7 Estratégias de Marketing da Apple Que Você Deveria Aprender

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Você já olhou para uma marca ou uma pessoa de muito sucesso – uma celebridade, por exemplo, ou, uma grande empresa – e se perguntou, “Como eles conseguem?”

A Apple é, para mim, uma dessas marcas. Quase tudo o que lançam faz sucesso. A empresa teve um crescimento de receita quase sem comparação entre 2004 e 2014 — de $8 bilhões para $180 bilhões. Isso é impressionante.

Mas o sucesso da Apple não quer dizer apenas ganhar muito dinheiro, ou vender muitos produtos. Quantas empresas realmente mudaram as regras do jogo em seus nichos da forma como a Apple tem feito?

Além disso, a estratégia de marketing  da Apple fez isso repetidas vezes, apesar do que os seus críticos têm a dizer. O iPod, o iPhone, o iPad… todos esses produtos praticamente revolucionaram os seus respectivos “espaços“ de mercado.

A Apple cria clientes evangelistas que esperam na fila por horas a fio somente para comprar a primeira edição de qualquer um de seus produtos no minuto em que são lançados.

A Apple faz tudo isso tão bem que há sites inteiros dedicados completamente aos produtos da Apple e sua estratégia de marketing. Até mesmo publicações jornalísticas de alto nível como o The Atlantic escrevem incansavelmente sobre a empresa, dissecando o que ela faz e como consegue.

A Apple vai além do rótulo de “marca de computadores“ — eles criam produtos que seus clientes acreditam que tornem a vida melhor, mais fácil, mais divertida e mais legal.

Como é que eles conseguem?

Bem, design e utilidade são apenas duas razões por trás do sucesso da empresa.

Mas, o mais importante para você e para mim, o segredo da Apple para transformar compradores casuais em embaixadores da marca pode ser aplicado a praticamente qualquer negócio, em qualquer nicho ou indústria.

Neste artigo, vou revelar sete pilares da mundialmente famosa estratégia de marketing da Apple que você poderá adaptar ao seu próprio negócio.

1. Repense Sua Necessidade de Publicidade 

É tentador colocar muita grana em anúncios PPC com o Google ou Facebook quando você quer aumentar suas receitas de vendas. Mas, a Apple sabe que isso nem sempre é necessário.

Na verdade, a Apple se apoia especialmente em duas estratégias completamente diferentes: colocação de produtos (principalmente com celebridades em eventos populares)  e no burburinho gerado pelas recomendações positivas na mídia.

Esse segredo foi revelado na disputa judicial de patentes da Apple com a Samsung, acredite ou não:

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Mesmo que você não tenha os recursos e o orçamento da Apple, você ainda pode aproveitar a mesma abordagem. Talvez você esteja se perguntando “Como posso aplicar esse segredo da estratégia de marketing da Apple no meu negócio?“

Bem, talvez não seja possível colocar seu produto nas mãos de uma Kardashian, ou em um programa famoso de TV.

Mas você pode abordar influenciadores e pessoas bem conectadas. Se você convencer um formador de opinião de que seu produto ou serviço vale a pena e tem relevância para o seu público-alvo, ele irá compartilhar isso com seus seguidores.

Outra maneira que a Apple usa esse segredo é ter um programa de experimentação gratuita. Ofereça um teste grátis de seu serviço ou produto, e, em troca, peça uma recomendação positiva.

Se um teste grátis de seu produto não for possível, então entre em contato com seus clientes satisfeitos e peça uma recomendação positiva ou uma opinião sobre o produto. Publique as recomendações no seu site.

Eu tenho publicado recomendações de meus clientes satisfeitos neste site já há algum tempo, e posso afirmar que elas ajudam a persuadir clientes em potencial a se tornarem clientes e assinantes. Você verá algumas dessas recomendações até mesmo nesta página.

Não se esqueça de atribuir a cada recomendação uma imagem ou avatar, o nome da pessoa e um link para o seu site, se possível. Isso acrescenta mais prova social ao comentário positivo do seu cliente sobre a sua marca.

