Sua Taxa de Rejeição pode Mentir: Aprenda Como Descobrir a Verdade

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Você já se surpreendeu ao ter uma taxa de rejeição extremamente alta?

E eu digo alta — tipo, 90% ou mais?

Eu vejo isso o tempo todo, mesmo em meu próprio site. Mas nem sempre me preocupo.

Algumas pessoas entram em pânico quando veem taxas de rejeição acima de 50%.

A maior parte delas pensa que se a taxa de rejeição está acima de 50%, a culpa é delas. Seu conteúdo ou suas landing pages não têm o desempenho que eles deveriam ter.

Mas adivinhe? Isso não é verdade. Ou, pelo menos, nem sempre é verdade.

Pode ser que não haja nada de errado com seu conteúdo e você ainda receba altas taxas de rejeição. Não se desespere.

Enquanto manter uma taxa média de rejeição baixa é uma parte importante do processo de otimização, a maior parte das pessoas não sabe qual é, realmente, a influência da taxa de rejeição sobre suas conversões.

Muitas delas não percebem que uma taxa de rejeição de 90% não é algo fora do padrão para determinadas partes dos seus sites.

Ou seja, sua alta taxa de rejeição não te mostra tudo o que está acontecendo de verdade.

O que sua taxa de rejeição não te diz

Para o Google, uma taxa de rejeição alta significa páginas da web de pouca qualidade.

Se os usuários abandonam o site com frequência, sem nem mesmo se engajar com elas, deve significar que o conteúdo não é tão relevante, certo?

Bem, sim e não.

Uma rejeição é qualquer “sessão que contabiliza um único pedido para o servidor de Análise”.

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Se alguém realiza uma ação inicial, como visitar um site, mas não interage com ele mais um vez (visualizando outra página, clicando em um CTA etc) dentro de 30 minutos, é considerada uma rejeição.

Basicamente, é um evento de “ação-realizada-uma-única-vez”.

A taxa de rejeição nada mais é que a porcentagem dessas visitas realizadas a uma única página. A fórmula é mais ou menos assim:

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Mas o problema é o seguinte: o Google não consegue diferenciar entre uma interação boa e uma ruim.

O Google analisa uma interação por apenas 30 minutos.

Se alguém acessou o seu site e ficou 15 minutos na página, lendo seu conteúdo, para então deixar ela de lado e verificar seus emails, em seguida voltou e clicou em outra página… ainda conta como uma rejeição.

O acesso também pode ser contado como uma rejeição se alguém usa diversas abas, porque o Google não consegue diferenciar entre elas.

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Mesmo que eles realizem uma compra com você (em uma aba) e pesquisem seus produtos em outra, se uma aba está aberta sem engajamento do usuário por 30 minutos, é uma rejeição.

Você consegue uma conversão, mas o Google não te dá o crédito por ela porque isso ocorreu em outra aba.

Decepcionante, certo?

Outro problema é que nem todas as suas fontes de tráfego são exatas.

Muitas vezes, o Google agrega diferentes tipos de tráfego juntos sob a categoria de “Tráfego Direto”.

Isso quer dizer que uma parte do seu tráfego de referência e tráfego de email acaba sendo contabilizada junto com seu tráfego direto.

Por exemplo, o Google agora obriga os sites a usarem certificados SSL como parte do seu processo de compilação de ranking. Assim, muitos sites estão direcionando todo o tráfego que não vem de páginas SSL (de páginas HTTP) para páginas HTTP.

Isso deveria ser considerado como Tráfego de Referência, que não contaria na taxa de rejeição porque não há interação alguma a ser realizada.

Mas não é isso que acontece. Ele é considerado como tráfego direto e te penaliza, automaticamente, com uma rejeição.

Realmente não é justo.

Quando o Groupon realizou um experimento, removendo sua indexação, eles descobriram que 60% do tráfego direto que recebiam era na verdade tráfego orgânico.

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Esse erro de classificação do tráfego pode afetar, e muito, a sua taxa de rejeição, porque está sendo contabilizado o tráfego “sem engajamento” e pode ser que ele seja assim naturalmente.

