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Neil Patel

Meu Desejo Era Nunca Ter Construído Uma Marca Pessoal

Alguns de vocês que estão lendo isso já me conhecem. E muitos outros, não.

Então, para quem não me conhece…

Meu nome é Neil Patel e eu sou o co-fundador de uma agência de publicidade chamada Neil Patel Digital. Eu também sou co-fundador de algumas empresas de tecnologia em marketing.

Eu escrevo sobre marketing no NeilPatel.com e, nos últimos 31 dias, eu consegui alcançar 1.701.486 pessoas através do meu blog.

Eu tenho um número bem razoável de seguidores… 927.000 no Facebook, 298.000 no Twitter, 289.802 no LinkedIn, e 159.588 no YouTube.

E, nos últimos 28 dias, 43.196 pessoas me acharam buscando variações do meu nome no Google.

Então, dá para ver qual é o problema com tudo que eu estou fazendo?

Está tudo ligado ao meu nome.

Nenhuma das minhas empresas tem tanto tráfego e seu número de seguidores nas redes sociais não chega perto da quantidade que tem meu blog, que você está lendo agora.

E esse nem é o maior problema,  vou falar sobre isso depois.

Mas antes de explicar por que eu não construiria uma marca pessoal de novo, vamos ver como tudo começou.

Por que eu construí uma marca pessoal?

Eu nunca planejei construir uma marca pessoal. Eu comecei minha carreira no marketing com 16 anos.

Meu primeiro site foi um site de empregos chamado Advice Monkey (não existe mais), que eu comecei quando tinha 16 anos. Eu não fazia ideia de como gerar tráfego…  Eu achava que era só criar um site e as pessoas iriam visitá-lo.

Eu estava redondamente enganado!

Depois de um tempo, eu guardei dinheiro suficiente catando lixo e limpando banheiros em um parque de diversões para pagar uma empresa de marketing.

Foi um roubo, e não deu praticamente nenhum resultado.

Falido e frustrado, eu não tinha outra escolha que não aprender marketing digital.

Eu me tornei tão bom nisso que o Advice Monkey passou a ranquear no Google para termos competitivos como anúncios de emprego, procura de empregos e empregos em tecnologia. Basicamente, eu estava ranqueando para tantos termos relacionados a emprego e carreira que o Advice Monkey começou a gerar mais de 100.000 visitantes por mês.

Eu sei que não parece muito, mas para um site de empregos sem anúncios, há 17 anos, quando a Internet não bombava como hoje, e eu tendo 16 anos, não foi tão ruim assim.

Mas o negócio é o seguinte: eu nunca consegui fazer o Advice Monkey funcionar. Eu simplesmente não sabia como monetizar.

E aí, como qualquer outro nerd de 16 anos, eu fiz o que meus pais queriam que eu fizesse, eu entrei na faculdade. E eu sei que eu era meio novo demais para entrar na faculdade, então eu estudava à noite em uma faculdade perto da minha casa enquanto terminava o ensino médio.

Minha primeira aula foi Discurso I, e eu discorri sobre o funcionamento do Google. Ironicamente, uma pessoa da turma trabalhava em uma empresa que estava procurando um profissional de marketing que soubesse como o Google funcionava.

Ele perguntou se eu queria um trabalho como consultor, porque eles estavam procurando alguém que pudesse ajudá-los no marketing digital.

Eu disse sim… Eles me pagavam US$ 5.000 por mês, e eu consegui ajudá-los a gerar uma receita anual de 8 dígitos com o meu trabalho.

O dono da empresa ficou impressionado e me apresentou ao filho dele, que tinha uma agência de publicidade.

Não demorou muito até que ele terceirizasse alguns trabalhos para mim e eu começasse a ganhar US$20.000 por mês.

O início da minha marca pessoal

Eu estava feliz com o dinheiro que eu estava ganhando para a minha idade, mas eu sabia que não iria durar muito.

Só porque alguém está te pagando agora, não significa que essa pessoa vai te pagar no ano que vem, ou mesmo no mês que vem.

Eu precisava saber como conseguir clientes.

Eu não era muito bom em vendas, e nem tinha boas conexões… Então eu fiz o que eu sabia de melhor. Eu criei um blog focado no assunto de SEO, na esperança de que isso gerasse leads e vendas.

O blog não existe mais, mas se chamava Pronet Advertising. Era assim:

Com o tempo, o blog começou a ficar mais conhecido, gerando leads aqui e ali. Nunca passou da marca de 150.000 visitantes mensais, e eu não estava feliz com os resultados.

Eu queria saber o que eu sei hoje, porque eu teria feito coisas simples, como usar popups de saída e fomulários de leads no blog.

Sério, eu cometi erros tão básicos em 2006.

Pelo fato de o blog não estar indo muito bem, eu decidi dar palestras, esperando que isso fosse gerar mais clientes. Eu me inscrevia em literalmente todas as conferências de marketing na expectativa de conseguir palestrar.

A primeira conferência na qual eu falei foi a Search Engine Strategies (que não existe mais). Eu estava meio nervoso, mas as pessoas gostaram da minha palestra.