Você também pode aplicar essa estratégia vencedora da Apple criando mais estudos de caso.  Uma pesquisa da Nielsen sobre confiança do consumidor em marketing mostra que 92% dos consumidores confiam nas recomendações de seus amigos e familiares, enquanto que 70% de compradores confiam em opiniões de outros consumidores publicadas online, na forma de reviews (recomendações).

Ainda, estudos de caso são uma das 15 formas de conteúdo comprovadas que geram tráfego e ajudam a conquistar leads.

Adam Sutton da MarketingZeus.com sugere um esboço para criar estudos de caso:

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  1. Desafio — descreva o problema enfrentado por seu cliente, ou descreva a oportunidade a ser aproveitada.
  2. Ação — Mencione brevemente como o cliente encontrou o seu negócio, então cite os passos que você seguiu para resolver o problema. Seja específico e demonstre sua expertise e habilidade para trabalhar junto com o cliente.
  3. Resultados — Demonstre como você eliminou o desafio e trouxe benefícios para o cliente.

Finalmente, se você pretende iniciar uma campanha de anúncios PPC , certifique-se que o fará da maneira inteligente. Escolha a sua rede de PPC cuidadosamente; crie uma landing page limpa, e bem escrita com um call to action (CTA) claro and certifique-se de que o texto do seu anúncio e sua landing page estejam completamente alinhados.

Se você precisar de mais ajuda com anúncios PPC, os seguintes recursos te ajudarão:

2. Evite Disputas Baseadas em Preço Enfatizando Sua Proposta Única de Valor

Muitos empreendedores acreditam – falsamente – que têm que competir no preço. Eles não poderiam estar mais enganados.

Na verdade, competir baseando-se em preço pode prejudicar o seu negócio – a Apple sabe bem disso.

Baixar os preços e competir no preço leva a uma corrida para baixo. Por exemplo, se você já viu anúncios de trabalho em sites para freelancers, deve ter visto coisas estranhas. Para alguns sites, o valor médio por uma postagem de blog é de $10, ou até menos!

O que pode parecer uma boa ideia é, na realidade, uma visão míope. “Você recebe por aquilo que paga“ nunca é tão verdadeiro como quando os negócios e os freelancers tentam dar lances menores uns contra os outros.

O seu post de 10 dólares certamente será mal escrito, sem nenhuma pesquisa ou dado para sustentar opiniões. E o mesmo post poderá ter sido regurgitado de uma site de outra pessoa – ou até mesmo copiado abertamente, palavra por palavra.

Nem o Copyscape pode proteger você de conteúdo lixo.

Isso porque nenhum freelancer pode sobreviver com textos de $10, a menos que ele possa escrever postagens por atacado.

Em vez disso, faça como a Apple. A Apple se concentra em sua PUV (Proposta Única de Valor), que é belo design que funciona ao sair da caixa com embalagens cada vez menores.

E o custo? Bem, acho que podemos dizer que a Apple definitivamente não está competindo no preço! Na realidade, é quase garantido que você pagará mais – às vezes, bem mais – por um produto Apple do que pagaria por uma versão de um mesmo produto da concorrência.

Tome como exemplo alguns computadores na Best Buy – digamos, dois laptops similares, ambos com processadores core i5 and tela de 13.3”. A versão PC, um Dell Inspiron, custa cerca de $750. O Macbook Pro da Apple, por sua vez, custa mais de $1.000.

Ou, então,  tome duas máquinas Desktop, por exemplo, o HP Pavilion all-in-one com tela touchscreen e um monitor de 27” custa pouco menos de $1.000. O equivalente da Apple — o 27” iMac — vai te arrancar quase $1.800.

Como a Apple consegue manter seus fãs com preços tão mais altos que os seus concorrentes?

É porque a Apple não vê os PCs como competidores. Enquanto outros focam em uma única característica vantajosa, a Apple se concentra no produto por inteiro, e funciona.

De fato, a Apple ganha com preços maiores por causa de seus atributos e características de ponta.

