Que os tipos de empreendedorismo têm crescido no mundo inteiro não é nenhuma novidade.
Mas você sabia que existem pelo menos 14 formas de empreender?
Só no Brasil, 38% da população economicamente ativa já trabalha com algum tipo de empreendedorismo, de acordo com pesquisa realizada pela GEM (Global Entrepreneurship Monitor).
É isso mesmo: somos um país de empreendedores, com cerca de 52 milhões de pessoas que resolveram tomar as rédeas de um negócio próprio.
Portanto, nada mais natural que surjam cada vez mais categorias para ajudar a identificar os diversos perfis desses trabalhadores.
É por isso que preparei um artigo recheado de informações sobre cada um deles.
Acompanhe a leitura e descubra se você pertence a algum dos 14 tipos de empreendedorismo que vou listar.
Tipos de empreendedorismo: quais são eles?
- Empreendedor público
- Empreendedor corporativo
- Empreendedor cooperado
- Empreendedor inesperado
- Empreendedor informal
- Empreendedor do conhecimento
- Empreendedor normal
- Empreendedor serial
- Empreendedor herdeiro
- Empreendedor interno
- Empreendedor individual
- Empreendedor franqueado
- Empreendedor social
- Empreendedor digital.
Esta lista traz os principais tipos de empreendedorismo existentes no Brasil.
E vale dizer que ela está em constante atualização.
Afinal, conforme a tecnologia avança e o mercado se molda a ela, novos modelos de negócio surgem. E, com eles, novos perfis de empreendedores.
Aliás, você sabe o que marca um empreendedor?
O que é um empreendedor e quais suas características?
“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
O refrão da bela música do cantor Geraldo Vandré nem tinha essa intenção, mas acabou definindo direitinho o perfil de um bom empreendedor.
O empreendedor é aquele que, quando tem uma meta, não dorme no ponto e faz a própria oportunidade, sem medo de colocar a mão na massa.
Mais do que isso: empreender é resolver problemas por meio da inovação, gerando, com isso, um impacto positivo na sociedade ao mesmo tempo em que movimenta a economia.
Vale ainda citar a definição da organização sem fim lucrativos Endeavor:
“Empreendedores questionam a realidade e fazem acontecer a evolução todos os dias, em todas as partes do Brasil e do mundo. Ao inovar e solucionar problemas de outras pessoas, de outras empresas ou de toda a sociedade, um empreendedor e seu novo negócio promovem um grande desenvolvimento”.
E como saber se você tem uma veia empreendedora pulsando aí dentro?
Separei para você um vídeo do empresário Flávio Augusto da Silva, hoje bilionário e um verdadeiro expert no assunto.
Confira:
Em resumo, ele descreve o perfil do empreendedor a partir de três pilares.
São eles:
Visão
Todo empreendedor tem metas sonhos e objetivos.
A visão, por sua vez, é a capacidade de enxergar algo antes de todo mundo.
E nem precisa ser uma invenção mirabolante.
Sabe aquele olhar diferente que alguém teve sobre algo e você pensa: “Caramba! Por que não pensei nisso antes?”.
É exatamente disso que se trata a visão.
Coragem de assumir riscos
Não adianta ter visão se não houver coragem para colocar em prática.
Nós vivemos em uma sociedade que ainda se prende muito à questão da estabilidade.
E o bom empreendedor deve saber que assumir riscos é algo inerente aos negócios.
Também que momentos de crise podem ser vistos como oportunidades de fortalecimento das empresas.
Competência
Em outras palavras: disposição para botar a mão na massa.
Trabalhar duro até fazer a coisa acontecer.
Aqui, o objetivo não é ter horário para entrar e para sair, mas atingir uma meta.
Mas nem sempre o empreendedor é aquela pessoa que cria sua própria empresa ou abre um negócio.
Embora todas essas características que citamos até agora façam parte da essência do empreendedor, existem diversas formas de colocá-las em prática.
É o que vou mostrar para você na sequência.
14 tipos de empreendedores no Brasil
Agora, é chegado o momento de nos aprofundarmos sobre cada um dos 14 tipos de empreendedores mais comuns no Brasil.
Veja o que marca cada perfil e tente se encaixar em pelo menos um deles.
1. Empreendedor público
Muitas vezes, o serviço público no Brasil deixa a desejar quando tem em seu quadro profissionais que acabam se acomodando no exercício das suas funções.
Daí entra a importância do empreendedor público para dar aquela sacudida nas repartições.
Opinião interessante vem de Viviane Narducci, professora de Gestão de Pessoas da ESPM Rio e coautora do livro “Gestão de Pessoas nas Organizações Públicas”.
