Você sabe o que é naming?
Mesmo que a resposta seja negativa, arrisco dizer que você já praticou essa ação em algum momento de sua vida.
Há uma lógica por trás dessa afirmação – e ela vem de muito tempo.
A fim de identificar e personalizar coisas, o ser humano desenvolveu um processo simples: dar nome a elas.
É o que acontece quando você batiza um filho, um pet ou um projeto, por exemplo.
No mundo corporativo, isso é especialmente importante.
O impacto de um nome pode influenciar nos resultados diretos de um negócio.
Existem casos de marcas que escorregaram na hora de decidir e, por conta disso, não emplacaram.
Por outro lado, outras empresas obtiveram sucesso crescente por conta da escolha.
Todo processo começa pelo nome.
É por ele que as pessoas se referem à companhia do início ao fim de suas atividades.
Assim, um erro crasso é escolher um nome na base apenas da intuição.
Não, não pode ser assim.
É necessário planejamento, pesquisa e criatividade.
Aí está um bom resumo do que você vai ver a partir de agora.
Neste artigo, trago tudo que você precisa saber para aperfeiçoar o seu processo de naming e lançar o seu produto ou negócio com o pé direito.
Vamos lá?
Entenda o que é Naming
Quanto vale um nome?
Será que uma certa empresa de dispositivos teria tanto sucesso se, em vez de uma maçã, escolhesse uma pêra para representar a empresa?
Provavelmente, não.
As palavras carregam significados.
Não foi uma pêra que caiu na cabeça de Newton, fazendo as pessoas inconscientemente ligarem uma fruta à tecnologia.
A Apple é um bom exemplo de naming porque nos remete à inovação, à ciência.
Mas existem diversos outros casos.
No processo comunicacional, existem muitos elementos que nos fazem compreender uma mensagem.
Porém, é difícil apontar um que seja mais importante que um nome.
É por meio dele que você se apresenta.
É por ele que você fica conhecido.
É ele que transmite ideias ao ser citado, redigido ou referenciado.
Chamamos de naming o processo de criação de nomes para marcas.
Seu objetivo, claro, é comunicar além dele.
Quando ele não tem sentido algum, dificilmente as pessoas farão conexões automáticas, como no caso da Apple e o conhecimento.
Por isso, podemos dizer que a seleção do nome é o primeiro passo em ações de branding.
Além disso, leva em conta processos legais e a disponibilidade para criação de espaços virtuais.
Quando a escolha é feita “pelos cocos”, provavelmente, a conta chega.
Graças a isso, precisamos levar em consideração uma série de fatores até chegar ao ideal.
Processo de criação de nomes para empresas
Para criar um nome para uma marca, é preciso levar em conta uma série de fatores.
Público, conceito, objetivos, diferenciais, valores, posicionamento, problemas que pretende solucionar…
Em outras palavras, o processo de naming é complexo.
Mas, acredite, vale a pena.
Dizem que a primeira impressão é a que fica.
Na maioria dos casos, essa pode ser a sua única oportunidade de passar uma mensagem e fixar o nome na cabeça do consumidor.
Outro fator importante é a associação.
Para empresas que adentram o mercado, isso deve ser levado em consideração.
A seguir, conheça alguns dos principais elementos a serem considerados na hora de elaborar um nome memorável para uma marca ou um produto.
1. O nome precisa estar disponível
A exclusividade é essencial durante o processo de naming.
Afinal, você não quer que ninguém confunda sua marca, não é mesmo?
Há outras razões para ser original.
Primeiro, a legalidade.
Empresas registradas precisam de um nome único.
Segundo, mas não menos importante, temos a rastreabilidade.
Pensando em marketing digital, é importante que as pessoas encontrem facilmente um canal de mídia própria ao jogar o nome da marca no Google.
Então, considere também a disponibilidade do domínio, e-mail oficial e perfis em redes sociais, garantindo que não existam outras pessoas utilizando canais importantes contendo o nome que você escolher.
2. Escolha um naming curto e fácil
Para que as pessoas se lembrem do nome da sua marca, ele deve ser curto e fácil.
Ela deve permanecer no inconsciente coletivo e estar na ponta da língua, pois isso significa divulgação orgânica, sem custos.
