Você já parou para tentar entender o que é a cultura organizacional da sua empresa?
Esse termo ganhou muita força nos últimos anos por conta da abordagem de empresas de alta performance como Google, Netflix e Nike.
Esse tipo de ação leva em conta o ambiente como um todo, tornando a atmosfera de trabalho produtiva e positiva para a organização e para os colaboradores.
Como consequência, todos saem ganhando.
Na verdade, qualquer empresa tem sua cultura organizacional – mesmo que ela seja ruim.
O que as empresas de sucesso fazem é empregar um padrão de desenvolvimento contínuo baseado no propósito da organização.
Então, se você quer compreender melhor o que é cultura organizacional, por que ela é importante para os negócios e conhecer alguns exemplos, chegou ao lugar certo.
No texto de hoje, descubra tudo sobre o tema e aprenda a aplicá-lo internamente.
O que é a cultura organizacional de uma empresa?
A cultura organizacional de uma empresa representa os valores importantes para as pessoas que dela fazem parte.
Em outras palavras, se relaciona àquilo que os colaboradores consideram importante e aplicam no cotidiano de maneira geral.
Muitas organizações expressam o comportamento desejado em palavras com a criação de diretrizes, mandamentos ou códigos de conduta.
Mas é claro que, para que sua aplicação gere bons resultados, precisa ir muito além de normas em um quadro.
É necessário engajar as pessoas que fazem parte do negócio em todos os setores para que, naturalmente, alinhem seus ideais aos ideais comunitários.
O objetivo de um cultura organizacional é fazer com que o ambiente de trabalho seja propício ao desenvolvimento coletivo e individual do funcionário.
O motivo é simples: colaboradores motivados produzem mais.
Uma empresa é como uma máquina.
Quando as engrenagens se encaixam, seu funcionamento é perfeito.
Peças desconjuntadas, no entanto, podem impedir o fluxo de atividade.
Mas diferentemente de um antigo relógio de parede, as partes não são descartáveis porque são pessoas.
Por isso, você deve trabalhar os recursos humanos e moldá-los de acordo com os interesses dele e de seus colegas.
Usando outros termos, o espírito de coletividade.
Ainda nessa metáfora, a comunicação se apresenta como o fluido que mantém a alta performance da máquina.
É exatamente por isso que o diálogo é utilizado frequentemente como pilar máximo de uma cultura organizacional forte.
Ao estabelecer parâmetros de cooperação, objetivos comuns e fluxo de comunicação, todos ganham: colaborador, setor e empresa.
Um erro muito comum que vejo empresas (até mesmo multinacionais) cometendo é achar que uma cultura organizacional se refere somente à propriedade física.
A verdade é que seu estabelecimento não depende da compra de um fliperama, uma mesa de sinuca ou uma máquina de guloseimas.
Tampouco diz respeito a brindes no final do mês.
Essas coisas são importantes, mas não resumem a estratégia.
Eu conheço negócios cujos valores primários se referem ao aprendizado constante, por exemplo.
Seus funcionários sempre se esforçam para aprender e ensinar seus companheiros.
Outros focam na comunicação.
Assim, os colaboradores sempre dialogam diante de algum problema em vez de alimentar rixas internas.
E há negócios cujas ideias têm como ponto forte a liberdade.
Nesses, há flexibilidade de horários, maleabilidade do dress code e home office, apenas para citar algumas referências.
A cultura é aplicada por cada membro da equipe, do estagiário ao CEO, pois outra característica é o exemplo.
Como falamos de business, é importante ressaltar que essa técnica gera benefícios financeiros ao fazer as contas.
Em termos práticos, podemos dizer que se trata da administração de recursos humanos para obtenção de superávit.
Qual a importância da cultura organizacional para a empresa?
A solidez de uma cultura organizacional é fundamental para uma empresa.
A razão é porque toma conta de um dos mais valiosos ativos em qualquer negócio: os relacionamentos.
Isso mesmo, toda organização depende das interações entre seus colaboradores para o bom funcionamentos.
Eu sei que muitas vezes esse fator é menosprezado, já que é incalculável.
