Todo mundo fala sobre atualizações de algoritmo, mas o Google faz muito mais do que só ajustar algoritmos.
Algumas das mudanças que eles vêm fazendo vão ter um impacto real sobre o seu trabalho de marketing.
E quais são essas mudanças para além do algoritmo?
Bom, antes de eu entrar nelas, tenha em mente que você não vai gostar de algumas, e tudo bem. O melhor é você concentrar sua energia em como aproveitar essas mudanças antes dos seus concorrentes.
Vamos lá…
Mudança n°1: O Google pega pesado em “ambient computing”
Se você não conhece o conceito de ambient computing, aqui vai uma definição rápida:
Ambient computing é um termo que engloba diversos conceitos. Basicamente, é a combinação de hardware, software, user experience e interação e aprendizado de humanos e máquinas, com todas essas coisas se tornando a ideia de se usar um computador ou dispositivo com internet, sem necessariamente usá-lo de forma consciente.
Ou seja, o Google quer que você os utilize 24h por dia, todos os dias, independente de onde você estiver ou do que você esteja fazendo. Eles fazem isso com a integração de produtos em todos os lugares.
Seja com o Nest, dispositivos Android, Chromebooks, smartwatches, Google Home ou qualquer outras coisas que eles inventem.
Já que a missão deles é espalhar o uso de todos os produtos relacionados ao Google, novos jeitos de gerar tráfego e monetizar vão acabar surgindo.
Um exemplo óbvio é criar aplicativos em dispositivos móveis que funcionam em telefones celulares Android. Uber, Netflix e Candy Crush são todos exemplos de aplicativos que funcionam em dispositivos Android.
Você já sabe dos aplicativos, mas aposto que não tem um.
Para você ter uma ideia de quão bem você pode se dar com um aplicativo, existem por volta de 2 milhões de aplicativos mobile e mais de 13
bilhões de dispositivos móveis.
Claro, vários desses dispositivos são antigos ou já foram para o lixo. Mas, ainda assim, não existem tantos aplicativos para o número de dispositivos que existem. Principalmente quando se leva em consideração que existem mais de 1.518.207.414 de sites.
Ou seja, existem 759 vezes mais sites do que aplicativos, então pense em criar um. 😉
Se você não sabe como, você sempre pode usar serviços como o Build Fire.
E, além de apps, você vai precisar começar a buscar tráfego através de todos os dispositivos de voz. Celulares, relógios e até os assistentes domésticos inteligentes que o Google está criando usam busca por voz.
O uso de ferramentas como o Jetson.ai vai te ajudar a criar uma versão em voz do seu site para que você consiga gerar vendas e leads.
Se você acha que a busca por voz não é importante, 50% das buscas hoje em dia são baseadas em voz.
Mais uma vez, assim como um aplicativo, eu aposto que você tem uma versão em voz do seu site.
A questão é: você vai criar uma primeiro ou vai deixar para seus concorrentes?
Mudança n°2: As próximas gerações tendem a usar mais dispositivos do Google
Você tem um Chromebook? Provavelmente não.
Mas se você tem filhos ou sobrinhos, pergunte a eles se eles já usaram um Chromebook.
Chromebooks não só são acessíveis, mas estão dominando o mundo, pelo menos em termos de millennials e geração z.
Veja só os percentuais de escolas que usam Chromebooks.
Em alguns países como os Estados Unidos, 60% das escolas usam Chromebooks.
É um percentual extremamente alto.
A Apple também vem tentando entrar nas salas de aula, mas não tem tido o mesmo sucesso do Google.
Isso significa basicamente que as crianças vão crescer usando dispositivos do Google e entrar no ecossistema deles.
Claro, redes sociais como Instagram, Tiktok, ou qualquer outra nova sempre vão fazer sucesso, mas é bem provável que as crianças entrem nesses sites usando um dispositivo do Google.
Por mais que o Google não seja tão charmoso quanto já foi, ele não deve ser desprezado. Ele não vai a lugar nenhum, e as gerações futuras vão continuar usando-o. É só não parar de prestar atenção no Google e está tudo certo.
Mudança n°3: O Google deve comprar alguma empresa grande de e-commerce
Quando você pensa em e-commerce, que nome vem à sua mente?
Aposto que você está pensando na Amazon.
Todos nós usamos a Amazon, e, claro, toda grande empresa de tecnologia quer uma fatia do mercado de e-commerce.
Mesmo quando eu uso um mecanismo de busca para encontrar algo para comprar, eu normalmente clico no resultado da Amazon, porque todo mundo ama o frete Prime deles.
O Google vem tentando abocanhar uma fatia desse mercado há anos. De ações de compra ao Google Shopping, nada foi muito eficaz.
Como consumidores, somos treinados a simplesmente ir até a Amazon para comprar as coisas.
E se você não vai à Amazon, você provavelmente vai até o Walmart ou uma das lojas online deles.
Para piorar, o Walmart tirou todos os seus produtos do Google Shopping.
O Google nunca fez nenhuma grande compra de e-commerce, mas isso deve mudar.
Eles podem decidir comprar uma empresa de entregas de compras como a Instacart, mas, conhecendo-os, eu acho que eles vão ficar com o software, como a maioria das coisas que eles vêm fazendo.
Eles devem fazer concorrência à Amazon ajudando as pessoas a criarem seu próprio site de e-commerce. Seja através do Shopify ou Bigcommerce ou qualquer outra plataforma, eles querem dominar o mercado de e-commerce.