Além disso, você não deseja que as pessoas tenham dificuldades ao digitá-la em ferramentas digitais.
3. Pense nos significados das palavras
Existem diversos casos de empresas que se deram mal ao ignorar o significado que seus nomes poderiam ter.
Foi o que aconteceu, por exemplo, com a Ford.
Quando a empresa tentou importar o modelo de carro Pinto, ele não foi bem aceito pelo mercado.
Mesmo que não tivesse um sentido polêmico em sua língua original, ao ser transferido para o Brasil, as coisas mudaram de figura.
Outra situação desagradável ocorreu quando um fabricante tentou implementar um produto para cortar alimentos com o nome de Pik Alho.
Por isso, vale atentar a detalhes, incluindo a sonoridade conjunta de diferentes termos.
4. Fuja dos clichês e modismos
Para que sua marca tenha o impacto desejado, ela deve pensar em resultados a longo prazo.
Modismos têm um prazo de validade e, certamente, será um golpe duro caso as pessoas deixem de compreender seu sentido com o passar dos anos.
O mesmo é válido para clichês, já que normalmente revelam ausência de criatividade.
5. Tenha motivação afetiva e pessoal, mas com cuidado
Para estabelecer uma presença de sucesso, uma marca precisa gerar empatia com os consumidores.
O lado emocional do cliente pesa muito, já que é necessário transmitir uma imagem de que a marca se importa com a própria personalidade.
Um bom exemplo disso é a empresa de bebidas Red Bull (touro vermelho).
A associação com um animal forte e energético, somada a uma cor que representa a excitação, é perfeita para a indústria esportiva, foco do negócio.
6. Avaliação da sonoridade e escrita
Tanto a escrita quanto a sonoridade do nome de uma marca devem ser simples.
Esse exemplo pode ser testado até mesmo com amostragens menores.
Você pode, por exemplo, pedir para pessoas próximas que tentem escrever o nome da sua marca.
Se houver uma taxa de erro de escrita, pode ser uma boa ideia alterá-la.
O mesmo vale para o som.
Ele deve soar bem aos ouvidos, além de ser pronunciado naturalmente.
As pessoas se embolam na hora de dizê-lo?
Então, reconsidere a sua escolha.
Um exemplo é a empresa de telefonia Oi.
Essa é uma palavra utilizada cotidianamente e associada às ligações telefônicas.
Por outro lado, temos a extinta Aeiou, cuja pronúncia é um tanto quanto complexa durante a conversação.
Tipos de Naming
Para criar um nome, você precisa usar a criatividade, mas isso não significa que ele precisa ser complexo.
Um dos erros mais comuns nas empresas é ignorar a etapa do naming.
Mas dá para entender.
Não é fácil ter ideias únicas e dinâmicas para encontrar algo que se encaixe ao nicho de mercado.
Para facilitar essa ação, é preciso conhecer os principais tipos de naming.
É o que proponho a você agora.
Descritivo
O nome descritivo é aquele que indica o que a empresa, produto ou serviço é ou faz.
Assim, ao ouvi-lo, as pessoas farão a associação imediata.
Um bom exemplo é o Banco do Brasil.
Todos sabem qual é a função de um banco, portanto, não terão nenhuma dificuldade em entender o que a empresa faz.
A editora de livros Leya é mais um caso que utiliza esse modelo com perfeição.
Experiência
O nome de uma marca também pode ser escolhido por conta da experiência.
Nesse caso, ele trata das emoções e expectativas proporcionadas pela marca.
A marca de roupas Amazônia, por exemplo, deixa claro o seu posicionamento a favor da sustentabilidade.
Logo, pessoas que também levam em consideração esses ideais têm grandes chances de enxergar valor na marca.
Isso pode ser percebido somente ao ouvir o nome da empresa, e reforçado por meio da sua identidade visual.
Inventados
Nomes inventados podem não remeter a experiências posteriores, mas têm seu valor.
Isso porque são únicos e, ao longo do tempo, ganham força na mente das pessoas.
Eles também dão liberdade criativa para um naming poderoso e que soa bem aos ouvidos.
Um case muito interessante é o da empresa de sorvetes Häagen-Dazs.
O nome, em si, não significa nada.
No entanto, os criadores encontraram uma sonoridade perfeita que, aliada às campanhas de marketing, geraram resultados incríveis.
