Você provavelmente sabe que o uso de dispositivos móveis está aumentando. Mas você sabe quanto impacto realmente está sendo gerado?
Em 2016, houve quase 150 bilhões de downloads de aplicativos de dispositivos móveis no mundo.
E se ficarmos na trajetória em que estamos, então os gurus das estatísticas preveem que haverão mais de 350 bilhões de downloads de aplicativos para dispositivos móveis em 2021.
E esse número vai apenas continuar a subir. Embora haja uma falta de números oficiais, a BrightEdge relatou recentemente que 57% do tráfego de web deles veio de dispositivos móveis.
Então mais da metade das visitas do site vieram de dispositivos móveis em vez de computadores desktop.
Com uma tendência grande como essa, pode-se esperar alguns impactos grandes. E uma das áreas mais significantes onde já começamos a ver os efeitos é no SEO.
O Google anunciou que estavam em andamento algumas mudanças de indexação de busca focadas em dispositivo móvel já prometidas.
E desenvolvedores web, editores e SEOs pelo mundo se perguntaram ao mesmo tempo “Por que isso importa?”.
De acordo com o blog do Google Webmasters:
Embora nossa indexação de pesquisa vá continuar a ser um único índice de sites e aplicativos, nossos algoritmos irão eventualmente utilizar primeiramente a versão de conteúdo móvel de um site para rankear páginas desse site, para entender dados estruturados e para mostrar trechos dessas páginas em nossos resultados.
Isso irá trazer algumas grandes mudanças. E essas mudanças são uma faca de dois gumes.
Se você não está preparado, a indexação focada em dispositivo móvel poderia derrubar sua estratégia de SEO antes que você consiga dizer “segunda página”.
Mas também apresenta uma oportunidade para que você passe à frente enquanto outros ainda tentam descobrir como responder a essas atualizações.
É por isso que você tem esse guia.
Se você seguir estes passos, será capaz de alavancar a indexação focada em dispositivo móvel para ajudar você a não apenas sobreviver a estas mudanças mas evoluir com elas.
Mas primeiro você precisa entender o que é a indexação focada em dispositivo móvel.
O que é indexação focada em dispositivo móvel?
Falando de modo geral, quando você digita um termo no Google e os seus resultados aparecem, o Google determina os resultados, em grande parte, através de um método de rankeamento orientado por desktop.
E isso costumava fazer sentido. Mas desktop e móvel possuem requisitos de indexação diferentes.
E já que a maioria dos usuários conduziram suas buscas em desktops, o Google baseou seu método de rankeamento em requisitos de indexação.
Mas como você viu, os tempos estão mudando. O desktop realmente vai ficar por aí por bastante tempo, mas o Google precisa responder à realidade do aumento de tráfego móvel.
Então uma vez que o Google implementar essas mudanças, eles irão pegar a versão móvel do seu site e usá-la como meio principal para rankear você.
E isso significa que o Google vai olhar para o seu site móvel antes para determinar seu rankeamento.
Há apenas um índice. Não um índice separado para desktop e outro para móvel.
Então mesmo que a indexação focada em dispositivo móvel do Google vá avaliar o seu site móvel antes, não significa que ele irá ignorar seu site desktop completamente.
Isso é importante porque os usuários querem encontrar os resultados de busca mais precisos e relevantes para suas pesquisas independente de qual dispositivo estejam utilizando. E o Google quer ajudá-los a fazer isso.
Sim, o número de usuários móveis no mundo ultrapassou o número de usuários desktop há alguns anos.
Mas a tendência móvel não significa que o sol irá se pôr em termos de utilização desktop.
A mudança que estamos vendo não é “apenas dispositivos móveis”. O uso móvel está simplesmente aumentando conforme vem fazendo há anos.
E esse aumento de uso móvel é uma boa oportunidade para tentar capturar novos leads.
78% das pessoas disseram que descobriram um negócio que ainda não conheciam ao pesquisar em seu celular.
Porém, o Google não está dedicando todos os seus esforços à busca por dispositivo móvel e abandonando buscadores desktop.
Então não utilize essa atualização como desculpa para ignorar seu site desktop para conseguir todos aqueles leads. Ele ainda vai ajudar o seu SEO em muitos casos.
Mas com sorte, isso coloca a mudança em perspectiva. O Google não está tentando fazer nada radical, e eles não estão tentando prejudicar seus rankings.
Se o seu site for realmente relevante para uma determinada busca, então o Google quer rankear você perto do topo independente do dispositivo que o pesquisador está utilizando.
Se alguém digita “melhor firma jurídica de Seattle” e você é uma firma jurídica excelente em Seattle, então o Google quer que você apareça na busca, quer a pessoa digite a busca em seu telefone ou computador.