Mas ainda assim, seu valor não pode ser ignorado.
Quando você alinha os ideais dos fundadores com todos os do próximo colaborador, é óbvio que a tendência é que as coisas caminhem bem.
Essas “regras” de conduta direcionam as relações interpessoais dentro da empresa.
Como agir diante de uma dificuldade?
O que esperar de um colega em determinada situação?
Com quem conversar quando surgir um problema?
Tudo isso é facilitado quando tem-se uma cultura organizacional bem estabelecida.
É uma maneira de nortear ações de pessoas e garantir que tais ideias sejam aplicadas em todos os setores.
A cultura organizacional na contratação
Justamente pelo caráter de organização, é muito importante levar em conta a cultura organizacional na hora do recrutamento.
Hoje os profissionais já avaliam o “encaixe” entre possível colaborador com os ideais da empresa.
Outro termo regularmente utilizado, principalmente em startups, é fit, que significa ajuste.
Em entrevistas, é muito comum a simulação de situações para observar se o comportamento do candidato coincide com aquilo que se espera.
Aqui a palavra-chave é harmonia.
Ao reunir pessoas com ideias e valores semelhantes, eles certamente trabalharão melhor quando unidos.
Com uma linha de pensamento uniforme, é muito mais fácil evitar confrontos.
E, como sabemos, os departamentos são interdependentes.
Por esse motivo os recrutadores estão sempre em busca de pessoas que possuam o DNA da empresa.
Quando seus valores coincidem com os da instituição, estão em sintonia.
Elas precisam acreditar na empresa para darem seu máximo.
Isso resulta em vantagens para ambos os lados.
E acredito que ninguém tem dúvidas de que trabalhadores felizes trazem melhores resultados, não é mesmo?
Tipos de cultura organizacional
Você sabia que existem diferentes tipos de cultura organizacional?
Pois é.
É muito importante que seja estabelecida logo no início da empresa, garantindo o envolvimento de cada uma das pessoas que se juntar na missão de levá-la ao sucesso.
Vamos, então, conhecer quais são.
Cultura de pessoa
A cultura de pessoa, como o próprio nome diz, tem foco nos recursos humanos da empresa.
A ideia é centrada em satisfazer as necessidades dos colaboradores para trilhar um caminho rumo ao sucesso.
Nesse caso, a identidade da empresa precisa ser humanizada e envolver tanto parceiros internos como externos, como clientes, fornecedores e prestadores de serviços.
Cultura de resultados
Na cultura de resultados o objetivo reside nas metas.
Para tal, são utilizadas métricas, indicadores de performance e gráficos.
Ao implementar esse tipo de cultura organizacional na empresa, todos os colaboradores devem direcionar seus esforços para o alcance do que foi estipulado.
Cultura de inovação
Já a cultura de ideias tem como cerne as ideias.
Em espaços onde reinam o marketing e a tecnologia, por exemplo, é muito bem aplicada.
Aqui as pessoas têm liberdade para expressar suas opiniões, apresentar soluções inovadoras e sair do senso comum.
O estímulo à criatividade e a permissão para tentar algo novo são fatores chave nesse modelo.
Cultura de poder
Na cultura de poder é estabelecida uma relação de respeito à hierarquia.
É claro que não me refiro à autoridade imposta, mas conquistada.
Nesse modelo as pessoas são orientadas a confiar em seus líderes, imitar suas posturas e atender suas solicitações.
Cultura de tarefa
Outro tipo de cultura é a de tarefa.
Aqui temos um bom exemplo de trabalho com foco na eficiência.
Ao estabelecer esse modelo, sua equipe colocará todos os esforços para que todos os encargos sejam cumpridos.
Cultura holística
Por fim, temos a cultura holística.
Nesse caso há a tentativa de reverter a lógica tradicional do trabalho distinguido por setores.
Todos os departamentos têm objetivos, meios e processos alinhados, e trabalham coletivamente para um bem comum.
Esse tipo de ação não apenas desestimula a concorrência, como alia a empresa como um único indivíduo.