Se alguém não consegue se engajar com seu site (porque acaba sendo redirecionado), mas você não está ciente disso, pode ser que você tenha um site muito ruim.

O momento e a fonte do tráfego podem prejudicar o seu desempenho.

Mas o Google não consegue diferenciar entre uma boa fonte de tráfego de referência que, eventualmente, te trará uma conversão, e um visitante sem-conversão que está apenas dando uma olhada no seu site.

E o que você pode fazer para mudar isso?

A boa notícia é que você pode fazer com que o Google te fale a verdade sobre a sua taxa de rejeição, desde que saiba o que fazer.

1. Analise os eventos que ocorrem na página, não as visualizações dela

Já que o Google não consegue prever a intenção do visitante, você precisa mostrar a ele o que analisar.

O Google precisa analisar as visualizações da página e os eventos para determinar a taxa de rejeição correta.

Os Eventos analisam como um visitante se engaja com a sua página. Se ele assiste um vídeo, assina a newsletter ou clica em um link, o Google sabe.

google analytics event tracking example

Os Eventos são importantes porque eles te permitem contar as interaçoes que não envolvem outras páginas (o Google Analytics usualmente contabiliza uma interação apenas se ela abre uma outra página).

Mas os eventos demandam a adição de um código customizado ao seu site para analisa-los corretamente.

Para configurar um evento, acesse o seu Painel de Controle do Administrador na sua conta do Google Analytics e clique em ‘Metas’, abaixo da coluna ‘Visualizar’.

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Depois, crie uma nova meta, escolha a opção “Customizado” e siga para o próximo passo.

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Dê um título para a sua meta — algo que seja fácil identificar — e então selecione “Evento” como o tipo.

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Então, você receberá mais opções para customizar seu evento.

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Assim que acabar, você pode salvar sua meta. Isso vai criar um evento único que pode ser verificado em seu site.

Será necessário inserir esse código em seu site, o que pode demandar a ajuda de um programador ou administrador de site.

O código varia dependendo da plataforma que você usa, então saiba como fazer isso.

Sim, tudo isso é um passo a mais do processo.

Mas se você está preocupado com sua taxa de rejeição, criar eventos vai te dar uma visão muito mais focada sobre o que as pessoas fazem em seu site.

Adicionar eventos às suas páginas vai avisar o Google que uma interação ocorreu, então a visita não será tratada como uma rejeição.

2. Use segmentação de tráfego inbound

Como eu já disse, um dos maiores problemas do Google Analytics é que ele nem sempre consegue diferenciar entre o tráfego direto e as outras fontes de tráfego.

Há uma forma de contornar esse problema, mas é preciso trabalhar um pouco.

A solução é criar landing pages diferentes para fontes de tráfego diferentes.

O Unbounce chama isso de “segmentação de tráfego inbound”.

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A ideia por trás da segmentação de tráfego inbound é que fontes diferentes podem trazer leads “quentes” ou “frios” até o seu site.

Se você criar caminhos únicos para os maiores canais de tráfego, poderá verificar quais deles estão induzindo ou gerando o quê.

Veja este exemplo de homepage, landing page e anúncio otimizados para tráfego do Facebook:

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Ou este:

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Os usuários que clicam no anúncio são direcionados para um ponto de conversão (cadastro).

Esses tipos de landing pages têm mais chances de ter taxas de rejeição menores porque já existe um nível de entrada quando o visitante as acessa.

Eles já clicaram no anúncio, então estavam, no mínimo, curiosos.

Já que o Google tem dificuldade para diferenciar entre tráfego direto e tráfego social, esse tipo de segmentação oferece um melhor controle.

E você pode preferir levar em consideração o tipo de dispositivo usado pelos seus visitantes.

Se alguém usa um dispositivo mobile, você pode preferir otimizar as suas landing pages para esse formato, tendo em vista que a taxa de rejeição usualmente é mais alta para usuários mobile.

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Pode ser necessário realizar o rastreio das fontes de tráfego por diversos meses para entender de onde a maior parte vem e quais são os dispositivos mais utilizados para isso.