Toponímicos
Os nomes toponímicos fazem referência direta ao local de origem da empresa ou produto.
Ele é muito comum, por exemplo, em marcas de jornais impressos, como o New York Times e a Folha de São Paulo.
No entanto, pode ser implementado em outros segmentos.
Um exemplo clássico é o da marca Nokia, uma alusão à cidade do seu criador, que fica na Finlândia.
Patronímicos
Os nomes patronímicos, por sua vez, são baseados em nomes de pessoas.
Você pode não imaginar, mas muitas das marcas presentes no seu dia a dia utilizam esse modelo.
Hewlett Packard (HP), por exemplo, é a fusão dos sobrenomes de seus criadores.
O mesmo vale para Colgate, Nestlé, Philips, Gillette, Ferrari e muitos outros.
Composto
Já os nomes compostos são a junção de duas ou mais palavras para sua composição.
Gatorade é a fusão das palavras “Gator Aid”, que significa “apoio aos Gators”, para suportar o time de futebol americano da Universidade da Flórida.
Abreviado
O oposto também pode ocorrer, quando o nome é a abreviação de outro termo, mas com uma sonoridade única.
É o que ocorre com a empresa de tecnologia Intel, por exemplo, que é a redução da palavra “inteligência”.
Muitas vezes, soluções simples são o melhor caminho.
Sugestivos
Os nomes sugestivos são aqueles que trazem à mente a lembrança de algo.
Por exemplo, a marca de cerveja Antártica, cujo produto é normalmente consumido gelado.
Ao fazer essa associação, o consumidor o relaciona a uma experiência prazerosa.
Siglas
Outro recurso muito comum utilizado na hora de criar nomes é uma espécie de abreviação, as siglas.
Nesse caso, a empresa utiliza as primeiras letras dos termos que a compõem, como SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), 3M (Minnesota, Mineração e Manufatura) e LG (Life’s Good).
Principais perguntas do processo de naming
Agora, vou resumir as principais perguntas que você deve fazer ao iniciar o seu processo de naming (e as possíveis respostas para elas)..
É fácil?
O seu nome deve ser de simples pronúncia e escrita.
As pessoas precisam compartilhá-lo sem dificuldades.
Por exemplo, Lego, Sadia e Globo.
É impactante?
O nome também deve causar impacto no consumidor.
Assim, ele dispertará sua curiosidade.
Alguns bons exemplos são Petrobras, Forbes e Volvo.
É expressiva?
Outro fator crucial para o naming é representar o propósito da marca.
Em outras palavras, levar ao público elementos da personalidade do negócio.
Natura, Kibon e Facebook são algumas boas demonstrações.
É único?
O seu nome deve ser único para diferenciá-lo da concorrência.
Além disso, existem as questões legais.
É memorável?
O nome deve soar como um gongo na mente do consumidor.
Isso quer dizer que precisa ser facilmente lembrado.
Alguns casos são Samsung, Skol e Shell.
É agradável?
A aparência do nome também deve agradar o consumidor.
Alguns nomes agradáveis são M&Ms e Nike.
É disponível?
O domínio (URL) e principais perfis estão disponíveis?
Faça-se essa pergunta para garantir que não terá problemas ao estabelecer sua presença digital.
É rastreável?
A sua marca deve ser encontrada pelas pessoas no ambiente digital.
Por isso, considere a possibilidade de conquista de resultados em SEO (Searching Engine Optimization) na hora de criar um nome para ela.
É versátil?
Por fim, observe se o nome pode ser utilizado em outros lugares do mundo, caso haja interesse de expansão.
Algumas marcas de renome internacional são Google, Adidas e Netflix.
Conclusão
O processo de naming é muito mais complexo do que parece.
Escolher um nome para a sua empresa, produto ou serviço é a primeira forma de interação com o público-alvo.
No texto de hoje, aprendemos o que é naming e sua principal funcionalidade.
Além disso, vimos quais são os processos utilizados para estabelecer uma marca poderosa.
Observamos também alguns tipos de naming e conhecemos as principais perguntas na hora de criá-lo.
Espero que a leitura tenha sido agradável e tire as suas dúvidas.
Se restou alguma, deixe seu comentário.
Então, qual vai ser o nome da sua próxima iniciativa?
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