Cultura organizacional e clima organizacional: qual a relação?
Por conta das semelhanças entre os conceitos, é muito comum que as pessoas confundam a cultura organizacional com o clima clima organizacional.
Mas existem algumas diferenças entre eles.
A cultura organizacional é mais abrangente.
Um bom exemplo é uma empresa que tem entre os seus pilares o desenvolvimento sustentável.
Assim, seus colaboradores se preocupam com o meio ambiente como regra geral.
O mesmo vale para outras causas, como o apoio à tecnologia, à diversidade ou à literatura, por exemplo.
É algo que vai além dos muros da empresa e se expande na visão de outros stakeholders.
Já o clima organizacional se relaciona aos fatores internos de estruturação da empresa.
Ou seja, tudo aquilo que é voltado à satisfação do colaborador, incluindo o espaço físico de trabalho e remuneração, para citar dois fatores.
Para alcançar o objetivo de um clima organizacional forte, geralmente são utilizadas ações de comunicação interna, endomarketing e pesquisas, principalmente o NPS.
O que é uma cultura organizacional forte?
Uma cultura organizacional é chamada de forte quando está enraizada no subconsciente dos clientes e colaboradores.
Em outras palavras, quando é associada naturalmente às causas que defende e os colaboradores agem de acordo com as diretrizes sem a necessidade de intervenção.
Isso aumenta não apenas o engajamento de quem na empresa trabalha e o interesse pela compra, mas também a taxa de retenção e aquisição de talentos.
Ao transparecer uma cultura organizacional forte, a empresa torna-se alvo de pessoas que se comprometem com os ideais da corporação.
O que é uma cultura organizacional tóxica?
Mas o inverso também acontece e, em algumas empresas, temos a cultura organizacional tóxica.
Muitas vezes a empresa até direciona os moldes de comportamento esperado ao se vincular a ela.
No entanto, nem sempre ela é aplicada.
Ou seja, fica apenas no papel.
Não adianta estabelecer as diretrizes e esperar que todos sigam.
O grau de impacto tem um formato de pirâmide: quanto mais alto o nível hierárquico, maior a sua responsabilidade na construção da cultura.
Isso porque as pessoas se inspiram em quem está acima delas.
Um CEO que espera uma cultura de educação na organização não pode tratar mal seus funcionários.
Um gerente que espera cooperação entre as pessoas que dirige não deve agir competitivamente.
Do mesmo modo que um analista que anseia uma escalada na empresa precisa concordar com os ideais da empresa.
Existem, ainda, alguns tipos de cultura organizacional tóxica.
A cultura da ausência, por exemplo, ocorre quando um funcionário falta ao trabalho diversas vezes, estimulando esse comportamento nos colegas.
A cultura de clube, por sua vez, é muito mais comum do que você imagina.
Aqui as pessoas não são promovidas por suas competências, mas pela proximidade aos líderes, as famosas “panelinhas”.
Nesse modelo, quem bajula mais é o maior beneficiado, o que afeta diretamente o conceito de meritocracia.
Já a cultura reacionária é aquela que vai na contramão da inovação, negando-se a se adaptar a novos meios e processos.
Também temos a cultura formalista, que acontece quando há muita burocracia para a realização de processos que deveriam ser simples.
Por fim, gostaria de citar a cultura da zona de conforto.
Nesse modelo, os colaboradores estão satisfeitos com a posição que ocupam e as tarefas que executam, sem almejar algo mais.
Isso ocorre quando não estímulo que a faça perceber que ainda há mais a ser conquistado.
Para identificar uma cultura organizacional tóxica é válido ficar de olho em alguns indicadores, como aqueles que apontam a produtividade, turnover e absenteísmo.
6 exemplos de cultura organizacional de empresas de sucesso
Nada melhor para aprender sobre a cultura organizacional de empresas do que observando aquelas com maior destaque, concorda?
Por isso, a seguir, confira alguns exemplos extraídos de algumas das maiores corporações do mundo.
1. Google
Ao adentrar a matriz da Google, você observa seus valores estampados logo no rol de entrada: divirta-se (no original, “to have fun”).
