Talvez você não tenha se dado conta, mas a arquitetura da informação está por trás de toda boa experiência que temos quando navegamos pela internet.
Se não fosse por essa arte de organizar, seria impossível uma interação eficiente entre o usuário e a página que ele visita.
Isso vale para websites, aplicativos, softwares e até para o nosso dia a dia.
Por isso, profissionais dessa área têm sido cada vez mais valorizados para fazer com que a experiência do usuário seja a melhor possível por onde ele quer que ele vá – ou navegue.
E, embora a arquitetura da informação seja de extrema utilidade já por vários anos, hoje, com tanta vida no mundo virtual, ela se tornou indispensável.
Ainda não é uma realidade no seu negócio?
Dá tempo de virar esse jogo, mas precisa ser agora.
Preparei um artigo completo com todos os detalhes para você se inteirar sobre esse assunto.
Muito além da definição de arquitetura da informação, mas começando por ela, falo dos seus principais componentes e metodologias para colocar em prática.
Boa leitura!
O que é arquitetura da informação?
Arquitetura da informação é um processo que compreende a organização de todos os elementos de uma página na internet, aplicativos e softwares de forma a favorecer a experiência do usuário, facilitando para ele localizar e consumidor o conteúdo que deseja.
Para entendermos o que é arquitetura da informação, vale também recorrer ao próprio conceito do Information Architecture Institute, que a define da seguinte forma:
“A prática de decidir como organizar as partes de um sistema para torná-lo compreensível”.
A AI, como também é conhecida, está presente em quase tudo no nossos cotidiano – o que não se limita ao ambiente online.
Ela aparece nos websites que visitamos, nos aplicativos e softwares, nos materiais impressos e até nos espaços físicos onde passamos parte de nosso tempo.
Ao mesmo tempo em que se posiciona como uma arte, é também uma ciência, já que:
- Observa
- Sistematiza
- Identifica
- Categoriza
- Organiza.
O Instituo Asilomar para a Arquitetura da Informação, traz ainda outras três definições para a área de AI:
- Design estrutural de ambientes de informação compartilhada
- Arte e ciência de organização e rotulação de sites web, intranets, comunidades online e software de apoio à encontrabilidade e usabilidade (sobre esse termo, vou me aprofundar mais à frente)
- Prática emergente focada em trazer princípios de design e arquitetura para o paisagismo digital.
E antes de entrarmos no mundo virtual propriamente dito, vou dar um exemplo de como isso funciona no nosso dia a dia.
Exemplo de arquitetura da informação
Vamos supor que você precisa fazer as compras do mês, e, para isso, preparou uma lista com todos os itens necessários.
Ao chegar no supermercado, que oferece muito mais itens do aqueles escritos na sua lista e muito mais prateleiras do que o armário da sua cozinha, será preciso que você se localize de alguma forma.
Afinal, você não quer passear ali dentro – você quer pegar exatamente os produtos que estão na sua lista e ir embora.
De preferência, que não tenha de enfrentar filas, nem problemas na hora de pagar.
Como já é de praxe, você vai seguir as placas para se dirigir a alguma seção específica.
Chegando lá, encontra as prateleiras organizadas de acordo com as marcas, tamanhos ou preços.
Os produtos em promoção estarão em destaque em algum outro local estratégico da loja.
Tudo isso vai fazer com que você percorra livremente os corredores do supermercado e risque sua listinha de compras rapidamente, sem ficar confuso ou passar raiva (pelo menos, essa é a ideia).
E isso é arquitetura da informação.
Veja que se trata não de uma ação isolada, mas de toda uma estratégia para favorecer a experiência e simplificar as coisas.
Por que a arquitetura da informação é importante?
Por trás de toda essa organização que acabei de destacar no exemplo, existe um estudo sobre o público.
Também todo um trabalho sobre como dispor tantos produtos de forma fácil ou estratégica para o cliente – seguindo no exemplo do supermercado.
Uma boa técnica vai definir, inclusive, quais produtos ficarão à altura da cabeça, dos olhos, ao alcance das mãos, abaixo da cintura e no chão.
Tudo ali tem – ou deveria ter – um porquê.
O mesmo ocorre no processo de construção de um site, programa ou aplicativo.
Quando acessamos uma página e conseguimos rapidamente entender onde estamos e encontrar o que procuramos, é porque os profissionais da arquitetura da informação, em um trabalho multidisciplinar, desenvolveram ali um bom serviço.
Podemos dizer que, no mínimo, eles pegaram um monte de informações e as organizaram, categorizaram e disponibilizaram de forma clara e simplificada para o visitante.