Vai ser difícil ficar no mesmo patamar da Amazon, e é por isso que eu acho que eles vão pegar um caminho diferente e buscar uma plataforma como o Shopify.
Se você vende produtos online, claro que você deveria estar na Amazon, mas não dependa só deles. Tenha seu próprio site e procure conhecer a plataforma que o Google criar, já que pode ser uma boa para você mudar para a que eles comprarem.
Mudança n°4: O Google vai dominar o mercado de hardware
Não, eu não estou dizendo que eles vão criar algo melhor do que o iPad ou o iPhone.
A Apple, é, essencialmente, uma empresa de hardware, e campeã disparada quando o assunto é a produção de aparelhos incríveis que a gente usa. Mas tem um grande problema com os aparelhos da Apple e até com os da Samsung.
Eles são caros.
Se você quer comprar um iPhone, prepare-se para desembolsar US$699 pelo modelo mais antigo.
O Google, por sua vez, tem, sim, aparelhos sofisticados, mas também tenta produzir aparelhos acessíveis. Eles também permitem que outros fabricantes usem seu sistema operacional em seus celulares.
O objetivo deles não é ter o máximo de lucro por celular. É fazer com que todo mundo no mundo use o hardware deles.
Por quê?
Porque isso significa que eles estão obtendo mais dados e isso os permite gerar o máximo de dinheiro de publicidade, porque todos esses anúncios levam as pessoas ao mecanismo de busca deles, que é cheio de anúncios.
É uma estratégia bem inteligente.
Eu recomendo fortemente assistir isso aqui…
Eles não usam essa estratégia só com os celulares, eles estão tentando tornar todos os produtos acessíveis. Assim, pessoas no mundo todo podem pagar por eles.
Porque, se você mora em lugares como Brasil ou Índia, os aparelhos da Apple são muito caros, o que leva as pessoas a escolherem um aparelho do Google.
Menos de 5% do mundo vive nos Estados Unidos… O dinheiro está nos mercados globais.
Se você está debatendo em qual plataforma desenvolver, leve o Google em consideração, mesmo que ele não seja o mais atraente devido ao baixo volume. A fatia de mercado do Android é de praticamente 87% pelo hardware acessível e pelas parcerias.
Mudança n°5: Prepare-se para uma versão offline do Google Ads
Atualmente, você vê anúncios principalmente no mecanismo de busca deles.
Sim, você também vai encontrar anúncios em alguns outros produtos, como o Maps, mas prepare-se para vê-los em toda parte.
Pela primeira vez, em 2019, os gastos com anúncios online ultrapassaram os com anúncios tradicionais nos Estados Unidos.
Mas, ainda assim, os gastos com anúncios offline movimentam mais de um bilhão de dólares, e isso não é só nos Estados Unidos.
Ao longo dos próximos anos, aposto que você vai ver o Google mergulhar na publicidade offline.
Pense da seguinte forma. O Google é dono do Waymo, um serviço que funciona como um Uber autônomo, cuja popularidade só cresce.
Eles têm dados dos dispositivos do Google na sua casa, do relógio no seu pulso e sabem aonde você vai pelo Waymo. Basicamente, eles têm mais dados sobre você do que qualquer outra pessoa.
Eles estão até começando a oferecer contas correntes.
Com esses dados todos, quem poderia ser melhor para te fazer anúncios offline? Eles vão poder segmentar melhor as pessoas e tornar os anúncios mais relevantes.
Isso também vai aumentar o valor (custo) de anúncios offline, bem como dos online, no longo prazo.
Mudança n°6: Os resultados da busca não serão os mesmos no futuro
Essa é provavelmente a mudança que você mais vai odiar, mas é também a que vai tornar o mecanismo de busca mais usável.
Eles estão testando vários tipos diferentes de anúncios.
Por exemplo, como negócio, você pode conseguir leads através do Google.
E, eventualmente, você vai poder reservar um quarto de hotel direto pela busca, sem entrar no site do hotel.
O mesmo vai acontecer com hipotecas, seguro de carros e vários outros negócios.
Isso não significa que o SEO vai acabar ou que ninguém vai entrar no seu site a partir de mecanismos de busca, significa só que você vai precisar se adaptar.
Por exemplo, você pode criar conteúdo educativo, ter uma posição alta no ranking, e, quando as pessoas entrarem no seu site, você pode convertê-las através de funis de vendas.
Você também pode usar ferramentas como a Hello Bar para criar sliders e pop-ups para levar os visitantes para suas páginas que geram mais receita.
Conclusão
O futuro não vai ser o mesmo. Empresas como a Tesla não são as únicas inovando, a maioria das grandes empresas estão.
Não espere que o Google se mantenha igual e não se adapte como todas as outras empresas de tecnologia estão tentando fazer.
É a única maneira de se manter à frente e sair ganhando.
Como profissionais de marketing e empreendedores, o Google não vai ser a única forma de disrupção no crescimento das suas vendas e do seu tráfego. Mas em vez de se aborrecer ou reclamar, aceite.
Seja produtivo com o seu tempo e foque em se adaptar. Porque, se você se adapta enquanto seus concorrentes reclamam, você sai ganhando.
Quais outras mudanças você vê o Google fazendo no futuro?
Cresça seu tráfego