Se você perceber que as suas taxas de rejeição são maiores para usuários mobile, não precisa se preocupar, já que elas sempre serão mais altas para essa categoria.

Mas se você notar que elas também são altas para usuários de desktop, poderá ter uma ideia mais clara sobre como otimizar seu site para incentivar a conversão de visitantes.

E isso vai te ajudar a encontrar a melhor forma de aperfeiçoar seu conteúdo, caso sinta que é necessário.

3. Teste a velocidade do seu site para “rejeições fantasma”

Então quais são as suas opções se você não quer gastar horas e horas criando novas landing pages e eventos para o Google Analytics?

Existem alguns outros jeitos de testar o seu site para descobrir se as suas taxas de rejeição estão sendo afetadas por outros fatores.

Se a sua taxa de rejeição está acima de 50%, uma das primeiras coisas a se verificar é a velocidade do seu site.

Use uma ferramenta como a PageSpeed Insights do Google.

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Quanto mais rápido é o seu site, menores devem ser as suas taxas de rejeição.

Em um estudo realizado pelo Google, foi descoberto que 53% dos cliques em anúncios mobile não foram transformados em visualizações quando a página levou mais de 3 segundos para carregar.

Em outro estudo de caso, uma marca transferiu seu site para um serviço melhor de hospedagem e percebeu que sua taxa de rejeição passou de 50-60% a 2-5% praticamente de um dia para outro.

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Isso é incrível!

Além da grande melhora nas taxas de rejeição, eles também conseguiram melhorar outras métricas de engajamento:

  • Visualizações de Página Por Usuários Mobile teve um aumento de 132% (3,761 para 8,755).
  • Visualizações Gerais de Página aumentou em 100% (8,416 para 16,849).
  • Média de Páginas Visualizadas Por Sessão teve um aumento de 113% (4.17 para 8.91).
  • Média de Páginas Visualizadas Por Usuários Mobile Por Sessão aumentou em 145% (3.27 para 8.05).

Essas são melhoras incríveis obtidas com uma solução simples.

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Antes da transferência, eles atribuíam suas altas taxas de rejeição às chamadas “Rejeições Fantasma” ou rejeições que ocorriam porque o site demorava para carregar e o visitante o abandonava.

O Google não sabe qual é a diferença entre uma rejeição padrão (eles vieram, eles viram, eles foram embora) e uma rejeição fantasma (eles não viram a página porque não havia nada para ser visto).

Então se você não sabe exatamente porque tem uma taxa de rejeição tão alta, teste a velocidade do seu site.

Pode ser que um simples ajuste da velocidade da sua página reduza a sua taxa de rejeição o suficiente para evitar a necessidade de soluções mais complexas.

4. Adie suas pop-ups

O Google não perdoa alguns elementos do seu site e pode, ainda, te punir por eles.

Pop-ups, por exemplo, deveriam ser algo positivo para a sua taxa de rejeição.

Elas foram criadas para dar aos usuários uma forma de interagir com o seu site, o que deveria manter suas taxas de rejeição baixas.

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Mas se elas não forem configuradas conforme o Google gosta, sua taxa de rejeição pode ser afetada sem que você perceba.

É o seguinte.

O Google tem dado muita ênfase para a compatibilidade mobile, especialmente com seu novo algoritmo. Isso também significa que o Google penaliza os sites que não funcionam corretamente em formato mobile.

Intersticiais — adições como pop-ups, overlays e MODALS — são percebidas como intrusivas e o Google não gosta de criar rankings com sites que possuem diversos intersticiais em seus formatos mobile.

Estes são alguns exemplos de intersticiais que o Google não gosta:

  • Intersticiais que devem ser fechados antes que o usuário possa acessar o conteúdo
  • Pop-ups que escondem o conteúdo e que os usuários são forçados a fechar para continuar a leitura
  • Layouts de página enganosos cuja parte superior se parece com um intersticial

Entretanto, ainda é possível ter intersticiais sem ser penalizado. O segredo é o tempo.

Assim como acontece com a velocidade do site, as taxas de rejeição tendem a ser mais altas em sites que possuem pop-ups “imediatas”, intrusivas ou aquelas que aparecem logo no primeiro segundo em que a página abre.