Por isso, é comum dizerem por aí que um bom trabalho do profissional da AI é invisível.
Por outro lado, se a nossa experiência no site for frustrante, fica óbvio que existe ali um serviço mal acabado.
Esses profissionais de AI podem ser:
- Designers
- Analistas de UX (responsáveis por estudar a experiência do usuário)
- Produtores de conteúdo
- Especialistas em SEO
- Desenvolvedores.
Vale lembrar ainda que, antes de mais nada, o arquiteto da informação é um exímio pesquisador, capaz de identificar as reais necessidades e características da persona e de solucionar os seus problemas.
Não por acaso, assim como os arquitetos tradicionais voltados para a construção civil, um bom profissional de AI quer garantir um ambiente agradável e funcional para quem ali estiver.
Então, perceba que não estamos aqui falando (apenas) de um site bonito.
De nada adianta ter uma Ferrari se o motor for de um Fusca (embora seja um automóvel bastante charmoso)
Em outras palavras: seu site pode ser lindo, mas se for confuso, lento, ou de difícil navegação, vai afastar as pessoas, pois ninguém vai querer perder tempo ali.
AI torna simples o que é complexo
Desde o surgimento da internet até os dias de hoje, não dá para negar que o número de informações disponíveis nas redes cresceu assustadoramente – e o mesmo aconteceu com os meios utilizados para acessá-las.
Com isso, a definição de arquitetura da informação que vimos no começo deste texto foi se aperfeiçoando e ganhando vários novos significados.
Mas a verdade é que a essência continua a mesma: tornar simples o que é complexo.
A arquitetura da informação no mundo virtual é importante porque situa o usuário dentro de um contexto, seja ele uma página, um aplicativo ou um software.
E quanto melhor for a experiência do usuário na página, mais tempo ele permanece ali, melhor conhece seus produtos ou serviços e maiores são as chances de convertê-lo em lead.
Com um site bem organizado, você facilita ainda a jornada de compra do cliente.
É um passo certeiro e necessário para todos os objetivos do seu negócio.
Os 11 principais componentes da arquitetura da informação
Como toda ciência, a arquitetura da informação não caminha sozinha.
Além de estar totalmente relacionada à filosofia e à semiótica, a AI carrega em seu DNA uma série de metodologias importantes.
Então, para entender a arquitetura da informação, é preciso, antes, saber quais são as áreas a sustentam.
Falo agora sobre os 11 componentes da AI:
1. Biblioteconomia
Este é um método utilizado em bibliotecas tradicionais, museus e até hospitais.
No contexto da AI, o componente é fundamental para organizar e catalogar informações.
2. Psicologia Cognitiva
Aqui, falamos sobre o estudo do funcionamento da mente humana e seus comportamentos.
A AI vai usar essa metodologia para entender os nossos processos mentais e influenciar a forma como estruturamos a informação.
3. Arquitetura
A ideia, aqui, é pensar na AI como pensamos na arquitetura tradicional.
Logo, a informação deve ser estruturada tal qual um edifício.
4. Sistemas de organização
Diz respeito à forma de categorizar e organizar a informação.
Por exemplo: um menu pode ser apresentado em ordem alfabética, cronológica, por assunto, e por aí vai.
5. Sistemas de rotulagem
Consiste em definir as melhores terminologias para representar as diversas informações contidas na página.
É o ato nomear os itens de acordo com o que for mais adequado para a empresa.
Por exemplo, a página “About me” de determinado site pode se chamar “Institucional”, enquanto a de outra empresa “Sobre nós” ou “Quem somos”.
6. Sistemas de navegação
Orientam a interação do usuário com a informação, com objetivo de situá-lo dentro da estrutura e mostrar o caminho certo para que ele consiga alcançar seu objetivo.
7. Navegação global
É o conjunto de ícones reunidos que vão representar todas as categorias de primeiro nível do site.
São aqueles links que aparecem em todas as páginas, geralmente localizados nos cantos ou nas extremidades dos sites.
8. Navegação local
Complementa a navegação global, podendo ser alterada de acordo com a seção.
Também conhecidas como subáreas ou submenus, são as categorias de segundo nível de um site.
9. Navegação contextual
Oferece acesso a conteúdos similares àqueles que o usuário acabou de acessar.
Essa navegação pode ser embutida no site com links, por exemplo, e torna a experiência do usuário mais fluida e independente de um sistema fixo de menus.
São os famosos “Veja também” ou “Produtos relacionados”.