Veja só o que ela diz em entrevista ao jornal O Globo:
“O gestor público empreendedor é aquele que sabe administrar oportunidades, ser inovador e acredita que é possível encontrar novos caminhos, além de procurá-los. Ele precisa ser um patrocinador de novas ideias e, para isso, é preciso saber ouvir tudo e todos no seu entorno”.
Segundo a professora, este profissional deve acreditar que é possível inovar e fazer diferente do tradicional.
2. Empreendedor corporativo
Geralmente, atua como empregado dentro das estruturas das organizações e é visto com muitos bons olhos pelas empresas.
Embora não seja o dono dela, costuma ter bastante autonomia para a tomada de decisões.
Isso porque esse perfil está sempre buscando inovar, contribuindo para o crescimento da organização com novas ideias e agregando muito valor por onde passa.
Pode ser desde um funcionário ligado à área operacional, talvez um gestor ou, quem sabe, o CEO de uma empresa.
3. Empreendedor cooperado
É aquele que trabalha em conjunto com alguma cooperativa ou comunidade, cujos membros dividem interesses comuns.
Enquanto o empreendedor capitalista busca o lucro individual, o cooperado trabalha para beneficiar todo o grupo.
Geralmente, não dispõe de muitos recursos, mas tem uma forte cultura de trabalho em equipe, segundo a qual cada um colabora como pode.
Como exemplos, podemos citar cooperativas de artesãos, de costureiros e de atividades culturais em geral.
Com várias cabeças pensando e investindo recursos, esse tipo de empreendedorismo pode ser vantajoso quando o foco é a realização de novos projetos ou a concretização de ações para um bem coletivo.
4. Empreendedor inesperado
Sabe aquela pessoa que nunca sonhou em empreender, mas, quando menos espera, tem a vida virada de ponta-cabeça?
É raro, mas, algumas vezes, a oportunidade bate à porta.
Pode ser um amigo ou parente que o convidou para fazer parte de uma sociedade, por exemplo.
Ele logo se vê entusiasmado com essa possibilidade e começa a aprender tudo do zero, até conseguir gerir o próprio negócio.
Por isso, também é chamado de “empreendedor que aprende”.
5. Empreendedor informal
É aquele praticado pela maioria dos brasileiros que não conseguiram abrir o próprio negócio formalmente.
Nesse tipo de negócio, a ideia é atender às necessidades de curto prazo e, geralmente, só garante o básico para sobrevivência.
São as barraquinhas de rua, por exemplo, que funcionam sem CNPJ ou qualquer outro registro da atividade.
A desvantagem desse tipo de negócio é que, por ser informal, sofre uma série de restrições, como acesso a serviços de crédito e outros benefícios.
6. Empreendedor do conhecimento
O empreendedor de conhecimento não mede esforços para faturar em cima da profunda sabedoria conquistada ao longo de sua carreira.
Para ele, realização pessoal e profissional andam de mãos dadas.
É aquele profissional liberal que quer fazer a diferença, e, por isso, busca cada vez mais se especializar até virar referência na sua área de atuação.
É como aquele atleta preocupado em traçar estratégias para melhorar seu desempenho e realizar com primor o sonho de competir em uma Olimpíada, por exemplo.
Escritores e artistas também ilustram bem essa categoria.
7. Empreendedor normal
É tudo o que se espera do empreendedor comum: ele fez a lição de casa, tomou decisões importantes, resolveu assumir os riscos e se jogou de cabeça no empreendedorismo.
Costuma ter planejamento, visa ao lucro, tem visão de mercado e espera resultados de longo prazo.
8. Empreendedor serial
Para esse profissional, empreender nunca é demais: ele jamais para quieto.
Vende um negócio aqui, cria outro ali e, assim, segue de maneira cíclica.
Está sempre buscando novos desafios.
9. Empreendedor herdeiro
O empreendedor herdeiro tem a missão de levar à frente o legado da família.
É o típico negócio que passa de pai para filho e que, assim, pode continuar por gerações e gerações.
Nesses casos, o desafios é sempre multiplicar o patrimônio recebido.
10. Empreendedor interno
Como o nome sugere, o empreendedor interno é aquele que está dentro da empresa, como funcionário, mas cujas características o levam a pensar e agir como se fosse o dono do negócio.
É um perfil extremamente valorizado, já que contribui muito positivamente com os resultados da empresa.
E não poderia deixar de ser assim. Até porque, sem reconhecimento, ele pode se ver motivado a buscar a satisfação em outro lugar ou, de fato, abrir o próprio negócio.
