Economia criativa é um conceito utilizado para definir negócios movidos pelo capital intelectual e cultural, além da criatividade. Formado pelas chamadas indústrias criativas, envolve atividades que guardam relação com a criação, a produção e a distribuição de bens e serviços criativos.
Já pensou em ter sucesso com uma ideia de economia criativa?
Esse é um conceito que tem como mola propulsora a transformação digital.
Não por acaso, estamos falando sobre algo bastante pontual, que tem tudo a ver com o momento.
Dizem que a criatividade é o que mais diferencia o ser humano dos robôs de inteligência artificial.
E, segundo dados da pesquisa Global Talent Trends 2019, do LinkedIn, é a habilidade que mais está em alta no mercado de contratações.
É aquilo que todo mundo quer, mas ninguém sabe como encontrar.
Só que, com o avanço da tecnologia, fica ainda mais fácil para a aproveitar.
Acredito que você esteja se perguntando qual é relação entre economia e criatividade. Ou o que é e para que serve a economia criativa.
É por isso que preparei este artigo. Nele, vou esclarecer todas as suas dúvidas sobre o assunto.
Meu objetivo aqui é deixar você por dentro desse setor econômico que está dando o que falar.
Então, vamos fazer uma imersão pela economia criativa?
O que é economia criativa?
Economia criativa é o conceito que define negócios movidos pelo capital intelectual e cultural e pela criatividade.
Como setor econômico, engloba atividades relacionadas à criação, produção e distribuição de bens e serviços criativos.
Segundo definição que apareceu na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, envolve “criatividade, cultura, economia e tecnologia em um mundo contemporâneo dominado por imagens, sons, textos e símbolos”.
Alguns exemplos de aplicação da economia criativa podem ser vistos em tecnologias disruptivas que facilitam o dia a dia.
Sim, elas estão no seu smartphone: iFood, Netflix e Uber são alguns deles.
Inovadores e funcionais, os três serviços surgiram de uma ideia criativa para resolver problemas comuns a milhares de pessoas em todo o mundo.
Com isso, passaram rapidamente a valer bilhões de dólares no mercado.
Quais os principais setores da economia criativa?
Não existe um consenso sobre os principais setores da economia criativa.
A verdade é que essa classificação varia de país para país.
Então, vamos nos concentrar no Brasil.
Por aqui, existem 20 setores que fazem parte da economia criativa. Eles foram estabelecidos pelo Decreto Nº 7743, o primeiro a prever a Secretaria de Economia Criativa como órgão vinculado ao Ministério da Cultura.
Veja quais são esses setores:
- Animação
- Arquitetura
- Artesanato
- Artes Cênicas
- Artes Visuais
- Audiovisual
- Cultura Popular
- Design
- Entretenimento
- Eventos
- Games
- Gastronomia
- Literatura e Mercado Editorial
- Moda
- Música
- Publicidade
- Rádio
- Software aplicado à área
- Turismo Cultural
- TV.
Há, ainda, outra classificação, esta proposta pelas Nações Unidas, sendo bastante respeitada em vários cantos do mundo.
Quer saber mais sobre ela? Explico ainda neste artigo.
Para que serve a economia criativa?
A economia criativa é um setor utilizado para entender, engajar, ajudar e entreter o público.
Lança produtos e serviços baseados em ideias criativas para os mais diversos fins.
Pode englobar tanto o artesanato que você vê na feira de domingo quanto o serviço por assinatura mais inovador dos últimos tempos.
Cria empregos, gera renda, impulsiona a exportação e promove o desenvolvimento humano, além da diversidade cultural.
Mesmo que pareça redundante dizer, se baseia na criatividade como moeda de troca.
Um movimento que ganhou novos horizontes principalmente pelo aumento da interação e do entendimento sobre os desejos do consumidor.
Hoje, está muito mais fácil descobrir quem ele é, o que ele deseja e para quê – basta compreender o conceito de personas no marketing para que isso fique claro.
Então, as oportunidades para criar produtos e serviços criativos é cada vez maior.
Quando surgiu o termo economia criativa?
Antes de falar sobre a origem da economia criativa, é preciso conhecer seu antecessor: a indústria criativa.
Esse é um conceito que surgiu na Austrália, em 1994, quando foi lançado um conjunto de políticas públicas para tornar o país uma nação criativa.
Na publicação, intitulada Creative Nation, o primeiro-ministro australiano Paul Keating falava sobre a importância da cultura e arte para o desenvolvimento do país.
