os consumidores deixam de ser vistos como meros compradores e passam a ser observados como pessoas. Por meio da internet, há o atendimento cada vez mais personalizado, tratando internautas mais como indivíduos e menos como públicos.
Essa mudança atende às transformações da sociedade.
Como você sabe, os avanços tecnológicos evoluem de maneira cada vez mais rápida.
E, assim, as pessoas se tornam cada vez mais exigentes.
É por essa razão que, para prosperar, as empresas precisam se adequar à realidade dos consumidores modernos.
A concorrência certamente o fará.
Então, se você deseja sobreviver no mercado, precisa entender as necessidades e desejos do público para, então, suprir a demanda.
Em outras palavras, podemos dizer que o consumidor está no comando.
Foi pensando nisso que Philip Kotler nos apresentou o conceito de marketing 3.0, em seu livro homônimo.
“Marketing 3.0 é o estágio no qual as companhias migram de centrado no consumidor para centrado na pessoa e onde os lucros são balanceados com a responsabilidade da corporação”, diz o autor.
Com isso, Kotler nos diz que, na era da internet, o foco é a resolução de problemas do consumidor.
Seus valores, ideais e ações importam tanto quanto o produto e as necessidades.
É a humanização das marcas em seu estágio mais avançado.
Nesse conceito, os compradores deixam de ser meros receptores da mensagem e passam a ter autonomia no processo de criação de produtos e empresas.
Em outras palavras, têm voz ativa em todos os processos que modelam um negócio.
A opinião do público importa, suas ideias são valiosas para as organizações e influenciam outros compradores.
O marketing 3.0 leva em conta o empoderamento do indivíduo, cujo agrado a partir dessa era torna-se o cerne das estratégias desenvolvidas.
A importância do marketing 3.0
Mas por que o marketing 3.0 é importante?
Se no marketing 1.0 as atividades eram voltadas à qualidade do produto, no marketing 2.0 se referiam aos desejos do consumidor.
Em sua evolução, o marketing 3.0, as pessoas são tratadas como seres humanos com características individuais e únicas.
Obviamente, como as ações de marketing são massivas, é praticamente impossível dedicar campanhas exclusivas.
No entanto, esse é o objetivo do conceito: uma relação pessoal, laços aprofundados e desenvolvimento simultâneo de cliente e marca.
Aqui precisamos tratar não apenas das interações, mas também da compreensão do pensamento do consumidor por meio de um famigerado método: a pesquisa de mercado.
Com informações em mãos, trabalha-se o produto, o relacionamento, o atendimento, o suporte, o design, a comunicação e todos os demais fatores que circundam um negócio com o objetivo de proporcionar boas experiências ao consumidor.
Não se engane.
O produto ainda precisa ter qualidade.
As necessidades do consumidor ainda precisam ser supridas.
O que muda é o direcionamento, a maneira com a qual o indivíduo é tratada para atrair ainda mais pessoas e gerar melhores resultados.
Em termos mais simples, o marketing 3.0 é importante porque revoluciona o mercado.
Ao elevar a personalidade do cliente a um novo patamar, podemos criar soluções cada vez mais individuais.
A história do Marketing 3.0
Para compreender a história do marketing 3.0 e sua utilidade, antes precisamos voltar alguns anos e adentrar os conceitos de marketing mais tradicionais.
Para tal, contarei um pouco sobre os conceitos de marketing 1.0 e marketing 2.0.
Por fim, falarei sobre o tema deste texto, o marketing 3.0.
Marketing 1.0: Foco no produto
A produção industrial teve início em meados da década de 1760.
Nesse momento histórico, houve a troca do trabalho manual pelas máquinas.
Mas para que haja venda também é necessário que existam consumidores.
Houve um aumento no padrão de vida das pessoas, que agora detinham o poder de compra que gera o crescimento de negócios.
Lembre-se de que estamos falando sobre o início das companhias, em um tempo em que ninguém sonhava com a existência de tecnologias como rádio, TV ou internet.
Por isso, o objetivo das empresas se resumia às vendas diretas.
Juntamente a esse novo paradigma surgia o marketing 1.0, modelo no qual o foco é o produto.
Naquela época era natural que uma empresa enaltecesse todas as vantagens de um item de seu catálogo.
Para vender uma lata de ervilhas, por exemplo, o profissional traria à tona todos os benefícios do grão, as doenças que previne, os nutrientes que possui.
Ou seja, a função do marketing era clara e direta: chamar a atenção e estimular o consumo.
Não havia preocupação com a segmentação de mercado, a definição de público-alvo ou outras estratégias modernas.
As atividades eram voltadas simplesmente às vendas e jogadas no mercado para atingir um número máximo de pessoas sem direcionamento.
Marketing 2.0: Preocupação com o público
Com o tempo, naturalmente surgiu um empecilho para as vendas das maiores organizações: a concorrência.
Se antes o mercado era mais livre, a partir de determinado momento tornou-se saturado.
Os profissionais enxergaram problemas para se destacar em meios aos consumidores.