Mas você precisa ajudar um pouco o Google.
Se o pesquisador está utilizando um dispositivo móvel mas os botões em seu site móvel são muito pequenos para os dedos de uma criança de 5 anos navegarem com precisão, então você irá frustrar seus visitantes.
E o Google não quer recomendar sites que irão frustrar seus pesquisadores.
Apenas mantenha uma perspectiva equilibrada. Essa atualização não deve mudar por completo sua estratégia de SEO.
Mas ela coloca sim uma pressão em você para que otimize seu site móvel antes que o Google mude sua indexação.
Um de seus concorrentes poderia ultrapassar o seu ranking se ele tiver uma versão amigável para dispositivos móveis de seu site e você não.
Então se você quiser manter seu ranking, precisa estar preparado antes que o Google implemente sua indexação focada em dispositivo móvel.
Prepare-se agora, antes que você perca seu lugar precioso na primeira página da SERP. Conforme digo isso, sei que você está se perguntando:
Quando essa mudança irá acontecer?
A resposta é bastante frustrante. O Google não forneceu uma data específica.
Na conferência SMX West em Março de 2017, Gary Illyes do Google disse que eles iriam lançar o foco em dispositivo móvel quando seus resultados forem “qualitativamente neutros”.
Isso significa que eles serão muito cuidadosos ao garantir que os resultados de busca se mantenham o tão próximos do status-quo quanto possível ou que sejam até um pouco melhores.
John Mueller disse (durante um Google Hangout):
É possível que nós digamos que, bem, esse grupo de sites funciona perfeitamente na indexação focada em dispositivo móvel então vamos apenas trocar e aguardar pelo próximo grupo até que tenhamos certeza de que eles foram capazes de resolver esses problemas. Mas isso é algo sobre o qual teremos mais informação conforme o tempo passa.
Embora isso nos dê bastante informação sobre como o Google está lidando com essa mudança, não nos diz quase nada sobre o momento em que ela irá ocorrer. Valeu, Google.
Então há apenas uma maneira de garantir que o Google mobile-first não te prejudique:
Comece a se preparar agora.
Teste o seu site móvel para começar
Usar o Google mobile-first em sua vantagem depende de fornecer àqueles que visitam o seu site a melhor experiência possível.
Então para começar esse processo, você precisa determinar o quão otimizado para dispositivo móvel o seu site já é. Felizmente, isso é fácil de fazer.
Você pode usar o Mobile-Friendly Test do Google para medir a qualidade do seu site móvel.
Apenas insira sua URL para começar o teste.
Assim que inserir sua URL e clicar em “Run Test”, será levado a uma página que te diz se o seu site é ou não amigável para dispositivos móveis.
Se a sua página for definida como não amigável, o Google irá fornecer dicas acionáveis sobre como você pode melhorá-la.
Você pode pensar que esse problema não se aplica a você se as versões móveis e desktop do seu site forem as mesmas.
Mas será que elas são mesmo?
Se o seu conteúdo for perfeitamente otimizado para o móvel, você não deve ter nada com que se preocupar em termos de performance de busca de resultados.
Você deveria se preocupar agora acima de tudo com a experiência do usuário.
Torne-a tranquila. Que seja a mais rápida possível. Faça a sua diligência dinâmica devida.
Aqui está uma checklist super básica antes de seguir em frente.
1. Cheque todos os seus elementos dinâmicos.
Você consegue ver facilmente o conteúdo do seu site desktop em seu dispositivo móvel?
2. Cheque os tempos de carregamento e velocidades de página.
Suas páginas estão carregando em 3 segundos ou menos? Se não estão, corrija. Dê uma olhada no GTmetrix para ver o que está te deixando lento.
Assim como no Mobile-Friendly Test do Google, insira sua URL pra começar.
Então, o site irá dar a você um ranking de tempos de carregamento para que possa descobrir onde você fica.
3. Cheque se o seu site é amigável ou responsivo a dispositivos móveis ou não (há uma diferença).
4. Pergunte-se se as versões móvel e desktop do seu site realmente são as mesmas.
Versões móveis costumavam ser versões simplificadas dos sites desktop. E a probabilidade disso é muito mais alta se você tem uma URL diferente (.seusiteaqui.com).
Se isso soa familiar para você, então vai querer fazer sua diligência dinâmica devida.
A última coisa que você quer é uma experiência ruim de usuário móvel. Ela pode já estar te prejudicando, assim como pode acabar com você agora mesmo.
5. Se você tem quaisquer elementos flutuantes, remova-os.
Não existem controles para elementos flutuantes no ambiente móvel. Ainda.
Então se você tem algum, simplesmente remova ele.