Eu não fechei nenhum negócio novo a partir do evento. 🙁

Mas isso não me impediu de continuar, e eu comecei a dar mais palestras, e, depois de algum tempo, eu consegui fechar negócios em alguns eventos. Além disso, eu estava construindo uma marca pessoal no mundo do marketing (sem perceber).

Mas quando eu digo que comecei a construir uma marca, não era nem um pouco como é hoje em dia, e meu objetivo não era construir uma marca… Eu só queria fechar novos negócios.

A era do software

Minha agência de publicidade alcançou uma receita anual de alguns milhões, mas na época da recessão, em 2008, começamos a perder um monte de clientes.

Depois de um certo tempo, eu mudei meu foco para uma empresa de software de marketing que eu co-fundei, a Crazy Egg.

Ao mesmo tempo, eu parei de postar no Pronet Advertising porque ele não estava gerando receita.

Eu comecei a concentrar toda a minha energia em obter tráfego e clientes para o Crazy Egg, enquanto meu sócio focava em aperfeiçoar o produto. 

Naquela época, a marca Crazy Egg era mais reconhecida do que a minha. E eu não tinha nenhuma intenção de expandir minha marca pessoal.

Então, quando eu dava palestras, eu falava sobre o Crazy Egg. A partir do momento em que eu acordava, eu usava meu tempo tentando tornar o Crazy Egg mais conhecido.

Conforme o Crazy Egg crescia, eu decidi do nada começar um blog pessoal, o Quick Sprout. Eu não faço a menor ideia por que eu resolvi fazer isso… Eu só queria um blog pessoal porque eu achava que seria uma experiência divertida. 

E se você está se perguntando por que eu não dei o nome do blog de Neil Patel, é porque eu não era proprietário do domínio NeilPatel.com naquela época.

Em janeiro de 2011, o Quick Sprout ultrapassou a marca de 67.038 visitantes mensais:

E em Novembro de 2012 eu estava gerando 112.681 visitantes mensais:

Meu tráfego estava tendo um crescimento legal e estável naquela época, embora minha marca pessoal ainda não tivesse decolado.

Mas em 24 de janeiro de 2013, minha marca pessoal começou a decolar. Foi aí que eu comecei a postar guias de marketing aprofundados, que continham entre 20.000 e 30.000 palavras.

As pessoas acharam que eu era louco!

O título do primeiro era O Guia Avançado de SEO.

A resposta foi tão boa que meu tráfego saltou para 244.923 visitantes no mês.

Depois que eu percebi que as pessoas adoravam esses guias aprofundados, tão longos quanto livros, eu passei a postar cada vez mais. Depois de um tempo, eu já tinha produzido 12 deles e minha marca pessoal começou a voar.

As pessoas me abordavam nas conferências para dizer como elas adoravam meu conteúdo. Elas contavam inclusive das discussões que elas tinham com seus colegas de trabalho sobre o meu conteúdo. Era surreal!

Nossa, chegou até ao ponto de professores me enviarem emails me pedindo para ensinar meu conteúdo nas aulas deles.

E, por sorte na época, um dos meus leitores do Quick Sprout viram que o nome de domínio NeilPatel.com estava sendo leiloado a US$900. Quando eu fiquei sabendo, eu comprei. Eu não fiz muita coisa com ele… Eu só queria ser proprietário do meu próprio nome.

O Quick Sprout acabou crescendo até o ponto de gerar 500.000 visitantes por mês e eu fechei parcerias com algumas pessoas para transformá-lo em uma empresa de software para SEO.

Depois de me juntar com alguns sócios, eu me dei conta de que o Quick Sprout não era mais só o meu blog. Eu tinha sócios, o que significava que não era mais só o meu blog.

Isso não era um problema, mas eu também queria ter um blog pessoal. Um lugar onde eu pudesse escrever sobre o que eu quisesse, e não me preocupar com o aspecto “negócio”.

O começo do NeilPatel.com

Eu comecei esse blog em Agosto de 2014. Quando eu comecei, minha marca pessoal estava começando a decolar.

Segundo o Google Trends, eu estava no 6:

E, hoje em dia, é praticamente  22. O que quer dizer que é de 3 a 4 vezes maior do que quando eu comecei esse blog.

Mas o negócio é o seguinte, o Google Trends não dá a visão completa. Ele só monitora quantas pessoas estão buscando pela sua marca mensalmente. 

Tem muita gente que me conhece há anos e que não procuram meu nome no Google todo mês.

Minha marca pessoal cresceu por algumas razões:

Em outras palavras, eu construí uma marca pessoal razoável só sendo consistente e trabalhando pesado por mais de 16 anos.

Como eu mencionei mais cedo, eu não estava tentando construir uma marca pessoal… Simplesmente aconteceu. Não é gigante, mas cresceu até um tamanho bom o suficiente, tornando-se maior que qualquer uma das minhas marcas corporativas.

Minha marca pessoal me ajudou a gerar milhões em contratos de consultoria, e toda semana eu recebo convites para palestrar em conferências recebendo entre US$25.000 e US$50.000 por hora.

Então por que eu me arrependo de ter construído uma marca pessoal?