Já citava a economia criativa, mas o conceito só ganhou forças poucos anos depois.
Em 1996, Tony Blair incluiu o tema em sua campanha para o cargo de primeiro-ministro no Reino Unido.
Naquela época, o país enfrentava uma grave crise e não tinha perspectivas de crescimento.
Então, Blair criou uma força-tarefa para que ele pudesse crescer a partir de seu patrimônio intangível, de Beatles a Shakespeare: a indústria criativa.
Em conjunto com todos os ministérios, ele criou o que se tornou a segunda maior economia do país.
Já no Brasil, um dos mais importantes marcos da economia criativa aconteceu durante o evento Rio+20, em 2012.
Na ocasião, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável a incluiu como pilar do desenvolvimento sustentável.
Quem criou a economia criativa?
A teoria mais aceita hoje é que John Howkins, um pesquisador inglês, seja o pai da economia criativa.
Isso porque, em 2001, ele mapeou pela primeira vez o conceito no livro The Creative Economy.
Na obra, ele também falou sobre os impactos da criatividade e da inovação na economia.
Como ela está mudando o mercado?
A economia criativa está mudando o mercado por um simples motivo: oferece soluções inovadoras para problemas que ainda nem foram criados.
E com a velocidade com a qual tudo se transforma, hoje, trabalhar com criatividade e inovação significa sobreviver em um cenário cada vez mais competitivo.
Com isso, as empresas estão correndo contra o tempo para incorporar criatividade e inovação a seus produtos e serviços.
É um esforço que vem conquistando cada vez mais espaço na economia mundial.
A partir dele, saem na frente empresas e profissionais que buscam fazer diferente e fugir do mais do mesmo.
As 4 divisões da economia criativa
Como antecipei antes, existe uma classificação das Nações Unidas sobre as divisões da economia criativa.
Ela foi levantada pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio Internacional e o Desenvolvimento (UNCTAD) e estabelece quatro agrupamentos.
São eles:
1. Herança cultural ou patrimônio
É onde se concentram expressões culturais mais tradicionais, como artesanato, exposições, festas populares, gastronomia típica e museus.
2. Artes
Como você já deve estar imaginando, concentra produtos e serviços visuais e performáticos.
Considera como herança cultural e patrimônio os valores de identificação e significação simbólica.
Fazem parte expressões artísticas, como dança, escultura, fotografia, música e teatro.
3. Mídia
Diz respeito a produzir e levar para o grande público conteúdo criativo.
Dentro dessa divisão, está a mídia editorial (imprensa, livros, revistas e sites) e a mídia audiovisual (cinema, rádio e televisão).
4. Criações funcionais
São atividades que surgem para atender a uma demanda, sendo um grupo composto por atividades como design, nova mídia e serviços criativos.
Então, alguns exemplos de criações funcionais são: brinquedos, marketing digital, moda, publicidade, softwares e videogames.
Qual é a diferença entre economia criativa e criatividade?
Embora muitos usem como sinônimo, economia criativa e criatividade possuem características distintas.
A economia criativa envolve a geração de valor para o mercado.
Já a criatividade por si, uma habilidade essencial para o futuro e relacionada à criação de algo novo.
O impacto das novas tecnologias na economia criativa
Já parou para pensar sobre como seria o mundo se não pudéssemos contar com a ajuda de novas tecnologias?
Ou, melhor ainda, sobre como seria o mercado?
A tecnologia se tornou a principal aliada para que qualquer negócio possa ampliar oportunidades.
E, com a transformação digital, passou a gerar impactos ainda maiores para produtos e serviços produzidos.
Para que você entenda como as novas tecnologias influenciam a economia criativa, compartilho a seguir o que foi constatado por um estudo da McKinsey & Company com o Fórum Econômico Mundial sobre o tema.
Confira:
1. A inteligência artificial está mudando as cadeias de valor
Existem algoritmos baseados em redes neurais que já podem entender quais filmes vão agradar mais na Netflix ou quais livros você tende a comprar na Amazon.
Com isso, os fornecedores podem recomendar produtos e serviços sob medida.
Em outras palavras, isso quer dizer que a inteligência artificial passou a substituir humanos em atividades repetitivas e trabalhosas.
Certamente, seria impossível analisar, agrupar e comparar as preferências de milhares de consumidores e ainda fazer novas recomendações diariamente.