6. Teste.
Teste, teste e teste novamente em dispositivos reais.
Passe por cada página. Veja quanto demora para que carreguem etc.
Se você quer um guia gratuito de enquadramento de conteúdo, dê uma olhada aqui.
7. Diga não para Flash.
Apenas atenha-se ao Java ou HTML5.
Alguns dispositivos não são compatíveis com Flash. E isso vai significar que os seus visitantes serão recebidos com essa mensagem:
8. Nada de pop-ups.
Pop-ups podem ser chatos em ambiente móvel.
Um pop-up para visitantes novos com o objetivo de coletar emails para sua lista é ok. Mas você realmente só deve ir até aí.
Na verdade você poderia acabar com os pop-ups ao todo utilizando barras flutuantes ou um quadro de boas vindas mais ou menos assim:
9. Evite gráficos muito grandes para dispositivos móveis.
De qualquer forma, gráficos grandes são mais lentos, e fotos no estilo paisagem não ficam muito bem em telas menores.
Primeiro, você precisa ler o Webmaster Blog Post do Google para ouvir diretamente deles. Dê uma olhada rápida para ver se você talvez precise fazer alguma coisa.
O seu foco quando seguir em frente é considerar otimização apropriada e melhores práticas.
A quantidade de trabalho que você vai precisar fazer realmente depende de como o seu site tem lidado com o tráfego móvel no passado.
Novamente, se o seu site é responsivo, mudanças bastante mínimas serão necessárias. Se é que você vai precisar mudar algo.
As mudanças a seguir podem precisar ser feitas se o seu site existir em um subdomínio “m” ou se ele usa um servidor adaptável/dinâmico para enviar conteúdo.
1. Cheque seu conteúdo. E cheque novamente.
Conteúdo é o motivo de fazermos sites em primeiro lugar. Ou ao menos um dos motivos.
Mas já que o ambiente móvel possui várias limitações quando falamos de “propriedade”, você precisa priorizar os elementos que são essenciais para utilizar na experiência do usuário.
Mas não estou falando apenas da copy. Você vai precisar revisar todos os aspectos de vídeos, imagens e texto.
A fundação para a experiência do usuário começa com a pergunta “O que eu realmente preciso mostrar aos visitantes?”.
E ter um site responsivo não é o único fator em ter uma excelente experiência móvel. Mas faz parte.
Essas são as perguntas básicas para sua checagem de conteúdo. Pode ser útil preparar uma planilha para acompanhar suas respostas.
- Seus textos e imagens são flexíveis?
- Você tem uma capacidade de zoom padrão?
- Os seus “focos de clique” são grandes o suficiente? Utilize unidades em ou rem que melhor se apliquem ao design. O padrão para a maioria dos navegadores é 16px.
- Os números de telefone em seu site são clicáveis?
- O seu site tem design “amigável ao clique do dedo”? 44 pixels de espaço em branco em volta dos elementos é o ideal.
- Existem tags de painel móvel implementadas? Se sim, tudo certo.
- Se você está usando fontes da web, elas estão carregadas corretamente?
- Você ativou o caching do navegador? Isso é principalmente para a conveniência do usuário.
- Você tem um design de menu móvel específico?
- Suas fontes/estilos são adaptáveis?
- A grade do seu site é fluida? (Proporcional vs. fixa)
- Você está usando queries CSS de mídia para definir pontos de interrupção?
- As imagens do seu site são redimensionadas para melhorar a velocidade?
- Seus recursos de navegação são visíveis?
- Você está usando um construtor de site? É bom que ele seja otimizado para ambiente móvel.
- O seu construtor de site é capaz de detectar qual dispositivo seus visitantes estão usando e se ajustar automaticamente?
- Você adicionou o seu site móvel ao Google Search Console?
- Você checou sua velocidade?
Agora, uma nota especial sobre conteúdo.
Lembra como estávamos aborrecidos quando o Google disse que os sites seriam penalizados por ter conteúdo por trás de abas ou em sanfona?
Não mais.
Já que a propriedade é uma commodity tão valorizada para dispositivo móvel, ter abas e sanfonas é quase uma necessidade agora. Mueller confirma isso no mesmo Google Hangout:
“A indexação Google mobile-first irá indexar a versão móvel da página. E na versão móvel da página, pode acontecer de você ter esses tipos de abas e documentos e coisas do tipo, as quais iremos tratar como conteúdo normal na página. Mesmo que esteja escondido na visualização inicial.”
2. Diminua as solicitações HTTP.
Reduzir o número de imagens ou removê-las completamente é um modo simples de diminuir seu tempo de carregamento.