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Vamos observar alguns números. Comecei minha pesquisa com notebooks de ponta — gastei uma hora no site da Dell tentando achar o notebook mais barato que oferecesse tudo o que o Macbook Pro 17 da Apple, que custa $2.799. O que inclui:

  • Tela de Retina com 17” e resolução de 1680×1050 (resolução opcional de 1920×1200 por $100 a mais)
  • Processador Core Duo de 2,4 GHZ
  • 2GB de RAM (com possibilidade de upgrade para 4GB)
  • 256MG Nvidia GeForce 8600M GT video
  • HD de 160 GB 5400 rpm SATA
  • 8x SuperDrive (DVD + L DL/DVD +RW/CD-RW)
  • 54 Mbit/seg a/b/g/ Draft n Wifi
  • Bluetooth 2.0 +EDR, Express card 34 card slot
  • 3 portas usb
  • 1 porta Firewire 800
  • 1 porta Firewire 400
  • Porta DVI
  • Câmera iSight embutida
  • Garantia de 1 ano (extensão por 3 anos disponível)

Você pode  implementar a mesma estratégia, não importa o nicho ou indústria que esteja e independentemente do seu modelo de negócios. Quer você venda produtos, quer venda serviços, a chave para fazer essa estratégia funcionar é certificar-se de que  você pode justificar o preço mais alto.

Para empresas de software tipo SaaS, isso pode significar criar um nível mais alto de serviço personalizado ou oferecer garantia completa de devolução do dinheiro.

Para coaches ou consultores, a sua própria marca pode ser um diferencial, oferecendo mais encontros de trabalho ou conferências por Skype.

Você também pode seguir o exemplo da Apple oferecendo uma variedade de opções dos seus produtos e serviços em diferentes faixas de preços. Por exemplo, A linha de MacBooks da Apple oferece telas maiores e outros atributos extras, por um preço maior.

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Sim, a Apple é o Rolls Royce dos produtos de tecnologia. Seus clientes estão mais do que satisfeitos em pagar valores premium, porque sabem que receberão algo à altura.

3. Mantenha Seu Marketing e Seus Produtos Simples

Mais nem sempre é melhor.

A Apple compreende que os consumidores de tecnologia se sentem sobrecarregados com informação com frequência. Isso também acontece em outros nichos e indústrias. 

A Apple reduz a confusão enfrentada por consumidores ao simplesmente simplificarem os textos no site e outros textos de venda.  Eles eliminam completamente o jargão e termos técnicos. Em seu lugar, usam linguagem simples e direta enquanto destacam os benefícios que os consumidores precisam muito e pelos quais serão encantados. 

Essa abordagem não confunde os clientes com excesso de informações. Como disse Leonardo da Vinci,

Simplicidade é o máximo da sofisticação.

A Apple simplifica e seus clientes adoram isso.

A Apple também cumpre esse princípio em suas peças publicitárias. Você se lembra dos vídeos clássicos do “Mac vs. PC”?

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O que os anúncios da Apple projetam não são atributos e especificações, mas sim como o produto pode mudar sua vida e torná-la melhor.

Mas a Apple não para por aí.

Eles carregam a filosofia “quanto mais simples melhor” nas sua linhas de produtos também. Eles não sobrecarregam seus clientes em potencial com escolhas, parâmetros e opções em demasia.

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Até mesmo os produtos são mantidos suaves e minimalistas, com esquemas simples de cores e design limpo e sem distrações.

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Como você pode seguir o exemplo da Apple no seu negócio?

Comece por certificar-se de que o seu site tenha conteúdo perceptível. Pesquisas demonstram que apenas 16% dos visitantes de sites leem todas as palavras em uma página. A grande maioria dos visitantes – 79% dos usuários, na verdade – só escaneam a página.

Para tornar o seu conteúdo mais perceptível, use marcadores para comunicar benefícios. Certifique-se de que seus títulos e subtítulos são claros, vívidos e rodeados por bastante espaços em branco.  