Surgiram novos meios de comunicação, tecnologias e empresas disputando públicos semelhantes.
Nesse cenário surgiu o marketing 2.0.
Agora uma pessoa não tinha apenas uma opção para comprar ervilhas, mas várias empresas oferecendo produto semelhante.
Como atrair pessoas quando há uma legião de empresas realizando o mesmo tipo de campanha?
A resposta foi a transferência do foco das estratégias.
Em vez de apontar para dentro da empresa, as ações passaram a se dirigir para um elemento externo, de macroambiente: o consumidor.
A partir desse momento, o mais importante é produzir o que o cliente quer comprar, e não mais convencê-lo de que os seus itens têm qualidade superior.
Passa-se a compreender as necessidades de consumo.
Outra importante revolução veio por meio da compreensão de público.
Em vez de tentar atingir o máximo de pessoas com as ações de marketing, iniciou-se aqui o processo de segmentação.
Ora, não faz sentido anunciar em um jornal voltado às elites se o seu produto é voltado às classes mais baixas, não é mesmo?
Um anúncio na televisão em um horário cujo público é majoritariamente feminino não faz sentido para uma marca de roupas íntimas masculinas.
E de que adianta oferecer serviços em regiões do país que a sua empresa não cobre?
Nascia o conceito de público-alvo.
Simultaneamente, os 4Ps do marketing, os tradicionais produto, praça, preço e promoção.
Aqui as necessidades do consumidor eram levadas em consideração, não mais tratando-os como fornecedores de recursos.
Marketing 3.0 e Philip Kotler
Enfim, chegamos ao marketing 3.0.
O avanço tecnológico fez emergir a maior inovação tecnológica no setor de comunicação: a internet.
Ela modificou os hábitos dos consumidores.
Com ela vieram outras tecnologias, que também contribuíram para mudanças drásticas nos padrões de consumo.
Antes as pessoas iam até as lojas para encontrar soluções para seus problemas.
Agora elas simplesmente consultam o Google para descobrir e comparar produtos e serviços.
Antigamente a reputação dos negócios era construída na base do boca a boca.
Hoje as redes sociais são meios de consulta permanentes para encontrar referências.
O consumidor foi empoderado.
Sua opinião ganhou força e a troca de informações atingiu recordes de velocidade e volume.
Atualmente uma única pessoa pode ter o mesmo poder de influência de grandes órgãos de imprensa.
E as pessoas são realmente afetadas por outras, tanto por aquelas que fazem parte de seus círculos quanto desconhecidas.
A decisão deixou de ser individual para ser coletiva.
É por isso que as ideias de um único consumidor afetam todo o seu ambiente.
Nesse cenário, é preciso gerar empatia para adquirir a confiança de potenciais compradores.
As marcas foram humanizadas.
Elas têm pensamentos, refletidos por meio de sua missão, visão e valores.
Elas interagem por meio das redes sociais, compartilhando praças digitais com seus seguidores.
Elas fornecem conteúdo, gerando utilidade para os clientes.
Falo, acima de tudo, sobre propósito, relacionamento e personalização.
De ideias semelhantes, convívio e individualidade.
O usuário de internet é exigente e precisa saber que as empresas agem conforme seus ideais, mantém um diálogo com os consumidores e o enxerga como ser humano único.
Tais ações são impulsionadas pelo poder da web.
Por meio do recolhimento de dados, análise de métricas e automação de marketing, é possível realizar essas atividades de maneira massiva e, ainda assim, personalizada.
Esse é o grande poder por detrás da era digital: tratar pessoas como pessoas, e não como fontes de arrecadação.
As 3 forças propulsoras do marketing 3.0
Para Philip Kotler, existem três forças propulsoras do marketing 3.0.
Veja quais são elas a seguir.
1. Colaboração
No marketing 3.0, as pessoas produzem seus próprios conteúdos, interagem entre si e constroem novas ideias.
Ou seja, se ajudam mutuamente, colaborando pela disseminação de suas ideias e construindo um mundo melhor coletivamente.
2. Globalização
A globalização representa o fim das barreiras da comunicação.
Não há limites para a troca de informação entre pessoas e, por isso, há cada vez mais tribos culturais se instaurando.
Por isso, empresas precisam se adequar às ideias de seus públicos-alvo, demonstrando preocupação com as comunidades que a cercam.
3. Criatividade
Com a facilidade de comunicação, o campo das ideias também sofreu mudanças.
Hoje é muito mais fácil compartilhar conhecimento.
Por conta disso, as empresas precisam mostrar seus interesses e motivações, fatores diferenciais para a decisão de compra e a fidelização de clientes.
6 passos para aplicar o Marketing 3.0 na sua empresa
Agora é chegada a hora de aprender a aplicar o marketing 3.0 diretamente em sua empresa.
Para isso, aqui vão algumas dicas.
1. Crie a melhor experiência para seus clientes
O foco das ações no marketing 3.0 é a experiência do cliente.