3. Metadados & metadados sociais.
Você vai estar lidando com menos espaço no ambiente móvel, seus meta títulos e descrições precisam ser mais curtos do que são em desktop então não se preocupe caso sejam exatamente iguais.
Quanto a metadados sociais, uma revisão bem básica dos itens a seguir é um bom começo.
- Facebook: Artigos, fotos, áudio, vídeo e mais.
- Twitter Cards: Sumários, imagens, galerias, aplicativos, vídeo, áudio e produtos.
- Rich Pins do Pinterest: Produtos, receitas, filmes e artigos.
- Google+: Artigos, blog, livro, negócio local, pessoa, produto e avaliações.
E se você quer ir mais a fundo:
Embora esses dados não mudem a aparência do seu conteúdo no Google+, eles potencialmente adicionam links para as páginas do seu Google+ nos resultados de busca.
- Card de Sumário do Twitter com uma imagem grande.
- Dados de artigo de Extended Open Graph.
Nota especial: se você quer escolher um tipo de metadado para incluir, então escolha Open Graph porque todas as plataformas o utilizam.
4. Otimize seu backend.
Isso inclui melhorar tempos de resposta de servidor, alavancar o caching do navegador, evitar redirecionamentos desnecessários e ativar compressão.
5. Inclua dados estruturados.
Dados estruturados detalhados e relevantes podem ajudar o Google a indexar o seu site.
Cheque para ver se os seus sites desktop e móvel oferecem marcação estruturada. Você pode fazer isso com a ferramenta do Google Structured Data Testing.
Insira sua URL para encontrar quaisquer erros ou avisos.
Mas não perca tempo com dados inúteis porque eles podem confundir o algoritmo do Google. Se você não tem certeza, cheque as regras deles sobre marcação estruturada.
6. Se você tiver um carrossel, garanta que ele possui o design certo.
Porém, eu sugiro não usar nenhum em ambiente móvel.
É difícil de fazer um design apropriado para eles, e não são ideais para a experiência do usuário devido à propriedade.
Os usuários podem nem perceber que existe um e passar por cima daquilo que você pretendia enfatizar originalmente.
Se você já usou um, então crie o primeiro slide de modo que fique claro que existem outros slides para atrair atenção à existência deles.
Você também precisa testar e otimizar essas imagens para que elas não deixem seu site mais lento (novamente, tudo se resume em velocidade).
7. Cheque mapas de site XML & de mídia.
Garanta que os mapas de site estejam conectados à versão móvel do seu site, especialmente sinais de confiança como links para uma política de privacidade.
8. AMP. Isso importa?
A resposta curta: sim, um pouco, e não.
Sim, um pouco, se você tiver um site WordPress e está usando o plugin AMP ou outro plugin móvel.
Se não, não.
O AMP é um formato totalmente separado que faz o seu site ficar em cache pelo Google para aumentar a velocidade de carregamento das páginas mas tem pouco a ver com seus rankings de busca.
No máximo, a relevância do AMP se relaciona à experiência do usuário (a qual só irá afetar você se seu móvel e desktop forem o mesmo).
O Google irá utilizar novamente algum dia a versão desktop primeiro para determinar rankings?
Provavelmente, mas apenas se não houver mais versão móvel.
Tendo dito isto, não se atropele tentando criar uma. A pior coisa que você pode fazer é ter um site móvel mal construído para quando a nova indexação chegar até você.
O Google disse oficialmente que seria melhor não ter um site móvel a esse ponto do que ter um problemático.
Nada disso é necessariamente fácil, especialmente se você tem tido uma URL diferente para a versão desktop do seu site.
Mas se esse for o seu caso, agora você vai precisar decidir o que é absolutamente essencial para a sua versão móvel.
Você tem menos espaço e recursos, e isso pode ser um pesadelo de design.
Conclusão
A indexação Google mobile-first é uma enorme mudança em como os sites serão rankeados.
A próxima geração da web é o mais móvel possível, e você não quer deixar a experiência do usuário à mercê.
Lembre-se de que um site amigável ao ambiente móvel não significa que foi feito exatamente para um dispositivo móvel – apenas que a experiência do usuário será menos pior neles.
Essa mudança tem tudo a ver com colocar a experiência do usuário em primeiro lugar. Foque na palavra “otimização” versus “amigável”, e você estará preparado.
Comece testando seu site móvel para ver exatamente o quanto o Google gosta dele. Então, faça mudanças de acordo com os resultados do teste.
Tenha em mente que o Google provavelmente só irá usar a versão desktop para determinar rankings se não houver versão móvel do seu site. E se não houver uma, você precisa de uma o quanto antes.
Quais passos você precisa dar para se preparar para a indexação Google mobile-first?
Cresça seu tráfego