Veja como eu fiz isso na minha homepage:

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Você irá perceber pela imagem acima que eu não preenchi a página toda com texto em excesso. Há bastante espaço ao redor dos marcadores e apenas uma imagem – a minha – para atrair a atenção para os marcadores. 

Não tente colocar cada atributo do seu produto ou serviço na página. No lugar disso, concentre-se na PUV mais valiosa de cada produto. E então, dê destaque para isso. 

Veja como Marie Forleo destaca sua PUV em sua  homepage, deixando óbvio para quem se direciona a página e o que a marca da Marie representa. É por isso que tantos empreendedores assinam a lista dela todos os dias. Eles sabem que ela está falando com eles, e qual é a sua mensagem:

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Se você tem níveis de serviços ou produtos e pacotes, torne fácil para que o consumidor possa comparar e contrastar cada nível para que possam ver, rapidamente, quais conjuntos de atributos/benefícios os interessam mais. 

Um grande exemplo disso na prática é a página da Virgin Mobile :

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Selecione um layout limpo e minimalista para a sua landing page. Reduza as distrações ao redor das áreas de conteúdo importante da sua página, como a barra lateral e os widgets. Então, o olhar do visitante será atraído para o produto ou o texto de venda.

Por fim, se tiver orçamento, eu recomendaria contratar um redator profissional, especialmente para as páginas de venda cruciais de seus produtos e serviços.  Não é fácil dar informações suficientes para gerar uma conversão ou uma venda ao mesmo tempo em que mantém uma abordagem enxuta e simplificada. 

4. Conheça Seu Público-Alvo e Fale com Ele Usando Uma Linguagem Familiar

Não quero dizer que a Apple nunca mencione especificações de produtos e detalhes técnicos. Na verdade, toda página de produto no site da Apple traz essas informações. 

Mas, elas estão abaixo da dobra. O visitante do site da Apple precisa rolar a página passando por lindas imagens e textos de venda em fontes grandes informando acerca dos benefícios dos produtos.

Inicialmente, os clientes da Apple não encontrarão palavras como megabytes e gigahertz. Eles encontram palavras que conhecem e compreendem:

  •  “vidro de ponta a ponta”
  •  “tela retina”
  •  “Retroiluminação com LED”  

A Apple conhece seus clientes muito bem.  E eles sabem falar com os clientes usando uma linguagem  familiar e que os deixem confortáveis, e não sobrecarregados com informação e confusos. 

Os produtos são posicionados de forma que expressem sua relevância para o estilo de vida real de seus clientes. Por exemplo…

  • O iPod não é apenas um “player e dispositivo de armazenamento” – ele lhe permite guardar horas de música no seu bolso.
  • O iMac não é apenas “um computador” – ele ajuda a tornar sua experiência com computadores prazeirosa e divertida.
  • O iPhone não é apenas “um smartphone” – ele traz o poder de um computador Apple no seu telefone.

 O texto do seu site está usando a linguagem dos seus prospects? Criar um perfil de cliente para cada segmento principal da sua audiência é a melhor maneira de descobrir. 

Ainda melhor, o processo de criação desses perfis irá ajudá-lo a compreender sua audiência muito melhor.  Assim, você poderá dar a eles o que estão procurando  – e  tornar o seu conteúdo ainda mais atraente e valioso para eles.

Aqui vai uma forma de se certificar de falar com seus usuários e clientes de uma maneira que eles compreendam e se sintam confortáveis:

Primeiro passo: Crie perfis de clientes – ou avatar de clientes – para cada segmento principal de audiência do seu negócio. Quanto mais detalhado forem os perfis, mais úteis serão eles.

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Inclua fatores como idade, sexo, profissão e outras informações demográficas, e também psicográficas – suas frustrações, medos e desejos, etc.  O que os motiva a comprar? De que necessitam antes de confiarem em você? Como você pode suprir essa necessidade?

Você pode ter mais de um perfil – Ex.: casais mais velhos filhos cujos filhos já saíram de casa, solteiros que já concluíram a faculdade mas que ainda não casaram nem têm filhos, etc. 