10. Navegação suplementar
Oferece uma visão geral do site ou do programa, situando melhor o usuário dentro da página.
Com opções como mapa do site ou índices, por exemplo, ele consegue ver rapidamente toda a estrutura do site ou parte considerável dele.
11. Sistemas de pesquisa
Indispensáveis em qualquer site, blog ou aplicativo que ofereça uma grande volume de conteúdo, os sistemas de pesquisa ajudam o usuário a encontrar rapidamente o que ele deseja.
Basta que ele digite na barra de pesquisa uma palavra ou frase para que sejam apresentados todos os conteúdos relevantes relacionados à busca.
Atualmente, os formulários de pesquisa também podem antecipar os termos assim que começam a ser digitados, de modo a facilitar ainda mais a procura.
As 4 metodologias usadas na arquitetura da informação
Depois de conhecidos os componentes da AI, é hora de falar das metodologias utilizadas.
São quatro as principais.
E falo sobre elas agora.
1. Estrutura hierárquica
Esta etapa vai garantir que os usuários naveguem entre páginas e conteúdos, acessando todos os menus e submenus sem maiores problemas.
A estrutura hierárquica é que vai definir o arranjo de como essas vão interagir e se comunicar.
2. Wireframes
Semelhantes aos projetos da arquitetura tradicional, wireframes são os rascunhos, esqueletos do projeto, que descrevem o conteúdo e as informações que serão incluídas na página.
Eles servirão de base para que todos os profissionais envolvidos possam trabalhar a estrutura do layout final.
3. Taxonomia
Este é um termo originalmente usado pela biologia para descrever e classificar seres vivos conforme diferentes categorias.
No contexto da AI, também é necessário estruturar e hierarquizar informações e conteúdos para facilitar a navegação no site.
Para isso, geralmente, são utilizados organogramas com mapas do site ou fluxos de uso, por exemplo.
4. Inventário de conteúdo
É bem como o nome sugere.
Neste caso, o inventário funciona como um levantamento de dados disponíveis para melhor compreensão do projeto.
Esse documento busca reunir de forma detalhada todas as informações que serão disponibilizadas no site.
O impacto da arquitetura da informação na usabilidade de um site
Como já deu para perceber, a arquitetura da informação representa uma soma de esforços, que envolve diferentes metodologias de ramos diversos.
Tudo isso vai garantir ao site uma boa usabilidade, ou seja, vai proporcionar ao usuário a melhor experiência possível naquela interface.
Ele deve entender onde está, achar rapidamente o que procura e guardar uma boa lembrança do site, podendo até indicá-lo a outras pessoas.
A usabilidade, por sua vez, tem a missão de atribuir ao site cinco características principais.
São elas:
- Ser fácil de aprender
- Ser eficiente na utilização
- Ser fácil de ser lembrado
- Ter o mínimo de erros possíveis
- Ser agradável
Neste contexto, a usabilidade reúne os conceitos de webdesign, ergodesign e arquitetura da informação para garantir mais eficiência em sua aplicação.
O termo ergodesign se refere ao design centrado no usuário.
Não por acaso, se tornou indispensável quando as empresas passaram a entender a necessidade de otimizar a interação humana com tantas novas tecnologias que começaram a surgir.
Já quando relacionamos arquitetura da informação e webdesign, estamos automaticamente conferindo ao projeto de criação de websites uma série de técnicas e hierarquias com objetivo de garantir usabilidade.
Como fica claro, está tudo interligado em nome da satisfação do usuário.
Conclusão
Uma vez que navegamos pelos sites de forma intuitiva, dificilmente reparamos em quantos detalhes foram pensados para a construção daquela interface.
Mas eles estão lá:
- As informações estampadas na página principal
- O funcionamento dos menus organizados por categorias específicas
- A barra de pesquisa para nos ajudar a encontrar o que desejamos de forma mais rápida.
E tantos outros que poderia citar.
Muitas vezes invisível as nossos olhos, a qualidade de toda a nossa experiência se deve graças ao trabalho da arquitetura da informação.
Uma boa AI, como já dizia o Instituto de Arquitetura da Informação, ajuda as pessoas a entender o que está ao redor delas e a descobrir o que elas estão procurando.
Isso vale no mundo real e também virtual.
Seja qual for a área de atuação, quem aposta nessa ciência enriquece a experiência do usuário e só tem pontos a ganhar.
E você, o que achou deste assunto?
Acredita que a arquitetura da informação pode ajudar nos seu negócios?
Deixe seu comentário e relate a sua experiência no assunto.
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