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Pop-ups que são adiadas por 3-5 segundos, por outro lado, normalmente não são penalizadas pelo Google e ainda podem te ajudar a melhorar suas taxas de rejeição.

Uma alternativa é o uso de pop-ups de saída, que carregam quando um usuário está prestes a sair do seu site.

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Usualmente, pop-ups de saída são menos intrusivas e te ajudam com as conversões de último minuto.

Ainda, segundo o analista do Webmaster Trends do Google, John Mueller, a punição do Google pelo uso e intersticiais não é atribuída a pop-ups de saída.

Pode ser necessário criar um evento para que o Google analise corretamente as suas pop-ups de saída (veja o #1), mas se isso é capaz de reduzir sua taxa de rejeição, vale a pena.

Contudo, se você está determinado a usar pop-ups quando a página é aberta, adie a abertura delas por alguns segundos e veja se as suas taxas de rejeição permanecem as mesmas.

Além disso, você deve verificar se as pop-ups afetam a velocidade do seu site.

Se você se deu ao trabalho de otimizar a velocidade do seu site e acabou arruinando seu progresso com a adição de pop-ups, voltará à estaca zero.

5. Leve em consideração as taxas de saída

O Google não mente apenas sobre suas taxas de rejeição.

Outra área que merece a sua atenção quando for analisar a taxa de rejeição é sua taxa de saída.

Sim, há uma diferença entre elas.

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Taxas de saída são calculadas com base na última página que o visitante acessou antes de sair do seu site.

Uma taxa de rejeição alta vai (quase sempre) aumentar a sua taxa de saída.

Digamos que você possua um site de e-commerce e um cliente está clicando, de forma indecisa, entre as landing pages dos produtos A e B.

Se ele abandonar o site enquanto está na página do Produto B pela décima vez,  a taxa de saída da página do Produto B será alta, assim como a taxa de rejeição.

E a página do Produto A terá uma taxa de rejeição alta.

Isso acontece porque as taxas de saída e de rejeição são calculadas de formas diferentes, mesmo que tenham efeito uma sobre a outra.

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Então o que isso significa para você?

Significa que é preciso contextualizar suas taxas de rejeição.

Se você notar páginas que possuem taxas de rejeição estranhamente altas, combinadas com taxas de saída baixas, deve analisar o comportamento do seu usuário, não apenas as visualizações que as páginas têm.

Pode ser necessário obter um relatório customizado para realmente entender o que está acontecendo.

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O Google não será capaz de te explicar por que determinadas páginas têm um bom desempenho.

Se você quer saber o que está acontecendo, precisa avaliar as análises das suas páginas ao lado do contexto do seu público, o comportamento deles e o tipo de página que estão visitando.

Certas landing pages inevitavelmente terão taxas de rejeição mais altas que outras, mas quando colocadas em contexto, isso nem sempre é algo ruim.

Se você já realizou todos os passos descritos acima e ainda não está vendo uma diferença, descubra como estão as suas taxas de saída.

Porque nem todas as rejeições são ruins para o negócio.

Não acredite cegamente no Google.

Conclusão

O Google é inteligente, mas nem tanto quando você.

Ele pode te dizer que alguém saiu do seu site, mas não informa o porquê. É por isso que você precisa pesquisar um pouco mais.

Primeiro, habilite e configure o rastreio de eventos.

Sim, é um passo extra. Mas ele pode te dizer quais elementos do seu site estão fazendo com que as pessoas saiam dele.

Depois, crie landing pages separadas para diferentes fontes de tráfego. Assim, você pode descobrir de onde seu tráfego realmente vem e porque alguns visitantes são convertidos e outros não.

E teste a velocidade do seu site. Eu falo sério. Ela pode ser a razão pela qual suas taxas de rejeição estão acima de 95%.

Por fim, leve em consideração outras coisas que podem influenciar as conversões, como intersticiais e taxas de saída. Lembre-se, o contexto é importante.

O Google não vai te dizer isso, mas eu digo.

Quais mudanças você fez em seu site que reduziram, e muito, as suas taxas de rejeição?

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