Segundo passo:  Dê um nome para cada perfil.  Encontre uma foto de uma pessoa – do Google Images ou de um site de banco de imagens – que combine com o perfil. A ideia é que cada perfil pareça uma pessoa real, um ser humano vivo. 

Veja um exemplo de perfil artificial criado, completo com nome e foto, do Convince and Convert:

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Terceiro passo: Fale com essas pessoas nos seus textos de marketing, utilizando uma linguagem que entendam.  Olhe todas as páginas no seu site e altere qualquer coisa que não soe como a maneira exata que você gostaria de falar com eles. 

Finja que você está realmente falando com aquela pessoa e o seu texto irá exercer uma forte atração sobre clientes semelhantes.

 Você também pode manter a mesma abordagem focada no cliente por todos os aspectos da jornada do consumidor, inclusive o serviço ao cliente. 

Digamos que você atende a uma geração mais velha. Não force seus clientes a usarem um chat para o serviço de atendimento ao cliente. Dê a eles um número de telefone e uma pessoa para falar com eles. E certifique-se de que o texto no seu site seja grande o suficiente para que pessoas mais velhas possam ler. 

Os Millennials, por outro lado, preferem sistemas baseados em chat, uma vez que são mais fáceis e rápidos para essa geração. Não os faça ter que usar o telefone já que o que eles realmente preferem é digitar e receber uma resposta rápida. 

5. Planeje Uma Melhor Experiência do Usuário 

Você sabia que os clientes da Apple com frequência fazem vídeos de si mesmos abrindo os embrulhos de seus novos produtos Apple, para depois enviar um vídeo para o Youtube?

É verdade. Isso é chamado unboxing. Pesquise no YouTube e verá centenas de unboxings da Apple, vídeos de diferentes clientes por todo o mundo.

Por que isso acontece?  Porque a Apple criou uma experiência para o consumidor que vai muito além da compra.

A “Experiência Apple” inclui vários elementos de cada aspecto do processo de compra   – comparando diferentes versões de produtos, testando produtos em uma loja da  Apple, comprando o item em si, recebendo a compra, desembrulhando e ligando o produto…

Cada um desses elementos não acontece apenas por acaso. Eles foram muito bem criados, revisados e melhorados para atrair cada sentido do consumidor. 

Veja a instalação, por exemplo. Uma das coisas que os fãs da Apple realmente apreciam nos computadores da Apple é a facilidade com que você pode ligá-los.  Literalmente tão simples como abrir, plugar, ligar e voilà – tudo funciona.

Sim, a Apple investe milhares de horas em testes, design e aprimoramento dos produtos. Fazem isso para que o que está dentro caixa combine com a caixa, e a caixa combine com o que está dentro.  

A experiência na loja da Apple não é apenas uma visita curta para a maioria das pessoas. A maioria das pessoas que entram em uma loja da Apple acabam ficando, testando os produtos, fazendo perguntas para os “gênios” que trabalham lá – e muitos clientes acabam saindo de lá com uma nova compra.

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As lojas são cuidadosamente planejadas para provocarem o “sentimento” correto quando você entra. Iluminação quente, esquemas de cores monocromáticas e o layout da loja, tudo isso atrai todos os sentidos dos compradores, sem projetar o sentimento de frieza e impessoalidade. Até mesmo as grandes vitrines frontais que permitem quem está de fora ver todos que estão lá dentro se divertindo são intencionais.

Para implementar o segredo da Apple de “preferência pelo design”, comece por colocar no papel a experiência do seu cliente com a sua marca. Perceba cada passo importante e onde ele acontece. (ex. na página do Facebook, uma página específica no seu site, etc.)

Em seguida, analise cada peça do “quebra-cabeça da experiência” e dê uma nota para o quanto ela está adequada a sua marca de uma forma geral. O que pode melhorar?

Pense em como você pode deixar cada ponto de contato com os seus clientes em potencial mais limpo, mais claro e mais simples. Torne cada etapa da jornada mais consistente com o visual, com o sentimento, e com os elementos visuais e com a personalidade da sua marca.