11. Empreendedor individual
Acredito que você já tenha ouvido falar do Microempreendedor Individual (MEI).
Um forte exemplo de empreendedorismo individual e é muito comum nas áreas de comércio, indústria e serviços de natureza não intelectual.
É também o menor tipo de empresa existente no Brasil, cujo faturamento se limite a R$ 81 por ano.
Mas a principal característica do MEI e de outros modelos de empresa individual é justamente essa: não há sócios, apenas um proprietário.
Por essa razão, costuma ser a opção de formalização para aqueles que hoje atuam à margem da lei, incluindo profissionais autônomos e freelancers.
12. Empreendedor franqueado
É aquele que já recebe um modelo pronto de negócio e só precisa executá-lo.
Como vantagem, na franquia, o empreendedor não precisa esquentar a cabeça em começar tudo do zero.
Afinal, os produtos, preços, uniformes da equipe e tipos de serviços, por exemplo, já estarão previamente estabelecidos.
Para quem não gosta de assumir riscos, é uma opção a se considerar.
Havaianas, O Boticário, escolas de idiomas e fast foods em geral são exemplos de franquias no Brasil.
13. Empreendedor social
Aqui, o lucro fica em segundo plano. Ou melhor, tem uma destinação bem específica.
Esse tipo de empreendedorismo tem como foco o desenvolvimento, seja de uma comunidade, de uma escola ou uma causa ambiental.
O governo federal define esse tipo da empresa da seguinte forma:
“Os negócios sociais integram a lógica dos diferentes setores econômicos e oferecem produtos e serviços de qualidade à população excluída do mercado tradicional, ajudando a combater a pobreza e diminuir a desigualdade”.
O empreendedorismo social é muito comum entre jovens que ainda estão nas faculdades e têm o sonho de mudar o mundo.
14. Empreendedor digital
Entre as inúmeras vantagens que a era digital nos trouxe, surge também a possibilidade de trabalhar de casa: para isso, basta que se tenha acesso à internet.
Hoje em dia, tem muita gente aproveitando essas modernidades para investir em e-commerces, cursos online e e-books.
As vantagens desse tipo de empreendimento são inegáveis, já que inspiram comodidade, flexibilidade e qualidade de vida.
Além disso, normalmente, o empreendedorismo digital não exige investimento inicial tão oneroso nem uma estrutura física complexa para funcionar.
Exemplos de empreendedores para você acompanhar e se inspirar
Agora que você já está mais familiarizado com tantos tipo de empreendedorismo, que tal conhecer alguns casos de sucesso?
Separei três para você.
GuiaBolso
Ainda em 2012 mas já nos embalos dos negócios virtuais, os empresários Benjamin Gleason e Thiago Alvarez resolveram apostar suas fichas na criação de um aplicativo de finanças, o GuiaBolso.
Depois de receberem mais de 60 respostas negativas dos investidores, a ferramenta finalmente decolou e, hoje, conta com mais de 3 milhões de usuários e R$ 215 milhões em aportes.
Moral da história: um bom empreendedor é perseverante.
Ele acredita nas próprias ideias.
Cia do Sono
Este é o caso de um empreendedor herdeiro que recebeu dos pais um verdadeiro presente de grego: quando assumiu o negócio da família, empresa especializada em colchões ortopédicos, Felipe Pedroso teve de lidar com uma dívida de nada menos do que R$ 3 milhões.
Mesmo assim, ele deu conta do recado: desde 2012, não só reverteu a dívida como, em poucos anos, chegou a faturar mais de R$ 15 milhões com a empresa.
Vazoli
O casal Eric e Sibele Vaz de Lima são um exemplo clássico de empreendedorismo inesperado.
Em 2009, Sibele engravidou bem quando ela e o marido perderam o emprego.
No susto, o casal, que nunca se imaginou empreendendo, acertou em cheio quando resolveu abrir a rede de franquias Vazoli, que oferece crédito consignado.
Em 2016, o negócio do casal já movimentava R$ 160 milhões.
É como dizem: há males que vêm para o bem!
Conclusão
O empreendedorismo no Brasil não é somente uma realidade, mas uma forte tendência que deve continuar crescendo nos próximos anos.
No entanto, o empreendedor não é apenas aquele que abre o próprio negócio.
E se existem tantas formas de empreender, certamente você pode ter se identificado com alguma delas.
Espero que, depois desta leitura, você possa se inspirar para tornar seus sonhos realidade, ou, quem sabe, levar a empresa onde trabalha a um outro patamar.
Qual dos tipos de empreendedorismo combina melhor com você? Deixe seu comentário!
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