Toda interação com a marca (e não somente com o produto) é valiosa para estabelecer uma marca forte.
2. Segmente o seu público
Com a revolução do Big Data, tornou-se possível a segmentação precisa de campanhas digitais.
Links patrocinados, e-mail marketing, SEO…
Tudo pode ser direcionado a um público específico que tem maiores chances de se tornar leal à marca.
3. Defina o propósito do seu negócio
Os valores de uma marca importam muito para o consumidor moderno.
Por isso, é muito importante deixar claro o posicionamento, mesmo que seja contrário a outras ideologias.
4. Trabalhe em colaboração
A colaboração é a alma do negócio no marketing 3.0.
Estabeleça um relacionamento contínuo com o público para, juntos, criarem uma marca ainda mais forte.
5. Use a tecnologia como facilitador
A tecnologia se renova todos os dias.
Adaptar-se à realidade do cliente faz parte das tarefas de um negócio no marketing 3.0.
6. Ofereça conteúdos de valor
A produção de conteúdo valioso é a prova de que a sua marca se importa com as pessoas e não quer somente vender um produto.
O investimento nessa estratégia faz-se necessário para trazer utilidade ao público e fazer com que ele confie na empresa.
7. Utilize os 10 mandamentos do marketing 3.0
Por fim, aconselho a utilização dos 10 mandamentos do marketing 3.0, tal qual descritos por Philip Kotler:
- 1. Estime seus clientes, respeite seus concorrentes
- 2. Seja sensível à mudança, e esteja pronto para se transformar
- 3. Proteja seu nome, seja claro com sua imagem
- 4. Todo cliente é diferente; procure primeiro aqueles que mais podem se beneficiar com seu negócio
- 5. Ofereça sempre um bom pacote de serviços por um preço justo
- 6. Esteja sempre disponível, compartilhe novidades
- 7. Conheça seus clientes, mantenha-os e conquiste outros
- 8. Seja qual for o seu negócio, ele é um negócio de serviços
- 9. Aperfeiçoe sempre seu processo de negócio em termos de qualidade, custo e distribuição
- 10. Colha informações relevantes, mas use sua sabedoria para tomar a decisão final
Exemplos de Marketing 3.0
Para mostrar a aplicação do marketing 3.0 na prática, selecionei três exemplos de grandes marcas.
Veja, abaixo, quais são eles.
Dove
A Dove foi uma das pioneiras no posicionamento de mercado.
A empresa se coloca como uma defensora da beleza natural das pessoas, mesmo quando tantos concorrentes incentivam o contrário.
A mensagem passada pela empresa rompe barreiras.
A Dove luta contra estereótipos, preconceitos e paradigmas que não se encaixam mais no mundo de hoje.
A empresa entende o seu público e luta junto a ele na construção de um mundo mais agradável para mulheres.
Skol
O segmento de bebidas alcoólicas é um setor complicado.
Isso porque utilizam paradigmas tradicionais que muitas vezes são criticados no mundo de hoje, inclusive com relação à saúde.
Mas a Skol sabe se posicionar perfeitamente.
Em seu posicionamento, apoia a diversidade e utiliza elementos modernos em suas campanhas.
Sobretudo, a empresa prega a igualdade de gênero, ao contrário de outras marcas cujo público é exclusivamente masculino.
Uber
O aplicativo de transporte mais utilizado do Brasil é outro que se destaca no marketing 3.0.
Por meio de uma comunidade forte, transformou o segmento no país.
Além disso, disseminou a ideia do uso da tecnologia para o fortalecimento dos ideais de cooperação.
Empresas no setor estão sempre se adequando às necessidades e transformando setores antigos com novas tendências.
Nubank
A Nubank é mais um exemplo de posicionamento de marketing 3.0.
A empresa tem como principal acabar com a burocracia e acabar com grande parte dos problemas que cercam o consumidor moderno.
A ideia de um banco que não tem agências pode parecer absurda, mas isso também representa a ausência de filas.
Essa marca compreende os dilemas de seus usuários como nenhuma outra, pois utiliza seu aplicativo para recolher dados e realizar melhorias para os cadastrados.
Nesse sentido, há também uma ideia por trás: colocar a pessoa como foco das estratégias.
Conclusão
Nas linhas acima, você aprendeu tudo sobre o marketing 3.0.
E também compreendeu outros conceitos importantes.
Nessa jornada, aprendemos sobre a definição do marketing 3.0 na visão de seu idealizador, o conceituado Philip Kotler.
Depois, vimos qual é a importância de sua aplicação na prática e conhecemos um pouco mais sobre sua história.
Nesse ponto, adentramos também nos conceitos de marketing 1.0 e marketing 2.0.
Conhecemos, também, as três forças propulsoras do marketing 3.0: colaboração, globalização e criatividade.
Por fim, observamos algumas dicas para implementá-lo em sua empresa e alguns exemplos de utilização.
Eu espero que este texto tenha sido útil para você.
E se restou alguma dúvida, deixe um comentário.
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