Então, pense em como ir ainda mais adiante. O que você pode fazer para encantar o seu cliente?

Esse é o jeito da Apple!

6. Mire Nas Emoções do Seu Público-Alvo

Tente se lembrar dos primeiros anúncios do iPad, depois do seu agitado lançamento em 2010.

Você se lembra daquelas imagens de pessoas relaxando na sala de estar com um aparelho novo e estranho? Eles pareciam felizes e confortáveis.

Eles não estavam falando de tamanho de tela e poder de processamento. Eles estavam apenas desfrutando de seus iPads.

Aqueles anúncios, bem como todo o marketing da Apple, atingem os consumidores onde eles realmente vivem – não a carteira (já vimos que isso não é verdade) mas seus corações.

Conexões emocionais são a chave para o sucesso em marketing. É isso que faz certas histórias, vídeos e memes se tornarem virais.

O famoso estudo do Dr. Jonah Berger mostrou que, conteúdo com emoções de forte estímulo, tem mais chances de viralizar do que o conteúdo sem potencial de causar fortes estímulos emocionais. Exemplos de emoções de forte estímulo são felicidade, admiração, diversão e ansiedade. 

Ainda, conteúdo positivo tem mais chances de viralizar do que conteúdo negativo. Emoções positivas simplesmente provocam uma reação mais forte no cérebro das pessoas do que o negativo.

Neste livro, O Erro de Descartes, o autor Antonio Damasio, professor de neurociências da University of Southern California, afirma que nossas emoções desempenham um papel crucial no processo de tomada de decisões, especialmente na hora de fazer uma compra.

Também, a neurociência diz a mesma coisa. Testes com Ressonância Magnética comprovam que quando consumidores avaliam empresas, eles usam principalmente as regiões do cérebro associadas com as emoções, sentimentos pessoais, memórias/experiências, e não as áreas associadas com fatos.

Estudos também mostram que sentimentos positivos relacionados às empresas têm um impacto maior na fidelidade do cliente do que o nível de confiança e outros pensamentos com base em juízos que podem ser melhor sustentados objetivamente.

Acima de qualquer coisa, você precisa entender e publicar o tipo de conteúdo que o seu público-alvo mais quer. Que tipo de conteúdo é mais compartilhado nas  principais redes sociais? Parece-me que é o conteúdo que provoca admiração ou risadas – ou ambos. 

A equipe de testes na BuzzSumo queriam entender exatamente o que faz o conteúdo viralizar e ser compartilhado milhares de vezes pelos usuários. Então, eles se juntaram com a OKDork e fizeram um amplo estudo.

Em primeiro lugar, a equipe identificou os conteúdos mais compartilhados de toda a internet, em um determinado período. Depois, mapearam cada artigo e associaram a uma emoção específica, como alegria, raiva, tristeza, felicidade, risada, diversão, empatia, etc.

Veja como ficou a divisão:

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Você pode ver pelo gráfico que as duas emoções mais associadas com os conteúdos mais virais foram admiração (25%) e risada (17%). Emoções parecidas, como alegria e diversão, representaram outros 29%.

O que isso significa é que se você puder literalmente fazer seus leitores felizes com o seu conteúdo, você terá acertado o alvo.

Para estimular e capitalizar em cima das emoções dos seus clientes como faz a Apple, use uma linguagem emocional em seus textos quando fizer sentido. Certifique-se de que ele flua naturalmente. Uma maneira de fazer isso é utilizar palavras que provocam emoções no seu texto.

Dica: Para garantir que o seu texto flua naturalmente, leia em voz alta e grave a leitura. Depois, escute a gravação. Se soar travado ou muito formal, altere até soar mais como uma conversa.

Além disso, pense no impacto emocional que seu produto ou serviço causa em seus clientes. Então, crie ou procure por imagens para utilizar que provoquem as mesmas emoções.