Visando a inspirar seus colaboradores, a empresa aposta em métodos pouco ortodoxos.
Assim, há quadras de tênis, espaços de lazer e videogames espalhados pelos setores.
Os horários são flexíveis, não há códigos de vestimenta, os colaboradores têm direito a bicicletas para ir ao trabalho.
Ou seja, fazer parte do cotidiano da Google é sinônimo de bem-estar e qualidade de vida.
Isso tem impacto direto nos resultados do negócio.
Quem trabalha na empresa sente-se privilegiado por isso e abraça a cultura da organização de maneira integral.
2. Facebook
A rede social de Mark Zuckerberg é mais um exemplo de cultura organizacional forte e bem estabelecida.
Nos escritórios espalhados pelo mundo, a hierarquia é horizontal.
Com isso quero dizer que há a relação de parceria, enquanto os velhos modelos de chefe e funcionário são deixados de lado.
Nesse sistema, há um grande destaque para os locais de convivência.
São enormes espaços voltados à interação entre os próprios colaboradores, que são convidados para grandes eventos com frequência.
Esse sentimento quase familiar estabelece vínculos profundos entre os funcionários, o que gera ótimas melhorias na comunicação e nos processos.
3. Apple
Outra empresa famosa pela sua cultura organizacional é a Apple.
A marca da maçã é muito famosa por conta da lealdade de seus clientes.
E isso tem relação direta com a cultura da empresa.
As pessoas confiam na Apple devido ao seu produto de alta performance, sensação de exclusividade e suporte técnico diferenciado.
Muito disso se deve aos colaboradores da empresa.
Adepta da cultura de inovação, seus funcionários são estimulados a criar novas soluções para produtos e processos internos.
Mais do que isso, são recompensados por iniciativas.
Com uma visão que difere da tradicional, é certamente um dos lugares mais bem avaliados por potenciais talentos do mercado.
4. Netflix
A soberana do ramo do entretenimento no século XXI não poderia ficar de fora dessa lista.
Nesse caso, temos até mesmo acesso à carta publicada por um dos fundadores da empresa, Reed Hastings.
Seus valores primários são bem claros: liberdade e responsabilidade.
Assim, processos formais são jogados para escanteio e adere-se à confiança total e plena depositada no colaborador.
Os funcionários são livres para exercerem seus papéis, mas precisam cultivar um senso de responsabilidade própria para cumprimento de deveres.
5. Starbucks
Aqui temos um exemplo de cultura baseada na responsabilidade social.
Gigante na indústria de alimentos, a Starbucks foca em duas vertentes.
A primeira delas é a diversidade.
Grande parte de seu material de campanha é direcionado aos mais diversos nichos, assim como a participação em sua equipe de colaboradores, mesmo nas franquias.
A segunda é a preocupação com o meio ambiente.
Nesse sentido, o consumo sustentável e a reciclagem tornam-se o alicerce de conduta do negócio como um todo.
6. Toyota
Para finalizar, gostaria de tratar sobre a Toyota.
Na cultura organizacional dessa multinacional do ramo automobilístico, temos justamente a organização como principal pilar.
A atenção aos detalhes, a tecnologia de ponta e o atendimento rápido são elementos levados a sério pela empresa.
Seu Sistema Toyota de Produção é mundialmente reconhecido e copiado ao redor do mundo.
Mais uma prova de que a cultura organizacional dessa organização é um modelo a ser seguido.
Conclusão
Hoje você aprendeu várias informações relevantes a respeito da cultura organizacional de uma empresa.
No início do texto, descobriu o que é esse conceito e por qual razão ele é tão importante.
A seguir, observou os tipos de cultura organizacional e as principais diferenças entre esse termo e o clima organizacional.
Também descobriu o significado de sua aplicação e resultados benéficos e tóxicos.
E, por fim, percebeu o quanto essa atividade é importante ao enxergá-la aplicada em algumas das maiores empresas do mundo, como Google, Apple e Starbucks.
E na sua empresa, como funciona a cultura organizacional?
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