Muita gente se assusta com isso, mas a verdade é que, por trás desse grande avanço tecnológico, está uma grande oportunidade para a economia criativa.
Enquanto máquinas e robôs cuidam de tarefas mecânicas, os profissionais criativos ganham tempo para desempenhar atividades específicas.
2. Tecnologias de imersão estão personalizando cada vez mais a indústria criativa
Se as mudanças estão acontecendo a cada momento, é importante lembrar que os consumidores também fazem parte delas.
Cada vez mais exigentes, estão acompanhando e se adaptando a novos cenários.
Esperam por produtos e serviços mais engajadores e personalizados de acordo com os seus gostos e preferências.
Então, saem na frente as empresas que forem capazes de entregar experiências diferenciadas, como trabalhos baseados em tecnologias de imersão.
Aqueles que envolvem a criação de realidades artificiais e virtuais, onde as pessoas podem sentir, compreender e agir com ambientes e recursos digitais.
O custo para o uso dessas novas tecnologias ainda é alto para grande parte das empresas.
Mas a tendência é que se torne acessível nos próximos anos para atender da melhor forma às novas necessidades do consumidor moderno.
3. Economias e plataformas criativas estão em convergência
Outro ponto apontado pelo estudo é o uso da tecnologia em cenários mais dinâmicos.
Como não é mais possível ter controle sobre como os consumidores descobrem novos conteúdos, plataformas digitais são cada vez mais convidativas.
Elas se tornaram fontes de dados poderosos para empresas que desejam se aproximar dos consumidores ao entender melhor o que eles querem.
O panorama da economia criativa no Brasil e no mundo
Desde que você começou a leitura deste artigo, provavelmente, inúmeras ideias de produtos e serviços criativos surgiram em todo o mundo.
Se, antes, a economia criativa era considerada apenas o setor econômico das startups, hoje, todas as empresas querem aproveitar as oportunidades abertas por ela.
É uma tendência mundial com previsão de crescimento exponencial.
Basta olhar para a quantidade de produtos e serviços inovadores com os quais você se assustou positivamente nos últimos tempos.
Aposto que não foram poucas as vezes que olhou para uma solução inovadora e pensou “Caramba! Por que não tive essa ideia antes?”.
Com as inovações digitais e o acesso à informações mais precisas sobre o comportamento do consumidor, a tendência é que isso ocorra cada vez mais.
Só em 2015, a economia criativa somou R$ 155,6 bilhões à economia brasileira, de acordo com o Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil.
E como já de se imaginar, gerou um acréscimo de 2,64% ao PIB brasileiro no mesmo ano.
O estudo foi publicado pela Firjan no final de 2016, mas mostra a economia criativa como um setor econômico que está com tudo.
No Reino Unido, inclusive, já faz parte dos planos econômicos locais. E em países como Alemanha e Estados Unidos, passou a integrar as melhores práticas e políticas industriais.
Para que tenha uma ideia melhor, só entre os britânicos, os empregos criativos aumentaram 5% de 2014 para 2015. Chegaram a 2,9 milhões.
Paralelo a isso, o crescimento no número total de empregos por lá no mesmo período foi de apenas 2%.
Livros sobre economia criativa
Quer continuar se aprofundando sobre economia e indústria criativa, seja para inovar processos, produtos e serviços ou abrir seu negócio?
Aqui vão três dicas de livros muito interessantes sobre o tema:
- A Arte de Empreender na Economia Criativa. De Leila Rabello e vários autores
- Creative Economy and Culture: Challenges, Changes and Futures for the Creative Industries. De John Hartley, Wen Wen e Henry Siling Li
- Economia Criativa: Como Ganhar Dinheiro com Ideias Criativas. De John Howkins.
Cursos de economia criativa
Para complementar ainda mais a sua pesquisa sobre economia criativa, também tenho dois cursos sobre o assunto para recomendar a sua análise.
São eles:
- Sebrae: Como ter ideias criativas e inovar na prática?
- SENAT: Economia criativa.
Conclusão
Conseguiu perceber todo o espaço que existe para ser explorado dentro da economia criativa? Sobram oportunidades para investir ou até mesmo empreender.
Pouco a pouco, as empresas estão percebendo que é uma forma de inovar, de elevar a competitividade e gerar lucro, além de renda e empregos.
E você, já trabalhou com alguns dos setores da economia criativa ou tem vontade de empreender nessa área? Compartilhe a sua experiência ou opinião aqui nos comentários.
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