Veja um exemplo: JustGiving, a plataforma online líder em captação de recursos, levantou quase  $1,5 milhão para seus parceiros de caridade. Veja a imagem usada na landing page:

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Quais emoções essa imagem provocam em você? Eu vejo alegria e admiração – pular de paraquedas deve ser uma das atividades que mais inspiram admiração. Há também empatia e felicidade que podem surgir da generosidade e do ato de doar para causas que valem a pena.

Encontrar as imagens certas para o seu conteúdo pode levar algum tempo e paciência, mas vale a pena. Imagens, além de criarem interesse visual na sua página e introduzirem intervalos para os longos blocos de textos entediantes, também podem ajudar a comunicar sua mensagem e converter leitores em assinantes.

Na verdade, eu acredito tanto no poder de ótimas imagens e capturas de tela que eu uso com frequência até sessenta imagens em uma só postagem – mas sempre me certifico de que elas acrescentam valor, e também provocam o estado emocional desejado em meus leitores.

7. Construa uma Comunidade de Usuários ou Clientes

Ao longo dos anos, a Apple construiu uma das mais fortes legiões de fãs superando qualquer marca, em qualquer parte do mundo.

Os fanboys (e fangirls) que acampam à espera dos lançamentos de produtos novos talvez representem um percentual pequeno de consumidores, mas esse tipo de fanatismo e entusiasmo é raro.

A Apple criou uma cultura e uma personalidade de marca que é legal, divertida e amigável — o oposto de alguns de seus concorrentes. A Apple faz com que os clientes queiram pertencer a essa comunidade.

Você se lembra da campanha publicitária da Apple “Pense Diferente”? Começava com uma narração que dizia “Essa vai para os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os perturbadores.” Quem nunca se sentiu assim em algum momento de sua vida?

A Apple capitalizou em cima da universalidade de tal percepção, o que fez seus clientes acreditarem que a marca os entende e se comporta como eles.

Até mesmo pequenas marcas podem construir uma comunidade de usuários e clientes dedicados. Você pode começar a construir uma comunidade até mesmo antes de oferecer o primeiro item para venda.

O primeiro e mais importante passo a tomar para criar uma comunidade forte, vibrante e engajada é estar bastante claro acerca dos valores e da personalidade de sua marca.

Você precisa criar uma imagem vívida e realista da sua marca na sua mente em primeiro lugar — a mensagem central da sua marca, seus valores arraigados, sua personalidade e o que ela representa acima de tudo.

Então, o próximo passo é certificar-se que suas páginas, o seu texto de marketing e o seu conteúdo expressem esses valores e personalidade. Cada aspecto do seu website deve estar consistente com as palavras que você escolheu para descrever a sua marca, desde os gráficos, até fontes e paleta de cores.

Finalmente, mostre aos seus leitores que você os valoriza, assim como suas opiniões. Eles precisam saber que você tem um profundo interesse neles, por meio do seu conteúdo.

Como você pode fazer isso efetivamente na web? Você pode começar com uma ou todas as dicas abaixo:

  •  Faça perguntas abertas ou gerais  no seu conteúdo.
  •  Responda aos comentários em seus posts – mantenha uma conversa.
  •  Tente iniciar uma conversa com seus usuários/leitores nas mídias sociais.
  •  Crie um programa de recomendações para clientes que tragam outros clientes.
  •   Tente alcançar seus clientes por email.

Conclusão

Uma das formas mais rápidas de se atingir um a meta é seguir o exemplo de outros que já atingiram a mesma meta e foram bem-sucedidos.

A Apple é um exemplo para qualquer marca moderna e inteligente que deseja criar uma base de clientes defensores da marca e que também sejam super fiéis, recomendando a seus amigos e familiares.

A ideia não é copiar a Apple. Mas sim, ter uma noção de como a Apple – ou qualquer outra empresa de sucesso – obtém sucesso, e então encontrar formas criativas para se fazer o mesmo no seu negócio, sempre se mantendo consistente com a sua marca.

Você também pode aprender muito com a concorrência. Uma análise competitiva pode lhe dizer o que eles estão fazendo certo e o que você pode aprender e aplicar em seu próprio marketing. 

 Quais outras lições você pode tirar das estratégias de marketing da Apple?

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