Deixa eu te perguntar uma coisa… Quando você pensa em algumas marcas presentes no seu dia-a-dia, quais te vêm à cabeça?

Apple?

Talvez o Google?

Amazon, Microsoft, Coca-Cola, Nike, American Express, Tesla… A lista não acaba.

Percebe que você não pensou em nenhuma marca pessoal?

Agora me diga alguma marca pessoal que seja maior e mais bem-sucedida do que alguma das empresas que eu mencionei acima?

Mesmo que você fale do Tony Robbins ou atletas famosos com o Cristiano Ronaldo, ou estrelas de reality show como as TV Kardashians, nenhum deles vai ser maior do que as empresas que eu mencionei acima, pelo menos de uma perspectiva financeira.

E o mais triste é que, quando a cara de uma marca pessoal falece, na maioria das vezes, sua receita se vai junto. Por exemplo, o Tony Robbins tem sucesso porque ele é o Tony. Mas se o Tony não estivesse por aqui, quem falaria no palco em nome dele?

Não seria a mesma coisa se a empresa o substituísse por outra pessoa.

Mas, por outro lado, veja a Apple. O Steve Jobs foi o visionário que ajudou a construir essa empresa incrível que todo mundo ama, mas, desde que ele faleceu, as ações da Apple subiram quase 4 vezes.

Elas agora valem um trilhão de dólares. Isso é uma loucura!!!!

Sim, o Steve Jobs foi um empreendedor incrível, mas a Apple cresceu sem ele, e continuou aperfeiçoando seus produtos.

Em outras palavras, a Apple vai continuar vivendo e, esperamos, crescendo, pelo fato de não depender de nenhum indivíduo.

Mas minha empresa leva meu nome. Eu não sou a única pessoa na empresa… É a equipe que torna a empresa incrível, não eu. Se eu não estivesse aqui amanhã, a empresa continuaria existindo, mas provavelmente não iria tão bem.

Não porque o time não é capaz… Meu time faz um trabalho incrível e eles são melhores do que eu em vários aspectos. É porque, sem mim, muitas empresas não viriam até nós como clientes.

Se eu mudasse o nome da empresa, isso provavelmente também não daria muito certo porque minha marca pessoal tem bastante influência no universo do marketing digital.

E o grande problema é o seguinte: é difícil vender uma empresa quando ela tem o nome de uma pessoa. E, se você for um dos sortudos capazes de vender uma empresa baseada em uma marca pessoal, o múltiplo não vai ser tão bom, porque o comprador sabe que, quando a marca pessoal sair, ela vai levar junto uma parte da receita.

Eu não estou dizendo que seja impossível… Só é muito mais difícil.

É por isso que você vê empresas como a GitHub sendo compradas por US$7,5 bilhões quando a maioria das pessoas sequer ouviu falar nelas (pelo menos fora do universo da tecnologia).

Conclusão

Se eu pegasse todo o tempo que eu gastei construindo uma marca pessoal e usasse para construir uma marca corporativa, isso valeria muito mais dinheiro.

Eu sei que dinheiro não é tudo no mundo, mas nos negócios, é o cartão de visita para o qual todo mundo olha.

Se você quer construir um negócio baseado no seu estilo de vida, considere a possibilidade de construir uma marca pessoal. É mais fácil de construir e você pode ganhar bastante dinheiro com palestras, consultorias ou parcerias.

Mas se você quiser construir uma coisa grande, uma coisa que sobreviva e siga evoluindo sem você, então concentre-se em construir uma marca corporativa.

Eu venho lentamente fazendo uma transição. É por isso que eu gasto mais tempo construindo a marca Ubersuggest do que a marca “Neil Patel”. E eu sei que a minha agência de publicidade Neil Patel Digital é baseada no meu nome, mas eu não me importo, porque eu não tenho nenhum plano de vendê-la.

Mas, em um mundo ideal, o que você deve fazer é tirar proveito de marcas pessoais para alavancar sua marca corporativa. Por exemplo, a Beats by Dre aproveitou bastante marcas pessoais como Lebron James e as Kardashians para se tornar mais conhecida.

É um modelo inteligente porque isso fez com que a empresa não dependesse de uma única marca, como Dr. Dre. Muitas empresas, como a Pepsi, a Nike e a Coca-Cola fazem isso.

Até empresas B2B fazem isso… Quem não ia querer um depoimento do Bill Gates, do Mark Zuckerberg, ou do Elon Musk? Provavelmente, é mais difícil conseguir o apoio deles, já que eles não precisam do dinheiro, mas você pode entrar em contato com micro influenciadores no universo B2B.

Por exemplo, eu estava debatendo com meu sócio se a gente deveria contratar algumas marcas pessoais conhecidas no nicho do marketing e colocá-las dentro da marca Neil Patel Digital. Dessa forma, a empresa não dependeria tanto de mim.

Quando você também constrói uma marca corporativa forte, você percebe que isso pode indiretamente te ajudar a construir uma marca pessoal forte. Mas esse não deve ser seu objetivo, já que a sua empresa não vai valer tanto se depender totalmente da sua marca.

E aí, você vai construir uma marca pessoal ou corporativa?

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